Campo Grande (MS) – Encerrando as atividades do ano, o MIS (Museu da Imagem e do Som) contará com diferentes – porém conectadas – atividades nesta sexta (22 de dezembro): Inauguração da exposição “Memória da Música MS 40 anos”, exibição de cinco produções realizadas durante o Curso de Documentário “MS 40 anos em Histórias Cinematográficas” e entrega dos respectivos certificados aos diretores. Ainda na ocasião será lançada a nova programação da TV Educativa. As atividades começam a partir das 9 horas e a entrada é franca.
A exposição “Memória da Música MS 40 anos” é em parceria com o pesquisador Carlos Luz. O MIS tem em seu acervo cerca de 200 discos de vinil e vão estar expostos 100. São raridades de 1950 a 1990. Dentre elas é possível encontrar os LPs de Frankin e Martin, Jangão e Angelino, Canto da Terra, Alzira Espíndola, Rondon Figar, Amambai e Tony Mendes, Los Celestiales, João Fígar, Jandira e Benites, Zé Corrêa e ainda Franquito que nasceu em Aquidauana e que segundo o pesquisador Carlos Luz, teria sido o primeiro artista a gravar um vinil em Mato Grosso do Sul, e tantos outros que poderão aguçar a curiosidade dos visitantes, principalmente da geração jovem que não conhece um LP (Long Play).
Este acervo é fruto de doações feitas pela população e pelo “Projeto Memória Fonográfica”, do pesquisador Carlos Luz que há 17 anos faz pesquisas com fonogramas. O projeto foi financiado pelo Fundo de Investimentos Culturais (FIC), que possibilitou os recursos para a busca em sebos e também com os próprios artistas. Posterior a sua aquisição, os discos foram digitalizados, os áudios tratados, recuperadas as capas e entregues em formato físico e digital para o acervo do MIS.
A exposição promove uma viagem pelos mais variados ritmos musicais, do instrumental ao sertanejo, passando pelo folclore, samba e erudito, com muitas peças raras, dignas de um acervo rico que hoje se encontra no MIS. “Estamos homenageando a trajetória musical de nossos artistas”, frisa Carlos Luz.
“MS 40 anos em Histórias Cinematográficas”
Também serão exibidos nesta sexta-feira cinco produzidos ao longo do curso “MS 40 anos em Histórias Cinematogáficas”, uma parceria da TV Educativa e da Fundação de Cultura.
O curso começou no dia 25 de abril e contou com carga horária total de 160 horas, inclusas as captações externas e as aulas teóricas e visionagem. Na teoria foi apresentada a potencialidade dos chamados “materiais de arquivo” na construção de uma obra e discurso audiovisual, fazendo com que os participantes buscassem e experimentassem novos sentidos na utilização de imagens produzidas no passado.
A coordenação dos trabalhos e aulas teóricas ficaram a cargo de Carlos Diehl, diretor e editor da TVE e da jornalista e coordenadora do MIS, Marinete Pinheiro. Ainda durante a exposição haverá a entrega de certificados para os 22 participantes do curso.
Segundo a coordenadora, os meses de produção dos documentários geraram um processo de pesquisa muito interessante. “Os participantes acabaram descobrindo uma série de fatos sobre a história de Mato Grosso do Sul que foram enriquecedoras em suas obras. Além disso a parceria com a TVE proporcionou aos alunos a redescoberta do que é a TV pública. Já o MIS ganha em acervo, já que posteriormente estas produções serão exibidas para estudantes, pois trabalhamos muito com as escolas”.
Confira abaixo a sinopse e a ficha técnica dos curtas que serão exibidos:
Paralelas de aço – A magia das viagens no trem, as estações, o poder de construir histórias e memórias, a relação comercial e emocional dos passageiros, pessoas simples que tinham em cada vagão parte de suas vidas e a importância da linha férrea na construção de muitas cidades. Direção, pesquisa e roteiro: Rachid Waqued.
Reexistência – Eu posso ser você sem deixar de ser quem sou! – Pela primeira vez representantes de várias etnias indígenas do Estado do Mato Grosso do Sul fazem um balanço sobre os 40 anos da divisão do Estado. O índio da aldeia é o mesmo indo da cidade?Direção: Amanda Dim e Nadja Mitidiero.
Hino – Glória e Tradição de uma gente audaz – Logo após a criação de Mato Grosso do Sul, em 11 de outubro de 1977, um concurso foi lançado para escolher o hino oficial do recém criado Estado. Porém, a história conta que nenhum texto agradou o suficiente a comissão julgadora. Quase 40 anos após, vozes das ruas e personalidades que viveram ou estudaram a época apresentam opiniões e até outras versões sobre a criação do hino e trazem uma reflexão: afinal de contas, há “Glória e Tradição” quando se fala no Hino Oficial de Mato Grosso do Sul? Direção e roteiro: Guilherme Cavalcante, Lizandra Moraes e Marcia Furtado.
Mulheres em obras – A Criação de Mato Grosso do Sul a partir da perspectiva de artistas visuais que vem transformando e construindo este cenário no estado. Com imagens de arquivo e entrevistas o documentário mostra a importância das obras como registro de um tempo e o processo criativo, as vezes conflitivo das mulheres no universo artístico. Direção: Ana Rita Moraes Dorneles
Por que Dividir? – A divisão do Mato Grosso feita pelos militares sem a participação popular, como se deu este processo e como ele se inicia ainda nos anos 1930 é o tema deste documentário que entra a fundo na rivalidade de Campo Grande e Cuiabá a partir da Copa do Mundo. Direção: João Fernando Pelho Ferreira.
Museu em ação
O MIS teve um ano intenso de atividades, com exposições de fotografias, exibição de filmes e documentários, cursos, palestras, visitas mediadas, promovendo e difundindo a produção audiovisual sul-mato-grossense, bem como proporcionando aos seus frequentadores produções que geralmente não entram no circuito comercial.
Serviço: A exposição “Memória da Música MS 40 anos”, a exibição dos documentários, a entrega dos certificados do curso e o lançamento da nova programação da TV Educativa (Canal 4 da TV aberta e Canal 15 da NET) acontecem na próxima sexta-feira (22/12) no MIS (Museu da Imagem e do Som) localizado no Memorial da Cultura Apolônio de Carvalho, na Av. Fernando Corrêa da Costa, 559, no 3º andar.