O Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da FCMS (Fundação de Cultura) e Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura), promoverá na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) a exposição “Dó-Ré-MIS Mulheres na Música de MS”, em comemoração ao “Dia do Músico”, celebrado em 22 de novembro.
A exposição será aberta nesta terça-feira (26), às 13 horas, e ficará disponível até o dia seguinte, oferecendo ao público uma rica imersão na arte musical produzida por mulheres sul-mato-grossenses. A Sessão Solene de outorga da Medalha “Tom do Pantanal – Arara Azul”, que também ocorrerá nesta terça (26), às 19 horas, complementa a celebração.
A exposição tem como objetivo divulgar e valorizar a produção musical feminina da região, estabelecendo um diálogo entre as diversas manifestações artísticas e o desenvolvimento de experiências culturais para todos os públicos. A mostra é composta por músicas e minibiografias de cantoras e instrumentistas que marcaram e continuam a enriquecer o cenário musical de Mato Grosso do Sul, refletindo a diversidade dessa cultura tão rica. Entre as artistas representadas, estão as pioneiras Beth e Betinha, Delinha, Helena Meirelles, além de nomes contemporâneos como SoulRa, Negabi, Sampri, entre muitas outras.
Mulheres que transitam com maestria pelos mais variados estilos musicais — do sertanejo raiz ao universitário, da polca à guarânia, do chamamé ao rasqueado, do samba ao rock, e até o eletrônico — são as protagonistas dessa homenagem. Elas têm cativado diferentes gerações com um magnetismo sonoro único e são a alma desta exposição, que celebra não apenas a música, mas também a potência criativa das mulheres de Mato Grosso do Sul.
A exposição reúne um acervo de fotografias, discos, CDs e documentos sonoros, permitindo ao público conhecer a trajetória e o impacto dessas mulheres multifacetadas, que além de cantoras, são compositoras, instrumentistas, professoras e, muitas vezes, mães e trabalhadoras. Com muito talento, essas artistas tornam o cotidiano mais leve e poético por meio da música.
A exposição também traz um imenso leque de raridades musicais produzidas por artistas sul-mato-grossenses, de propriedade do professor Carlos Luz. São raridades de 1950 a 1990. Dentre elas é possível encontrar os LPs de Frankin e Martin, Jangão e Angelino, Canto da Terra, Alzira Espíndola, Rondon Figar, Amambai e Tony Mendes, Los Celestiales, João Fígar, Jandira e Benites, Zé Corrêa e ainda Franquito, que nasceu em Aquidauana e que segundo o pesquisador Carlos Luz, teria sido o primeiro artista a gravar um vinil em Mato Grosso do Sul, e tantos outros que poderão aguçar a curiosidade dos visitantes, principalmente da geração jovem que não conhece um LP (Long Play).
Este acervo é fruto de doações feitas pela população e pelo “Projeto Memória Fonográfica”, do pesquisador Carlos Luz que há 17 anos faz pesquisas com fonogramas. O projeto foi financiado pelo Fundo de Investimentos Culturais (FIC), que possibilitou os recursos para a busca em sebos e também com os próprios artistas. Posterior a sua aquisição, os discos foram digitalizados, os áudios tratados, recuperadas as capas e entregues em formato físico e digital para o acervo do MIS.
A exposição promove uma viagem pelos mais variados ritmos musicais, do instrumental ao sertanejo, passando pelo folclore, samba e erudito, com muitas peças raras, dignas de um acervo rico que hoje se encontra no MIS. “Estamos homenageando a trajetória musical de nossos artistas”, frisa Carlos Luz. O secretário de Estado de Turismo, Esporte e Cultura, Marcelo Miranda, destacou a importância da iniciativa. “É uma exposição que celebra o talento feminino e reforça nosso compromisso em apoiar e promover as artes locais. As mulheres têm desempenhado um papel fundamental na construção da identidade cultural de nosso estado, e nada mais justo do que reconhecê-las e dar visibilidade ao seu trabalho”.
Para o presidente da FCMS, Eduardo Mendes, a exposição vai além de uma simples homenagem. “Trata-se de um reconhecimento ao papel transformador das mulheres na construção da identidade cultural do nosso Estado. Com esta iniciativa, celebramos a arte, mas também a força, o talento e a diversidade das cantoras e musicistas que influenciaram e continuam a influenciar gerações, de Delinha e Helena Meirelles às jovens promessas como SoulRa e Negabi. Que esta exposição seja um convite para refletirmos sobre a importância de continuar investindo na cultura e na visibilidade de nossas artistas”.
Karina Lima, Comunicação Setesc
Foto: Divulgação