Campo Grande (MS) – Com o objetivo de ampliar a visão museológica e de inserção no patrimônio histórico e cultural de mostras e eventos artísticos, o gestor de Artes e Cultura Ilacir Galvão, representando a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, participou entre os dias 26 e 30 de junho, em São Luiz e Alcântara, no Maranhão, do curso “Museu à Céu Aberto”, realizado pela Associação Artística Cultural Oswaldo Goeldi, de São Paulo, em parceria com a Secretaria de Cultura e Turismo do Estado do Maranhão.
O curso, que dá continuidade às aulas de Museologia e Curadoria de Artes Visuais desenvolvidas pelo instituto, visa apresentar aos participantes alternativas de inserção dos espaços físicos representativos das cidades no contexto museológico, tornando-os parte da atração e como locais de expressão, capazes de comportar diferentes tipos de mostras culturais.
“Estamos acostumados a ver esses espaços que compõem nosso patrimônio arquitetônico e cultural de forma isolada. É importante colocá-los no contexto de toda a cidade. Eles fazem parte dos costumes, da paisagem e são, por si mesmos, museus abertos cheios de riquezas. O curso ajuda a desenvolver nestes espaços visitações, mostras e atividades que ampliem seu papel na sociedade”, explica o artista plástico Ilacir Galvão.
A proposta está em fornecer dados e conceitos que tratam as formas mais especializadas de mediação cultural por meio de ações museológicas, dando destaque às práticas curatoriais, de forma diferenciada, em diversas cidades do país.
As aulas nas duas cidades maranhenses apresentaram locais que fazem parte do patrimônio histórico e arquitetônico como “grandes celeiros de oportunidades prontos para se transformarem em pólos de Educação Museal, Curatorial e Patrimonial – Extra Muros”. Assim como em outras cidades brasileiras, estes espaços hoje ainda se mantem “adormecidos de olhares diferenciados”.
Além de participar do curso, Ilacir Galvão também criou uma série de desenhos de seu projeto “O Artista Viajante”, em que retrata em cadernos e folhas de desenho questões sociais e históricas da cena brasileira e paisagens que contém ingredientes da nossa riqueza cultural.
“Esta viagem de belíssimos lugares e gente brincante e amistosa teve fundamentos na estrutura do sistema escravocrata brasileiro. E foi marcante, principalmente por ter permitido desenhar um marco violento da passada história, o Pelourinho. Porém, durante a produção da obra, me cercaram as crianças, sempre elas a nos dar a mão, como canta Milton”, explica Galvão.