Campo Grande (MS) – O Museu da Imagem e do Som, em parceria com o Instituto Mamede, realiza, nos dias 11 e 12 de junho, atividades alusivas à Semana do Meio Ambiente. O objetivo é conduzir os participantes a uma reflexão sobre a importância da conservação e preservação dos nossos recursos naturais e da sustentabilidade regional. O tema deste ano é “Meio ambiente: nosso maior patrimônio”.
A programação começa no dia 11, às 8 horas, com a atividade “Voz da paisagem”, realizada pela bióloga do Instituto Mamede, Maristela Benites, com a participação de estudantes de escolas de Campo Grande. A bióloga coloca um som e as crianças têm que desenhar o que estão escutando, imaginando de que paisagem se trata. Depois a ministrante revela para os estudantes qual paisagem é. No fim da manhã será realizada uma exposição com os desenhos resultantes da atividade.
Uma das organizadoras do evento, Simone Mamede, do Instituto Mamede de Pesquisa Ambiental e Ecoturismo, diz que a ideia é fazer com que as pessoas consigam vislumbrar a onipresença da imagem e do som do meio ambiente. “A gente o tempo se depara com imagens e sons no nosso cotidiano. O desafio é perceber a interação das inúmeras conexões, e fazer uma reflexão dessas relações, da conectividade que existe entre ciência, cultura, história, paisagem, arte. Tudo está interligado no ambiente que é de todos e que inspira cuidado”.
Às 10 horas, a professora Rosiane Moraes fará um relato de experiência sobre a trilha pedagógica na escola rural municipal Vanderlei Rosa de Oliveira. A escola conta com espaços verdes dentro da instituição, construção de hortas, iniciação científica, gincanas e monitores ambientais, entre outras iniciativas, que envolvem 1722 alunos.
Às 10h30 a bióloga Simone Mamede expõe o Catálogo de Aves de Campo Grande, que será lançado às 19h30 deste mesmo dia, no MIS. A capital se destaca por conter rica biodiversidade urbana demonstrando que a adoção de um paisagismo funcional faz toda a diferença na manutenção e ampliação das riquezas naturais com as quais convivemos e que são dignas de admiração. As aves, por sua vez, não apenas ocupam as cidades, mas tornam as áreas urbanas mais leves, belas e contribuem com a voz da paisagem que reverbera nas nossas manifestações culturais. O Catálogo de Aves é uma viagem ao mundo das aves da cidade.
O MIS exibe, às 19 horas, os três curtas vencedores do concurso Avistar Campo Grande 2018, com o tema “Campo Grande Capital do Turismo de Observação de Aves”. Conquistou o primeiro lugar o curta “No Quintal, Pássaros”, de Helio Godoy; no segundo lugar, “O que é possível AVISTAR em Campo Grande?”, de Bruna da Silva Andrade, e em terceiro “Por que Campo Grande é a capital para se observar Aves”, de Yasmin.
A exposição da artista Lídia Coímbra, “Aves da Capital”, encerra a programação do dia, às 20 horas. Lídia Coimbra é publicitária e trabalhou sempre como ilustradora. Há 14 anos comprou um sítio em Corguinho e começou a se inspirar na natureza para suas ilustrações. “Faz três anos que voltei para Campo Grande. Meu sítio era no mato mesmo. Eu não tinha acesso à internet, e como já trazia essa bagagem da publicidade, como ilustradora, comecei a pintar com lápis de cor e fui aprimorando, sempre observando os pássaros. Vou ao campo observar para tirar os detalhes. Observando e colocando na ilustração, faço um trabalho mais verdadeiro. Quando não consigo ver um bicho ao vivo, uso fotos. Com meu trabalho eu posso trazer um pouco mais para as pessoas da natureza. Às vezes as pessoas não vão para o campo, mas todo mundo quer a natureza dentro de si”.
Foto: Alvaro Herculano
A programação continua no dia 12 de junho, com a distribuição de mudas oferecidas pela Águas Guariroba, das 10 às 15 horas. Às 14 horas será exibido o documentário “Sertão Velho Cerrado”, dirigido por André D’Elia. A exibição terá mediação de Bruna Oliveira.
Imagem do filme “Sertão Velho Cerrado”
O filme “Sertão Velho Cerrado” defende um turismo ambiental contra a devastação desenfreada. É um filme que sonda os problemas mais urgentes e cruciais de nossa época: fala das mudanças climáticas, da interconexão entre os biomas, da importância inestimável da preocupação com sustentabilidade. O filme pinta um retrato bastante distópico de nossa realidade atual, em que os retrocessos socioambientais são chocantes e imensos.
Encerra a Semana do Meio Ambiente, às 19 horas, a apresentação do projeto socioambiental multimídia “Eles vivem no meio da rodovia”, que retrata a situação de famílias moradoras da Área de Proteção Ambiental (APA) Baía Negra (Ladário-MS/Pantanal) e suas relações com o meio ambiente, de autoria da jornalista Loraine França com mediação do professor orientador Edson Silva.
Foto: Loraine França
O trabalho é fruto do Projeto Experimental “Assentamentos Humanos – Narrativas jornalísticas de viagem e o uso da grande reportagem multimídia” desenvolvido como projeto experimental de conclusão do curso de Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. O projeto discorre sobre as narrativas jornalísticas de viagem, aplicando o conceito na construção do olhar ético sobre os assentamentos humanos.
Serviço: Todas as atividades da Semana do Meio Ambiente são abertas ao público e gratuitas. O Museu da Imagem e do Som fica no 3º andar do Memorial da Cultura, na avenida Fernando Correa da Costa, 559. Telefone: (67) 3316-9178.
Foto de destaque: Jéssica Moraes