Hoje, 18 de abril, é o Dia Nacional do Livro Infantil. E para comemorar a data, a Biblioteca Pública Estadual Dr. Isaias Paim recebe a visita da Kombiteca Atarefadas, um projeto de incentivo à leitura que visita principalmente as comunidades da periferia da Capital. Crianças de uma escola da Capital visitaram hoje à tarde a Kombiteca, que estacionou em frente ao Memorial da Cultura e Cidadania.
Meire Maria Barbosa, professora de Geografia há 20 anos das redes Estadual e Municipal e servidora da Biblioteca Isaias Paim, teve a ideia de iniciar o projeto da Kombiteca há três anos, graças a um outro projeto que ela participou no município: “Na verdade a Kombiteca era um sonho que eu tinha há algum tempo. Eu trabalhava num projeto em que a escola do município abria aos finais de semana, que chamava-se Escola Aberta, Escola Viva, e eu fazia parte da leituração deste projeto. Eu ia de escola em escola e fazia a interação com as comunidades. Aí eu tinha um sonho de montar para mim um projeto móvel, uma vez que o projeto acabou, eu quis dar continuidade”.
A Kombiteca já tem mais ou menos três anos. “Na pandemia as crianças eram muito carentes de ter este contato com o professor, aí eu levava, através da leitura, nas comunidades, o projeto de leituração, de reforço escolar e foi assim que nasceu a Kombiteca. O projeto funciona assim: eu vou nas comunidades mais carentes, não tem um dia certo, eu vou sempre aos finais de semana, e eu pego as crianças do jeitinho que elas estão, se elas estão soltando pipas, descalças, em vulnerabilidade, quando elas veem a Kombi elas já vêm, e aí eu começo a leituração, sempre eu vou fantasiada de fada, para que elas possam fazer esta interação com a leitura, e também dou reforço escolar”.
Para a professora e servidora pública Meire, a Kombiteca tem um valor imensurável porque faz com que as crianças se sintam incluídas. “Eu vejo que as crianças, através da leitura, interagem com criatividade, a partir de qualquer leitura eu tiro sempre boas lições e trabalho a questão educativa também com eles, falo sobre obediência, principalmente obediência com Deus, falo para eles ficarem longe das drogas, de toda forma de violência, é uma forma de proteção, de interação, e faz com que a criança se sinta incluída, realmente”.
Meire afirma que o livro infantil é um instrumento que faz com que a criança viaje na imaginação: “Ela consegue viajar o mundo sem sair do lugar somente com um livro, através do livro a gente constrói bons escritores, através do livro a criança sai do mundo das teclas, do mundo digital, que eu acho que as crianças de hoje são muito presas no mundo digital, elas precisam ter este contato com o livro, é de grande valia, não tenho palavras para descrever como a interação com a leitura transforma e realmente cria cidadãos”.
Patrícia dos Santos Gomes, coordenadora do Infantil e Fundamental 1 do Colégio Cecamp, que visitou a Kombiteca nesta tarde, afirmou que a leitura precisa ser incentivada. “A questão da leitura, o estímulo à leitura no livro físico ou mesmo virtual precisa ser incentivado porque as pessoas estão perdendo o hábito da leitura. Então eu acho interessante a contação de histórias porque chama a atenção para eles verem as imagens do livro, aquela interpretação da história, eu acho muito importante”.
Alice Cristina Greffe, professora do segundo ano, explicou um pouco sobre o processo de leitura que ela utiliza em sala de aula: “A leitura é de extrema importância, até no ano que eu estou eles estão aprendendo a ler e a escrever e o incentivo à leitura tem facilitado este caminho. A leitura em conjunto, nos livros que a gente lê na sala, todos juntos, que eles leem cada um um pouquinho tem agregado muito. Se eu não tivesse esse momento de leitura com eles, eles jamais iam sair do lugar, iam ter a mesma dificuldade, e eles estão avançando por conta da leitura, e nós fazemos isso toda semana, em conjunto, cada um lê um pouquinho o livro, a gente conversa, e é o que os tem incentivado a acelerar esse processo de leitura e escrita deles. Eu acho muito importante para eles participar hoje da Kombiteca porque é um momento coletivo, eles aprendem tanto neste momento de sentar e prestar atenção, como está agregando muito para eles neste sentido de aprender algo novo, uma história nova, por mais que muitos conhecem, para eles nunca foi contado desta forma, então eu tenho certeza que eles vão levar este momento para fora”.
Os alunos do segundo ao quinto ano que participaram da atividade na Kombiteca nesta tarde ficaram entusiasmados com o projeto. Giovana d’Agostini, 7 anos, segundo ano, gosta de ler e gostou de conhecer a Kombiteca. “Eu gosto de Língua Portuguesa e quero ser médica”. Letícia Fabri Carrelo, 12 anos, do oitavo ano, gosta muito de ler. “Eu gosto dos meus colegas, dos meus amigos. Gosto de ler e o que eu mais gostei da Kombiteca foi que cada história tem sua lição de vida. A leitura, além de você treinar o cérebro, a mente, melhora em muitas coisas e é um passatempo ótimo”.
Texto: Karina Lima
Fotos: Daniel Reino