Corumbá (MS) – Bianca Bacha (vocalista), Sandro Moreno (bateria), Ana Ferreira (teclado), Gabriel Basso (baixo). Esta é a banda Urbem, que se apresentou na manhã deste sábado (18.05) no 16º Festival América do Sul Pantanal, durante o Quebra-Torto com Letras. A banda agitou o público presente com uma visita ao repertório de Egberto Gismonti.
“O Egberto Gismonti é um artista que a gente admira muito e que nos inspira muito, o repertório dele é uma verdadeira aula para gente, então direto a gente faz uma homenagem aos compositores e artistas que a gente admira mas temos também nosso repertório autoral, não paramos de compor e de criar, é sempre muito instigante criar, é uma retroalimentação: a nossa música é inspirada nos artistas que a gente admira”, diz a vocalista Bianca Bacha.
A atual formação da banda está desde 2016, mas o grupo tem uma formação anterior. “Temos uma história, ainda, anterior com o Gabriel de Andrade na guitarra, era uma outra formação, era guitarra, baixo, bateria e voz, a gente até gravou um disco na Itália, que é um disco “Living Room”, tem nas plataformas digitais, e depois a gente começou com essa formação em 2016. Desde então temos nossas músicas autorais, e fazemos interpretações também de clássicos da MPB e trabalhando firmemente, fortemente para fazer nossa arte”.
Sobre o processo de criação das músicas autorais, Bianca explica que o processo começa com uma ideia que parte de um dos integrantes e depois continua com todo mundo participando. “Geralmente a Ana chega com uma ideia que ela já estava pensando no piano, e aí acaba mostrando e aí começa o processo que é meio todo mundo junto, começamos a acrescentar a parte rítmica, ou então o próprio Gabriel chega com alguma ideia, a gente tem algumas músicas dele, começa com uma ideia individual que posteriormente acaba sendo uma criação em conjunto, todo mundo acaba dando um pitaco aqui, fazendo um arranjo ali, então acaba sendo uma coisa em conjunto mesmo”.
A Banda Urbem tem influências desde a música brasileira, como Tom, Milton, Chico, Egberto, Elis, até as internacionais, da parte de jazz, “desde a velha guarda, Bill Evans, Gretchen Parlato, que é uma cantora de jazz que está super despontada hoje, e até as mais antigas, Ella Fitzgerald, Billie Holliday, a gente escuta de tudo e acaba bebendo um pouquinho da fonte de todo mundo, nossa música brasileira é muito rica”.
A vocalista do grupo diz que os integrantes acabam não se classificando muito porque se classificar é um pouco se limitar, mas afirma que o estilo é brasileiro com uma forma de pensar mais jazzística. “Mas o jazz num sentido de criatividade, de liberdade, não somente de tocar um estilo, mas a gente trabalha improvisos, liberdade de composição, liberdade de se criar de todas as formas, então é um jazz mais contemporâneo. Essa filosofia jazzística no que a gente for tocar, pode ser uma música pop, massa gente vai colocar ali nossa interpretação e nela vai ter influências de jazz por conta de liberdade e criatividade”.
A banda foi selecionada por edital da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul para tocar no Festival. E se apresentar no Quebra-Torto foi uma oportunidade de unir música, literatura e gastronomia: “É tudo o que a gente gosta, né. Depois da pandemia ficamos dois anos sem festival e isso faz muita falta, essa alimentação de cultura faz muita falta pra gente, então foi muito, muito, muito bom a gente receber a notícia que a gente tocaria novamente num evento desses, ainda mais com a união de todas as artes, nessa miscelânea toda. Então a gente está muito feliz”, finaliza Bianca.
Fotos: Alvaro Herculano