Publicado em 25 jul 2025 • por Karina Medeiros de Lima •
O projeto Olubayô – Cinema nas Comunidades Quilombolas retorna para uma sessão extra neste sábado (26), a partir das 19h, em mais uma noite de celebração da imagem, da memória e da ancestralidade. No telão montado na Associação Familiar Comunidade Negra São João Batista, o público assistirá à estreia do documentário Olubayô, obra que registra a passagem do projeto por nove comunidades quilombolas de Mato Grosso do Sul. Também serão exibidos os filmes Águas, de Raylson Chaves; Bonita, de Mariana França; e o documentário da Festa de São João da Comunidade Quilombola São João Batista.
O Olubayô começou como uma ideia simples: levar cinema aonde ele não chega. Mas tornou-se uma corrente de encontros, de escuta, de reflexão e de encantamento. Em cada comunidade, uma tela, cadeiras, olhos atentos, crianças rindo alto, senhoras emocionadas, jovens sonhando com o que viram. E agora, esse trajeto se transforma em um filme que devolve a essas comunidades suas próprias imagens.
“Esse documentário é a nossa forma de agradecer. De olhar para trás e ver quantas sementes foram plantadas. O Olubayô não foi só uma exibição de filmes. Foi um ritual de reencontro, de reconhecimento. Essa sessão extra é um presente para todos que estiveram conosco, e um convite para continuar sonhando juntos”, afirma a professora Bartolina Ramalho Catanante, a professora Bartô, idealizadora do projeto.
A programação da noite traz também o filme Águas, de Raylson Chaves, que narra o cotidiano e a resistência de Dona Janice, mulher negra que se reconecta com seus encantados e com a natureza como forma de cura e libertação. Bonita, de Mariana França, revela a força e a sensibilidade das mulheres negras que redescobrem a autoestima diante de um mundo hostil. Fechando a noite, o documentário da Festa de São João da Comunidade São João Batista, verdadeiro retrato da força coletiva e da espiritualidade do povo quilombola.
Na tela e na rua, o Olubayô segue celebrando a democracia do olhar. Cinema como ferramenta de escuta e identidade. Arte como espelho e possibilidade. “Somos parte de uma história que se recusa a ser esquecida. O cinema nos ajuda a contar do nosso jeito, com a nossa voz”, conclui a professora Bartô.
O projeto Olubayô – Cinema nas Comunidades Quilombolas é realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, do Ministério da Cultura (MinC), através do edital de audiovisual da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), e integra as comemorações dos 40 anos do Grupo TEZ (Trabalho e Estudos Zumbi), entidade histórica do movimento negro em Mato Grosso do Sul.
Serviço:
Sessão extra Olubayô
Local: Associação Familiar da Comunidade Negra São João Batista, localizada na rua Barão de Limeira, 1750, Pioneiros;
Data: Sábado, 26 de julho;
Horário: 19 horas;
Entrada gratuita.
Com informações da Assessoria