Campo Grande (MS) – “Sonhos”, do diretor japonês Akira Kurosawa, será a atração da próxima sexta-feira (15 de dezembro) do projeto Cine Café. A exibição acontece no Museu da Imagem e do Som, da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, às 19 horas e a entrada, como sempre, é franca.
Considerado um dos mais importantes diretores do cinema oriental, Akira Kurosawa criou um filme que de fato continha elementos de seus sonhos. São ao todo oito segmentos que se somam e criam a obra, que será debatida logo após a exibição.
No primeiro, “A Raposa”, uma criança é avisada pela mãe que não deve ir à floresta quando há chuva e sol, pois é época do acasalamento das raposas, que não gostam de serem observadas. Mas ele desobedece os conselhos e as observa atrás de uma árvore. Ao retornar para casa sua mãe não o deixa entrar e lhe entrega um punhal, dizendo que como ele havia contrariado a raposa ele deveria se matar, mas em seguida sugere algo que pode remediar a situação.
Na segunda, “O Jardim dos Pessegueiros”, o irmão mais novo de uma família, ao servir chá para as irmãs, depara com uma moça que foge. Indo ao seu encalço, nota que ela é uma boneca e depara com os pessegueiros da sua casa totalmente cortados, restando só tocos. Os espíritos dos pessegueiros surgem para ele e, em uma dança melancólica, dizem que as bonecas são colocadas para enfeitar e festejar a florada dos pessegueiros, mas como eles não mais existem naquela casa não fazia sentido a presença das bonecas.
Na terceira, “A Nevasca”, o líder de uma expedição, junto com seu grupo, se vê em meio a uma nevasca. Eles sucumbem, mas repentinamente surge uma linda mulher que envolve o líder com uma echarpe prata. Ele percebe que ela é a morte, que se transforma em uma horrenda figura. Então ele vê que está próximo do acampamento e tenta acordar os companheiros, mas não consegue. Ouve então uma corneta, indicando que o acampamento está mais próximo do que imagina.
No quarto, “O Túnel”, ao entrar em um túnel o capitão de um exército é surpreendido por um cão, que ladra para ele. Atravessa então o túnel em curtos passos. Na saída ouve alguém caminhar e depara com um dos seus soldados morto em combate, que pensa não estar morto.
No quinto conto, “Corvos”, um jovem pintor, ao observar as pinturas de Van Gogh, entra dentro dos quadros e se encontra com o pintor, que indaga por qual razão ele não está pintando se a paisagem é incrível, pois isto o motiva a pintar de forma frenética.
No sexto conto, “Monte Fuji em Vermelho”, o vulcão entra em erupção ao mesmo tempo em que ocorre um incêndio em uma usina nuclear, provocado por falha humana. É desprendida no ar uma nuvem de radiação. Um homem relata ser um dos responsáveis pela tragédia e diz preferir a morte rápida de um afogamento à lenta provocada pela radiação.
No sétimo, “O Demônio Chorão”, ao caminhar um viajante encontra um demônio, que lamenta ter sido um homem ganancioso e, como muitos, transformou a terra em um lastimável depósito de resíduos venenosos.
No último, “Povoado dos Moinhos”, um viajante chega à um lugarejo conhecido por muitos como Povoado dos Moinhos. Lá não há energia elétrica e tampouco urbanização. Um idoso, ao ser indagado, relata que os inventos tornam as pessoas infelizes e que o importante para se ter uma boa vida é ser puro e ter água limpa.
Cine Café – Um dos mais criativos projetos de cinema realizados em parceria com o MIS, o Cine Café realizou em 2017 mais de dez sessões gratuitas, trazendo não só filmes clássicos do cinema mundial, mas também provocando debates relevantes para a formação de público e também para criação de um pensamento voltado para o cinema de arte.
Para 2018 a previsão é que as sessões do Cine Café aconteçam uma vez por mês, sempre às segundas-feiras, a partir de fevereiro.
Serviço: A exibição de “Sonhos” acontece nesta sexta (15 de dezembro), às 19 horas, no MIS, que fica no terceiro andar do Memorial da Cultura e da Cidadania, na Avenida Fernando Correa da Costa, 559 – Centro. Outras informações pelos telefones 3316-9178 / 3316-9141.