Campo Grande (MS) – Acontece ao longo desta segunda-feira, 23 de maio de 2022, no Museu José Antonio Pereira, a Oficina de Conservação e Preservação do Patrimônio Cultural com o restaurador Antonio Sarasá. A Oficina faz parte da programação da 20ª Semana Nacional de Museus e aborda os materiais e técnicas construtivas e a relação do ser humano com o meio ambiente.
“Nós vamos usar a ‘Casa’ como uma própria oficina, mostrando que tudo que a gente tem aqui sai da própria natureza: pau, pedra e terra construindo o patrimônio. Nós vamos estudar essas relações usando a casa como um grande livro aberto”, explica Antonio Sarasá, restaurador e ministrante da oficina.
Antonio Sarasá, do Estúdio Sarasá, é o responsável pelo restauro da Casa do Artesão. Para ele, é muito importante poder participar da Semana dos Museus, para contar um pouco da experiência. “É muito bacana poder fazer essa troca de experiências, do conhecimento que a gente obtém dos antigos, dos nossos antepassados, e usa hoje para a transformação e a gente leva este legado para as gerações futuras, mostrar que tudo que a gente tem aqui por enquanto tem na natureza, mas daqui a pouco pode escassear. Então é um trabalho de reflexão do que é que nós estamos fazendo com a natureza”.
Marcelo José Florindo Filho, veio de Guararapes, interior de São Paulo, para estudar História na UFMS. Ele participa pela primeira vez da programação da Semana de Museus: “Eu não sou de Campo Grande, então eu não conhecia o espaço do Museu, decidi vir para conhecer. Sou de Guararapes, interior de São Paulo, e lá não tem museu. Acho muito legal participar porque de onde eu vim não tinha esse contato com museu, com a cultura, esse é o primeiro contato que eu estou tendo com os museus e com esse ambiente cultural”.
Camile Braga Pinto trabalha no Arquivo Público Estadual, e decidiu fazer a oficina para trazer mais conhecimento para a sua vida. “Eu penso eu levar mais conhecimento para o meu trabalho, entender mais como funciona e tentar trazer isso para o meu cotidiano. Aqui é história pura”.
Greice Mara Oliveira da Silva, gestora do museu José Antonio Pereira, diz que é importante trazer esta oficina para acontecer dentro do Museu para provocar e incentivar a comunidade, como o público em geral, da importância da preservação e conservação do patrimônio rico que a cidade de Campo Grande possui. “O nosso museu José Antonio Pereira é um exemplar da casa mais antiga, que foi construída por volta de 1882, então é importante esta oficina porque vai nos ensinar a prorrogar talvez mais alguns anos de existência da estrutura desse casarão. É bom aprender um pouco mais para contribuir para um futuro melhor”.
A 20ª Semana Nacional dos Museus está no final, e Douglas Alves da Silva, coordenador do Sistema Estadual de Museus, afirma que os eventos da programação foram muito gratificantes durante esta semana: “Foram eventos diversificados que aconteceram pelo Estado, desde palestras formações, exibições de filmes, rodas de debate, capacitações, práticas… são eventos que ficam, que vêm mostrar como resolver algumas problemáticas em edificações que são destinadas a se tornar um museu, como é o caso do Museu José Antonio Pereira: uma casa antiga que remonta ao século passado, com um tipo de material utilizado em sua edificação totalmente diferenciado, que hoje é trazido para a realidade atual, que mostra que o antigo pode conviver com o novo, respeitando as diferenças de formas de construção”.
“As capacitações levaram os profissionais da área de museus a se reciclarem cada vez mais. Sempre precisamos estar nos atualizando cada vez mais, e o público só tem a ganhar com isso, porque tem um pessoal mais capacitado, um local mais adequado à visitação, vê o respeito ao antigo, às tradições, às transformações que passaram, e ver que estes espaços culturais estão abertos à população. Retomamos o presencial, mas não esquecemos o virtual, que também se fez presente durante esta semana nas atividades dos museus que participaram, mas voltando a ter o presencial, o acalento de você olhar a instituição presencialmente, acho que esse é o grande diferencial”, finaliza Douglas.
Fotos: Ricardo Gomes