Campo Grande (MS) – Foi aberta na noite desta terça-feira, dia 21 de junho, a 2ª Temporada de Exposições 2016 do Marco (Museu de Arte Contemporânea de MS), com as mostras “Formas D’Água – Reflexão por transparência”, da artista chilena Patricia Claro, e “Subúrbio”, do fotógrafo Bruno Veiga.
A coordenadora do Marco, Maysa Barros, após dar as boas vindas a todos, disse que o objetivo do programa do Marco é aprofundar a arte contemporânea. “Nosso programa adquiriu dimensão nacional, visando revelar novos artistas. As mostras objetivam influenciar na formação artística e possibilitar o acesso do público à arte. Possibilita também o intercâmbio com artistas de outras localidades. As exposições pretendem possibilitar a ampliação da percepção e a transformação sociocultural, influenciando em outros setores profissionais. Agradeço aos artistas desta temporada e seus curadores, a Sectei e Fundação de Cultura e a toda a equipe do Museu”.
O curador da mostra “Formas D’Água – Reflexão por transparência”, da artista chilena Patricia Claro, Rafael Raddy, pela segunda vez vem ao Estado trazer exposições. “É com muita honra que trago obras da Patricia Claro. Obrigado ao governo do Estado, sem este apoio a exposição não seria possível. São trabalhos inéditos aqui em Mato Grosso do Sul. Obrigado também ao Museu de Arte Contemporânea”.
Rafael explica que Patricia desenvolveu o tema paisagens, voltado para a água, como a reflexão da luz sobre a superfície da água reflete e absorve. São 32 obras, cada uma composta de duas partes, em que uma é o reverso da outra, além de mais quatro projeções. A artista levou um ano para fazer o trabalho. Algumas das obras levaram camadas de tintas na técnica oriental, chamada laque japonês.
Cinco obras compõem uma série chamada “Águas Perdidas”, que a artista compôs viajando de barco em lugares fechados ao público na cidade de Bonito, a convite da Secretaria de Cultura daquele município, tendo sido acompanhada pelo Instituto Chico Mendes. A artista esteve no município em outubro do ano passado.
A Mostra “Formas D’Água – Reflexão por Transparência” vai passar por dez cidades brasileiras, e Campo Grande é a segunda cidade. A Mostra esteve primeiro em Brasília, foi aberta em 22 de março e ficou um mês aberta ao público. O curador Rafael Haddy fala sobre a importância desta circulação pelo país. “Nós não temos que pensar como brasileiros. A água é universal, a água como fator de integração, da sustentabilidade. Aqui tem o aquífero guarani. Para cada bioma brasileiro a artista produziu uma obra”.
O fotógrafo carioca Bruno Veiga, que expõe fotos na mostra “Subúrbio”, enalteceu a estrutura do Museu de Arte Contemporânea. “Estamos trazendo a este museu espetacular, com uma estrutura incrível, a exposição ‘Subúrbio’, que conta a vida suburbana, a estética suburbana. Quero agradecer a todos os presentes, ao governo estadual, a Sectei e Fundação de Cultura”.
Bruno retratou a estética suburbana no Rio de Janeiro durante nove anos. Conheceu a realidade do subúrbio trabalhando como repórter fotográfico nos jornais O Globo e Jornal do Brasil na década de 1980, e depois como freelancer na década de 1990. Recebeu uma bolsa da Rio Arte, da Fundação de Cultura do Rio de Janeiro, por um ano, com o objetivo de retratar sambistas da velha guarda, depois continuou o trabalho por mais oito anos retratando a estética suburbana. “Todos [os sambistas] moram no subúrbio, que foi onde o samba se solidificou, Comecei essa pesquisa com os retratos, mas em 2001, ao revisitar ao subúrbio, encontrei um mundo que eu já tinha vivido quando repórter fotográfico. Apaixonei-me pela estética das casas, das pessoas mais velhas que têm outra visão. Decidi trabalhar sobre a estética, importante na construção de uma identidade carioca. Tenho certeza que as pessoas vão se tocar com as 30 obras, é uma realidade do Brasil inteiro, é uma estética que se reproduz também em outros locais brasileiros”.
O curador da Mostra ”Subúrbio”, Carlos Bertão, disse ser um prazer imenso trabalhar com Bruno Beiga, que hoje é seu mais novo amigo. “Agradeço ao governo do Estado, à Sectei, Fundação de Cultura, Marco, à Maysa, fantástica e à equipe competente e acessível do Museu. Ao Sesc e Fecomércio que oferecem apoio cultural”.
Carlos é carioca, mas mora em Bonito e afirma ser importante trazer artistas de fora para interagir com artistas daqui. “Essa troca é importante. Trazemos artistas de qualidade para também conhecer os artistas daqui, e o Marco possui estrutura e aparelho cultural de alto nível”.
O padre Mário Trevisan, representando o arcebispo Dom Dimas, citou Dostoievsky ao dizer que “a beleza salvará o mundo. Que possamos renovar nossa fé no ser humano, que expressa na arte a beleza. Vamos fazer com que a beleza suplante a maldade. Boa exposição a todos”.
O secretário de Estado de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação, Renato Roscoe, deu as boas vindas a todos. “Agradeço inicialmente à Maysa [Barros, coordenadora do Marco] por trazer exposições ao Museu, que é orgulho da nossa secretaria, do nosso Estado, um museu com essa qualidade, com salas, espaços para exposição. Agradeço à equipe que trabalha e traz qualidade às mostras aqui apresentadas. Estou curioso para conhecer as mostras. Agradeço a presença de todos”.
Logo após a abertura, os presentes foram convidados a fazer visitação para conhecer as mostras. Nesta quarta-feira, 22 de junho, às 18h30, no Sesc Morada dos Baís, acontecerá uma mesa redonda com participação do fotógrafo Bruno Veiga, da crítica de arte Maria Adélia Menegazzo e do professor Rafael Maldonado (UFMS) em que será discutida a “Fotografia Contemporânea”. A mediação será do curador Carlos Bertão. Este evento será precedido pelo lançamento do livro de Bruno Veiga,” Subúrbio”, que contém fotografias da série de mesmo nome, exposta no Marco.
Serviço:
A Segunda Temporada de Exposições 2016 do Museu de Arte Contemporânea estará aberta à visitação de terça a sexta, das 7h30 às 17h30. Sábados, domingos e feriados das 14h às 18 horas. A mostra fica em exposição até 21 de agosto. A entrada é franca.
Mais informações sobre as mostras e agendamento com escolas para a realização de visitas mediadas com as arte-educadoras do Programa Educativo podem ser obtidos pelo telefone (67) 3326-7449.
O Museu de Arte Contemporânea fica na rua Antônio Maria Coelho, nº 6000, no Parque das Nações Indígenas. Visite o site (www.marcovirtual.wordpress.com), a página no Facebook (www.facebook.com/marco.museu) ou envie um e-mail para marco@fcms.ms.gov.br.
Fotos: Daniel Reino