Documentário “Quatro Luas Pantaneiras” estreia no Dia do Pantanal com foco na força das mulheres

  • Publicado em 10 nov 2025 • por Marcio Rodrigues Breda •

  • Documentário sul-mato-grossense acompanha quatro protagonistas durante um ciclo lunar, registrando diferentes faces da vida na maior área alagada do mundo

    Quatro fases da Lua, quatro mulheres fortes, quatro regiões do Pantanal. Ao longo de 29 dias, a equipe do longa “Quatro Luas Pantaneiras” passou por Albuquerque, Barra de São Lourenço, Serra do Amolar e Nhecolândia, em Mato Grosso do Sul, registrando o dia a dia dessas personagens. O resultado deste trabalho tem data de estreia: 12 de novembro (Dia do Pantanal), às 19h, no Cinépolis de Campo Grande (Shopping Norte Sul Plaza). Os ingressos gratuitos estão disponíveis no Sympla (https://shorturl.fm/F2DWo).

    Com trilha sonora original de Marcelo Loureiro, 70 minutos de duração e filmagem em resolução 6K,  Quatro Luas Pantaneiras é um olhar sobre resistência — da terra, das mulheres, da cultura e de um Pantanal que, apesar de tudo, segue pulsando. 

    Para a idealizadora e diretora Ana Carla Loureiro, dar protagonismo e voz à mulher pantaneira é uma das grandes forças do projeto. “Esse filme nasce de uma necessidade de justiça a essas mulheres pantaneiras que, por tanto tempo, ocuparam um lugar quase invisível na história. Mulheres que sustentam o território, a cultura, a economia, mas que raramente são vistas. O documentário busca honrar esse papel, tirar essas mulheres da retaguarda e colocá-las no centro, onde sempre deveriam estar”, afirma.

    Mais do que contar suas histórias – como vivem, como produzem, como se sustentam, como se relacionam com o ecossistema, seus sonhos e dificuldades -, o documentário é sobre enxergar a mulher pantaneira em toda a sua potência. “Essas quatro mulheres representam diferentes formas de pertencer ao Pantanal, mas todas têm em comum essa força silenciosa, essa entrega à vida e à natureza. Três delas são pantaneiras de nascimento, de raiz mesmo. E a Vera é pantaneira de coração – veio do interior de São Paulo ainda criança, e se fez parte desse território”, acrescenta, fazendo referência também à Edilaine, Leonora e Rosa Maria, que completam o quadro de protagonistas do longa metragem.

    Ao falar das personagens, não podemos deixar de citar Bianca Machado, nossa produtora e responsável pela pesquisa que nos levou à descoberta dessas mulheres inspiradoras.

    Outro ponto de especial atenção do filme foi a fotografia, para que refletisse a beleza do Pantanal, mas não de forma idealizada e, sim, real, viva, pulsante. Além disso, era importante entrar na casa e na vida das pessoas com delicadeza, sem invasão. Nesse sentido, o documentário contou com um time de alta linha. “Eu tive a sorte de contar com profissionais extremamente sensíveis. Wlacyra Lisboa, Kojiroh, João Paulo Gonçalves e Elis Regina Nogueira (making of) entenderam desde o começo essa necessidade de filmar com respeito, com amor, com escuta. Foi um processo muito bonito, porque a equipe toda se envolveu de corpo e alma. Não era só sobre fazer um filme, mas sobre viver o Pantanal”, enfatiza Ana Carla. “O Pantanal tem uma luz muito própria, uma textura que muda o tempo todo. Era importante que o filme traduzisse isso, a beleza desse território, das pessoas, da vida simples, sem exagero, sem artifício”, completa.

    O filme também traz luz à questão ambiental, uma vez que o Pantanal – que desempenha papel fundamental na estabilização do clima e na sustentação da vida no planeta – tem enfrentado a maior seca das últimas quatro décadas. “Fiquei tocada pela beleza desses lugares, mas também sensibilizada pelos desafios ambientais. O Amolar, por exemplo, é uma serra extraordinária — tão linda, tão próxima e, ao mesmo tempo, tão pouco conhecida. Mas a gente sente os efeitos dos incêndios e o quanto eles devastaram e impactaram o Pantanal. Há áreas com pouquíssimos animais silvestres, muita poluição, um desequilíbrio visível”, lamenta a diretora. “A resiliência do povo pantaneiro, no entanto, é admirável e indispensável: sem ela, não dá pra se viver no Pantanal. É preciso também muita solidariedade e amor pelo lugar, e isso posso dizer que aprendi com nossas personagens”, finaliza.

    Incentivo à Cultura

    Quatro Luas Pantaneiras é uma realização da produtora Cist em coprodução com a Quíron 5 Filmes, viabilizada com recursos da Fundação de Cultura de MS, Governo de MS, Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura e Governo Federal. Conta ainda com apoio da Pantanal Film Commission.

    O Projeto Quatro Luas Pantaneiras – Termo de Execução Cultural no 1287/2024, Lei Complementar no 195/2022, Decretos no 11525/2023 (decreto Lei Paulo Gustavo) e 11.453 (decreto de fomento) – também prevê a oferta de exibições com palestras em escolas de cidades pantaneiras. Além disso, o documentário conta com recursos de acessibilidade, incluindo interpretação em Libras, legendas e audiodescrição, garantindo que pessoas surdas, com deficiência auditiva e com deficiência visual também possam vivenciar plenamente a obra.

    “A acessibilidade começa quando o preconceito termina”. 

    Serviço:

    Lançamento do Documentário Quatro Luas Pantaneiras

    Dia 12/11/2025 (quarta-feira), às 19h

    Cinépolis – Shopping Norte Sul Plaza

    Av. Ernesto Geisel, 2300 – Campo Grande/MS 

    Ficha Técnica

    Direção e Roteiro – Ana Carla Loureiro

    Produção Executiva – Rogério Hermes

    Participação Especial – Claudia Gaigher

    Produção e Pesquisa de Personagens – Bianca Machado

    Direção de Fotografia (Albuquerque) – Wlacyra Lisboa e Kojiroh

    Direção de Fotografia (Serra do Amolar, Nhecolância e Barra de São Lourenço) – Kojiroh, com codireção de João Paulo Gonçalves

    Making Of – Elis Regina Nogueira

    Drone – Kojiroh e João Paulo Gonçalves

    Som Direto – Adriano Jara (Taita)

    Gaffer – Liel Gaeth

    Motorista – Edson Farias (Bigode)

    Piloteiros – Walmor Spindola, Áureo Pereira Valejo (Moza) e Vinícius Silva

    Montagem – Gabriel Lucena

    Trilha Original – Marcelo Loureiro

    Sound Designer – Gabriel Lucena e Adilson Big Fernandes

    Color e Pós-Produção – Gabriel Lucena

    Motion Graphics – Elvis Martins

    Design Gráfico – Luciana Duailibe, Gutto Loureiro e Neo Ávila

    Divulgação – Thamara Rezek

    Imagens de Incêndios – Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul e Valdec Filho

    Imagens de Onça Pintada (Câmera Trap) – Instituto do Homem Pantaneiro IHP

    Ideia Original – Projeto Mulheres do Pantanal, de Ana Carla Loureiro e Linda Benitez

    Apoios – ECOA, Fazenda Carmem e Prefeitura Municipal de Corumbá

    Produção – Cist – Consultoria, Inovação e Soluções em Tecnologia

    Coprodução – Quíron 5 Filmes

    Fotos: Elis Regina Nogueira/Kojiroh/João Paulo Gonçalves

    Com reportagem de Thamara Rezek

    Categorias :

    Cinema

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