Na noite desta quinta-feira,06 de junho, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, foi realizada a Mesa Redonda com o tema “Arquivos em perspectiva: acesso e possibilidades à pesquisa histórica em arquivos e centros de documentação”, durante a Semana Nacional de Arquivos. A atividade integrouu o Projeto de Extensão (UFMS) intitulado de Programa de Popularização da Ciência Arqueológica através de base dados e ações de educação patrimonial junto ao Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro.
Os ministrantes foram Arquivista Debora Resstel Ribeiro (Arquivo Central-UFMS), Prof. Me. Douglas Alves da Silva (APE/MS-FCMS), Arquivista Luana Moura (MuArq-UFMS), Prof.ª Ma. Madalena Dib Mereb Greco (IHG/MS) e diretora da Assessoria de Gestão Documental e Memória do TJMS, Zeli Paim. Mediação: Prof. Dr. Carlos Eduardo da Costa Campos (ATRIVM-UFMS). Ação aberta foi oferecida à comunidade acadêmica da UFMS em Campo Grande visando à imersão introdutória dos mesmos nas possibilidades de acesso e pesquisas em acervos históricos.
O mediador, professor Carlos Eduardo da Costa Campos, do curso de História da UFMS, falou um pouco da importância de trazer a discussão sobre arquivos para o ambiente acadêmico: “Eu sou presidente da Comissão de Estágio aqui da UFMS, do setor de História, e dentro dessa parte do meu ofício, trazer para as pessoas o espaço da produção do trabalho do historiador no Arquivo, dos arquivos históricos, é abrir nicho de mercado, é abrir para as pessoas um espaço em que elas possam fazer pesquisa, que elas possam reconstruir memórias históricas do nosso Estado, das personalidades do nosso Estado, do mundo que essas pessoas vivem. Então trazer essa discussão para a sala de aula de História é abrir um espaço de reconstrução histórica, sociológica e antropológica da nossa sociedade. Os Arquivos são essenciais uma vez que nós estamos perdendo o diálogo com esses materiais pelo mundo da internet e às vezes a gente não consegue compreender que esses materiais são a fonte de memória da nossa sociedade e da nossa cultura”.
Para a professora Madalena Dib Mereb Greco, do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, os arquivos são o depositário de toda uma história de uma cidade, de um Estado, de um País, de uma civilização. “Quando nós damos acesso para que o pesquisador, o acadêmico ou mesmo aquela pessoa que se interessa em saber suas origens, as suas histórias, o arquivo ele permite que essa pessoa prorrogue ou eternize muitas vezes um estágio de cultura, de formação de uma sociedade. O Arquivo ele tem esse papel, de ser o depositário não só de coisas antigas, mas aquele que consegue prolongar, fazer com que toda aquela cultura, aquele tecido cultural possa ser permanentemente estudado, trabalhado e perpetuar a história e a cultura de um povo”.
A diretora da Assessoria de Gestão Documental e Memória do TJMS, Zeli Paim, explica que o Arquivo do Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul contribui muito com a história do Estado, não só de Mato Grosso do Sul mas também de Mato Grosso uno e de todas as cidades do Estado de Mato Grosso do Sul. “Nós estamos fazendo um trabalho justamente para preservar e não deixar morrer as histórias dos cidadãos. Os processos chegam até nós sob demanda, demanda dos cidadãos mato-grossenses e sul-mato-grossenses, nós contamos a história não só de pessoas que passaram, mas pessoas que estão ainda no Estado e que continuam fazendo parte da nossa história. Todo o acervo conta a história de pelo menos duas pessoas em cada processo”.
A arquivista Luana Moura, do Museu de Arqueologia da UFMS, afirmou que a importância de trazer essa discussão sobre os arquivos para o ambiente acadêmico é para poder proporcionar aos alunos uma opção de onde eles podem atuar, não só durante a academia, durante o curso deles, mas também quando eles se formarem, é mais uma opção de atuação do historiador com nós, arquivistas. “O papel do arquivo hoje é resgate de memória, identidade, que isso tudo faz com que a gente consiga compreender quem nós somos, qual a nossa história, nossa trajetória, que essas informações estão presentes em vários tipos de arquivos. Então preservar os arquivos é fundamental para a gente conhecer nossa história e saber um pouco mais sobre nossa memória”.
A arquivista Debora Resstel Ribeiro, do Arquivo Central da UFMS, disse que os arquivos contêm uma variedade riquíssima de material e a pessoa que conhece a sua história, que estuda a sua história se sente pertencente ao local onde ela está inserida. “Então quando a gente estuda a história da Universidade, no nosso caso aqui, a gente se sente mais parte dela, a gente consegue entender todo o processo, a gente percebe porque a gente chegou até aqui, como foi esse percurso, e a gente passa a valorizar mais e a gente passa a entender melhor os nossos direitos como cidadãos”.
Douglas Alves da Silva, do Arquivo Público Estadual, finalizou dizendo que é muito importante vir numa instituição tão importante como a UFMS para mostrar para os futuros pesquisadores onde eles podem encontrar alguns tipos de acervos. “Cada instituição que hoje esteve aqui nesta rede de arquivos e acervos históricos trouxe determinados tipos de documentos. Cada instituição tem uma tipologia de documentos, temas diferenciados, e aqui nós buscamos trazer novos olhares para o pesquisador, e esses novos olhares, o que ele pode encontrar em cada uma dessas instituições”.
Texto e fotos: Karina Lima/FCMS