A cultura de Mato Grosso do Sul é feita por muitas mãos femininas, podemos aqui passar horas falando sobre os feitos de grandes mulheres ao longo da nossa história, Helena Meireles, Conceição dos Bugres, Glauce Rocha são referências para as artistas que hoje trilham caminhos nas artes visuais, literatura, artesanato, música e artes cênicas em nosso Estado.
No artesanato temos Catarina Guató é uma mulher canoeira, artesã, que vem com muitas dificuldades na trajetória compartilhando sabedorias ancestrais realizando oficinas e encontros que valorizam o artesanato de fibras de aguapé de sabedoria Guató. Remando na canoa dos Guató vindo da Barra do São Lourenço que fica na margem esquerda do rio Paraguai, na região da Serra do Amolar, considerada uma das áreas mais isoladas e de difícil acesso do Brasil, Catarina leva o conhecimento de seus antepassados em fóruns, feiras e oficinas. Ano passado Catarina foi agraciada com um prêmio nacional concedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como uma mulher que preserva o patrimônio cultural da sua comunidade.
Laís Dória é uma multiartista nascida em Ponta Porã, fronteira do Brasil com o Paraguai. Teve sua formação profissional e pessoal no Rio de Janeiro, para onde foi ainda criança. Graduada em pedagogia e mestre em artes pela ECA/USP, a artista sul-mato-grossense fundou em 1996 o Centro de arte, educação, cultura, social e meio ambiente – Casa de Ensaio, na cidade de Campo Grande, espaço onde desenvolveu uma metodologia própria, com foco na arte transformação social para crianças e adolescentes.
A cantora Maria Alice se destaca no cenário da música de Mato Grosso do Sul desde o final dos anos 1980, quando iniciou parceria de uma década com o saudoso virtuose violonista Orlando Brito nos bares de Campo Grande. A sua escalada como intérprete ganhou impulso em 1993, quando ficou em segundo lugar no “IV Festival Universitário da Canção”, da UFMS, com a música “Modesta”. A “cearense sul-mato-grossense” lançou seu primeiro disco “No Mundo a Passeio” no ano de 1997. O álbum teve direção musical do parceiro Pedro Ortale e repertório com músicas de compositores ícones de Mato Grosso do Sul.
Conceição Leite é atriz, diretora de teatro e contadora de histórias, e atua nas artes cênicas por mais de 40 anos, participou dos grupos de teatro Teatral Alma de Circo, Teatral Grupo de Risco, Oficina de Criação Teatral e Curumins Cia Teatral, atualmente, é diretora do INSTITUTO SÓCIO CULTURAL CURUMINS, desenvolvendo os seguintes trabalhos onde ministra cursos e oficinas de teatro e Contação de histórias, desenvolve projetos de teatro com temas educativos, faz apresentações em hospitais, escolas, postos de saúde, centro comunitários, entre outros espaços públicos. Conceição tem uma longa trajetória como contadora de histórias, sendo que foi idealizadora e coordenadora do projeto I e II Festival de Contação de Histórias de MS.
Na Literatura uma das nossas mais influentes representantes, Raquel Naveira é escritora, professora universitária, crítica literária, Mestre em Comunicação e Letras pela Universidade Presbiteriana Mackenzie de São Paulo, autora de vários livros de poemas, ensaios, romance e infantojuvenis. Pertence à Academia Sul-Mato-Grossense de Letras; à Academia de Letras do Brasil, com sede em Brasília; à Academia de Ciências de Lisboa e ao PEN Clube do Brasil.
São muitas as mulheres que representam a cultura do nosso estado, elas estão em todos os lugares, nas escolas, nas comunidades, na literatura ou nos palcos, elas moldam a nossa sociedade e traçam caminhos para que todos possamos seguir, suas histórias de vida são referências para toda uma população.
Ana Ostapenko, FCMS