Com muita animação, o Bloco Capivara Blasé completa este ano dez anos de folia no Carnaval campo-grandense. O bloco foi fundado em fevereiro de 2014 pela Urgente Companhia, uma companhia de teatro composta por atores e produtores culturais. O bloco ocupa as ruas da região da Esplanada Ferroviária sempre no domingo e na segunda-feira de carnaval.
A produtora do bloco, Angela Montealvão, falou um pouco sobre o primeiro dia de folia de 2024, neste domingo, 11 de fevereiro de 2024: “Hoje está uma lindeza, nosso cortejo já saiu, pegamos uma chuva deliciosa no trajeto que só animou nossas capivaras, e pelo horário e pela quantidade de gente que já se encontra aqui na Esplanada neste momento, eu acho que a gente vai superar o recorde de público dos anos anteriores de 50 mil pessoas. Temos uma saída de dez anos do bloco prometendo um público recorde”.
Para Angela, o apoio do Governo do Estado, por meio da Setesc e Fundação de Cultura, ao carnaval 2024 é essencial por ser um evento que atende a população de forma gratuita. “É um evento que emergiu da própria população. E se o direito à cultura está na nossa Constituição, o Estado, por meio da Fundação de Cultura e da Secretaria, ele vem cumprindo este dever oferecendo essa infraestrutura, que para nós é muito valioso, porque como é um bloco gratuito, nós autonomamente não teríamos condições de bancar. Então é muito importante esta parceria, e com os demais órgãos também, para que o carnaval tenha longevidade e que os blocos, como o Capivara Blasé, contem cada ano cada vez mais com estes apoios para que a gente possa transformar Campo Grande na Capital dos blocos de rua do Centro-Oeste”.
O fundador do bloco Capivara Blasé, Vitor Samudio, enfatizou a importância da preservação do patrimônio histórico, a Esplanada Ferroviária, local onde acontece a festa. “Este lugar aqui é a Esplanada, este lugar aqui é um patrimônio público tombado. Este lugar aqui carrega a história de Campo Grande, de Mato Grosso do Sul, nossos pais, avós, muitas pessoas que a gente conhece passavam por aqui quando chegavam os trens. Então esse lugar carrega nossa história, é um patrimônio, a gente pode vir aqui, brincar o carnaval, se divertir, mas a gente tem que cuidar desse lugar sempre, esse lugar ele conta nossa história, ele diz sobre nós, enquanto campo-grandenses, enquanto cidade, então vamos brincar, nos divertir, aproveitar este lugar, mas sempre com cuidado”.
No meio do público, a médica veterinária Andressa Paniago trouxe a filhinha Celina para o seu primeiro carnaval. “Eu vi que tinha área kids, que mais confortável para a gente participar, e decidi trazer por conta da matinê mesmo, que eu acho que seria mais seguro trazê-la aqui neste horário. Eu gosto do carnaval, participei bastante, teve a Covid, agora que estou retornando, é o primeiro ano depois da pandemia que eu estou vindo. Eu vinha nos outros bloquinhos aleatórios, no Capivara Blasé é a primeira vez. Eu gostei bastante, está bem legal, bem divertido”.
A estudante Isabela Reis veio de Dourados para curtir o carnaval de Campo Grande e está participando pela primeira vez do bloco Capivara Blasé. “Eu tenho família aqui e eu combinei com os meus amigos de Dourados também para vir. A gente queria passar o carnaval aqui porque a gente nunca veio para cá. Dourados não tem um carnaval de rua, então a gente queria aproveitar”.
Matheus Eduardo Dutra, DJ e modelo, disse que está sempre presente no bloco Capivara Blasé. Ele é natural de Campo Grande, mas atualmente mora em São Paulo e veio da Capital paulista para curtir o carnaval aqui em Campo Grande. “Eu amo o carnaval e tenho Campo Grande no meu coração. O de 2022 eu passei aqui, aí este ano eu voltei aqui de novo para passar o carnaval. Está tudo perfeito, impecável, a organização, galera super animada, energia muito boa. O carnaval para mim é alegria, é glitter, todo mundo dançando, não tem nada melhor que uma energia boa para contagiar a todos, nem que seja uma vez por ano”.
Marcos da Costa Txekewe, ajudante de administração, é amazonense e faz um ano que se mudou para Campo Grande. É a primeira vez do Marcos no carnaval de Campo Grande. “Estou adorando, eu estou achando bem festivo, bem animado, o povo daqui é bem cauteloso com a questão de violência, estou adorando. O carnaval é pra gente se alegrar, se libertar, se distrair, é folia, é curtição”.
A professora aposentada Tânia Cardoso veio com um grupo todos vestidos de marinheiro e capitão para homenagear a Marinha brasileira. “No Capivara é desde a fundação que a gente vem, todos os anos e cada ano, cada dia com uma fantasia diferente. Este ano está super organizado, o carnaval só tem melhorado aqui em Campo Grande. Carnaval para mim é alegria, é cultura, é arte, é tudo de bom”.
Os amigos Orlando Gomes, gerente de relacionamento, e Daniel Cabral, empresário, repararam uma fantasia bem original para o carnaval: “A gente se inspirou naquela série brasileira Entre Tapas e Beijos, a gente está representando a Sueli e a Fátima. A gente encontrou mais duas amigas que estão fantasiadas igual. A gente já vem no bloco do Capivara Blasé já tem dez anos, e todo ano a gente vem fantasiado nos dois dias. Todo ano é muito incrível. É sempre muito bom, a organização, a segurança, muito bom. Carnaval é isso, é alegria, as pessoas maravilhosas extravasarem a alegria. É essa coisa gostosa, de as pessoas se soltarem, felicidade, da alegria, da explosão de amor que tem aqui”.
Karina Lima / FCMS
Foto: Daniel Reino