Campo Grande (MS) – Foi aberta na noite de ontem, no Cine Sesc Arsenal (Sesc Horto), a 10ª Mostra Cinema e Direitos Humanos no Mundo, realizada pelo Ministério da Cultura, Secretaria Especial de Direitos Humanos e Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos.
A primeira Mostra aconteceu em 2006 como uma das ações estratégicas da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) para celebrar o aniversário da Declaração Universal de Direitos Humanos, proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948, e foi expandida ao longo dos últimos dez anos e, atualmente, ocorre em todas as capitais federais do Brasil.
Em Campo Grande, a Mostra passou a acontecer a partir da sexta edição, e para este ano de 2015, é a terceira capital contemplada, sendo precedida por Belo Horizonte e Florianópolis.
Christiana Freitas, diretora de Promoção dos Direitos Humanos em exercício, explica que a ideia da Mostra é divulgar os temas de direitos humanos, trabalhar, dialogar sobre eles a partir da linguagem cinematográfica. “É retratada uma série de contextos de violação e também de promoção de direitos humanos, como o combate à fome e à miséria, moradia digna, discriminação racial, igualdade de gênero, direitos da saúde, direitos da população LGBT. A Mostra é um instrumento de fortalecimento a uma cultura de paz e de respeito aos direitos humanos, é uma ação de educação. Não vamos conseguir mudar o [pensamento das pessoas] da noite para o dia, mas vai se construindo isso”.
A temática principal deste ano são os direitos da infância e da adolescência. Os filmes estão divididos em três mostras: Mostra Panorama, que exibe filmes abordando todos os direitos humanos em geral; Mostra Temática Criança e Adolescente e a Mostra Homenagem, com filmes já premiados em mostras anteriores. Os filmes são apresentados com legendas e closed captions, além de dez filmes com sessão de audiodescrição. “As exibições dos filmes funcionam como catalisador para uma mudança de consciência, em que as pessoas são confrontadas com outras perspectivas”, afirma Christiana.
Na noite de abertura foram exibidos o curta “Abraço de Maré”, de Victor Ciríaco, e o filme “Betinho – A Esperança Equilibrista”, de Victor Lopes, ambos produzidos no Brasil. As produtoras locais da Mostra são Farid Fahed e Kamyla Simon. Farid diz que a importância de se trazer um evento como este para Campo Grande está na formação de público para o audiovisual. “É educar, por meio de exibições e rodas de bate-papo, para alinhar os diferentes pensamentos, e sobre como a sociedade pode se portar melhor a respeito desses assuntos”.
Da esq. p/ dir.: Farid Fahed, Kamyla Simon e Christiana Freitas
A coordenadora do Museu da Imagem e do Som, Marinete Pinheiro, esteve presente representando o secretário estadual de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação, Athayde Nery. Ela afirma ser de fundamental importância a Mostra pela possibilidade de se ver filmes que não estão no circuito comercial, contemplando a temática dos direitos humanos. “São filmes com muita riqueza cultural, de produção alternativa, em que os produtores vão atrás de várias realidades diferentes, que fogem daquela comédia pastelão. É uma Mostra de muita responsabilidade, cuidadosa nos filmes que traz. Quero parabenizar os organizadores pois conseguiram uma série de filmes muito difíceis de encontrar. A programação está excelente, é uma oportunidade única de ver filmes como esses”.
Estiveram presentes também a representante da Secretaria de Estado de Educação, da Coordenadoria de Políticas Específicas para a Educação, Tânia Mugoli; o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Joatan Loureiro, e a superintendente da Política de Direitos Humanos da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast), Ana Lúcia Americo Antonio.
Ana Lúcia agradeceu o convite para prestigiar a Mostra. “Sob a perspectiva da educação e direitos humanos, esta é uma temática para ser discutida na escola. Temos realizado atividades em forma de oficinas e o tema mais pedido pelas escolas é a violência. Queremos construir uma perspectiva diferente em direitos humanos, que é para todos. Que no próximo ano possamos construir a quatro mãos as nossas ações e nossos serviços [com a Mostra], pois estamos interessados na temática”, finaliza Ana Lúcia.
A 10ª Mostra Cinema e Direitos Humanos no Mundo, em Campo Grande, vai até o dia 22 de novembro. A programação completa pode ser visualizada no site http://mostracinemaedireitoshumanos.sdh.gov.br/2015/programacao/