Publicado em 12 ago 2025 • por Marcio Rodrigues Breda •
A sessão de estreia será gratuita e contará com roda de conversa, com intérprete de Libras, acompanhando o elenco e realizadores. Com direção compartilhada por Thaís Umar e Breno Moroni, o curta-metragem é resultado de um processo de criação coletiva que envolveu moradores da comunidade não só diante, mas também atrás das câmeras.
“O objetivo do projeto é dar voz aos indígenas em contexto urbano, e estamos fazendo isso a partir da comunidade Marçal de Souza, com temas relevantes para a comunidade. É importante para nós que o lançamento aconteça aqui para reafirmar o nosso compromisso com esse objetivo”, destaca a artista Thaís.

Gravações – O filme mostra os bastidores das nove entrevistas realizadas para o projeto — conversas profundas que abordam identidade, memória e desafios da vida indígena nas cidades. Essas entrevistas completas estarão disponíveis gratuitamente em streaming, plataforma de vídeos, após a circulação do documentário.
Antes das gravações, foram promovidas duas oficinas de audiovisual, nas quais jovens da comunidade aprenderam técnicas básicas de som e imagem. Alguns deles, como Cauê e Bruno, passaram a integrar a equipe técnica. “Foi muito especial ver o envolvimento dos jovens e perceber como esse contato com o audiovisual pode abrir portas para novos caminhos de expressão e cidadania”, afirma a diretora.

Para Thaís, o tema da memória é o que mais a tocou pessoalmente. “Falar de memória é entender que ela não está só no passado, mas é viva e presente. É compreender a importância do resgate e da preservação desses conhecimentos para fortalecer o hoje”.
O Memorial da Cultura Indígena Cacique Enir Terena não é apenas o cenário da estreia, mas também parte central da narrativa. Para a gestora do espaço, Maria Auxiliadora Bezerra, a iniciativa nasceu de uma preocupação com a juventude local.
“Vivemos em uma realidade onde o mundo virtual é muito presente. Queremos que os jovens ocupem também esse espaço digital, que têm aptidão e capacidade para isso. O projeto, literalmente, dá voz à comunidade e inspira cerca de 80 jovens que vivem na aldeia a explorar o audiovisual como ferramenta de expressão”.
Sâmara também destaca que conhecer a fundo as histórias de pessoas com quem convive foi um dos aspectos mais marcantes da experiência.
“O que mais me surpreende são as histórias das pessoas. Por exemplo, o professor Gerson, que conheço como amigo da família, revelou no documentário um trabalho que eu não conhecia. O mesmo aconteceu com a Silvana Terena, que eu sabia ser atuante nas lutas indígenas, mas não imaginava a dimensão da sua trajetória. É um aprendizado que levarei para a vida e que me inspira a querer que esse tipo de projeto aconteça mais vezes”.
Na sequência da estreia em Campo Grande, o documentário será exibido em outras cinco cidades de MS. Após a circulação com o documentário, a equipe irá disponibilizar as entrevistas, na íntegra, pelo Youtube, como recurso educacional, registro cultural e pesquisa.
O projeto conta com Thaís Umar, diretora e produtora; Breno Moroni, roteirista e preparador de elenco; Antônio Lopes, diretor de fotografia e editor de vídeo; Marcelo D’Ávila, pós-produção de áudio; Rodrigo Bezerra, Bruno Henrique de Oliveira e Kauhê Escobar, assistentes de filmagem; Sâmara Figueiredo, entrevistadora; Ana Malheiro, maquiadora. Além de convidados: Ana Carla Malheiro, Gerson Jacobina, Giulia Gabriela Rodrigues, Itamar Xunati, Josias Ramires, Jucimara Pereira, Lisio Lili, Maria Auxiliadora Bezerra, Silvana de Albuquerque.
Serviço:
Lançamento do Documentário “Vémo’Um – Nossa Voz”
Data: 15 de agosto (sexta-feira)
Horário: às 18h30
Local: Memorial da Cultura Indígena Cacique Enir Terena
Entrada gratuita
Classificação livre e intérprete de libras