MIS inaugura exposição de fotografias sobre a estrada de ferro Noroeste do Brasil

  • Publicado em 27 set 2025 • por Karina Medeiros de Lima •

  • Renovado e ampliado, o Museu da Imagem e do Som da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul é um dos espaços principais da diversificada e gratuita programação da 19ª Primavera dos Museus, que acontece de 22 a 28 de setembro em instituições museológicas de todo o país. Na noite desta sexta-feira (26) foi aberta a exposição “Nos trilhos da Memória”, com fotografias de Rachid Waqued sobre a estrada de ferro Noroeste do Brasil.

    Lançada em 2014, a mostra tem como enfoque o centenário da estrada de ferro Noroeste do Brasil, cuja malha de 1622 km ligava Bauru (SP) à Corumbá (MS), fazendo ainda conexão com Santa Cruz de La Sierra (Bolívia). O público tem a oportunidade de ver uma vez mais essa belíssima exposição que reúne fotografias de Rachid Waqued. A exposição poderá ser visitada até o dia 12 de novembro.

    O coordenador do Museu da Imagem e do Som, Márcio Veiga, disse que as fotografias estão no acervo do museu desde 2014, quando ela foi exposta a primeira vez, em comemoração ao centenário da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, com fotos de Rashid Waqued. “Essa exposição era uma das mais importantes que nós temos no nosso acervo, na nossa reserva técnica. E nós resolvemos reeditá-la devido à importância que a Estrada de Ferro teve para Mato Grosso do Sul, tanto do ponto de vista cultural quanto econômico, e dessa forma também rememorar essa estrada de ferro que foi tão importante para a nossa sociedade”.

    Marcio diz que o museu recebe uma grande visitação de escolas, de crianças e adolescentes, daí a importância da exposição, pois muitos deles nunca viram um trem em funcionamento. “É uma oportunidade de despertar a imaginação e a memória e a história dessa estrada de ferro foi tão importante para Mato Grosso do Sul. A exposição ocupa o espaço novo que nós estamos criando aqui no museu, nós estamos fazendo uma pré-estreia de uma nova galeria. Aqui ainda está sendo preparada, é uma galeria que está sendo finalizada, mas nós resolvemos colocar essa exposição exatamente para ocupar esse espaço e para que a gente possa ver a aceitação, a dinâmica do público e tudo mais, de abrir um novo espaço para as nossas exposições temporárias”.

    O autor das fotografias, o fotógrafo Rachid Waqued, disse que sempre teve uma ligação muito grande com a ferrovia. “Eu ia muito a Ponta Porã, então eu pegava o trem à noite e amanhecia em Corumbá. E também eu fui muito a Ponta Porã, também pela ferrovia, que tinha um trem que era de um vagão só, que também ia muito a Ponta Porã. Então, nessa época, a FUNARTE resolveu fazer um projeto de documentação de coisas da região e aí a gente propôs para eles, eu e o Cândido Alberto da Fonseca, para fazer um documento da Noroeste, então a gente propôs um projeto, esse projeto foi aprovado, veio dinheiro para a Universidade Federal, que na época o Cândido era da Universidade Federal, conversei com o pessoal da Rede, e o pessoal da Rede se engajou num projeto também, me liberando para eu viajar quando quisesse, a hora que quisesse, totalmente sem custo. Então eu comecei a viajar e fotografar as estações, fotografar as pessoas que usavam o trem”.

    Para Rachid é muito importante o resgate desta exposição que ficou em cartaz pela primeira vez em 2014. “Eu acho que é muito importante, porque uma exposição que foi na época dos 100 anos da chegada da Noroeste do Brasil. Acho que essa aqui é a segunda vez que as pessoas estão vendo esse material porque depois daquela lá não teve mais exposição nenhuma, não teve mais nada, o material ficou guardado no acervo do MIS”.

    A nutricionista Tatiana Altino de Almeida da Silva decidiu visitar a exposição devido à memória afetiva que ela suscita. “Eu lembro quando andei a primeira vez de trem pra Corumbá. Quando eu tinha cinco, seis anos de idade. E foi uma experiência muito única, muito legal. E é uma memória afetiva que os trens poderiam ter continuado pra poder ter essa viagem entre municípios. É uma memória afetiva muito boa. Muito bonitas as fotos, gostei bastante dos detalhes, das fotos, dos tickets, achei bem interessante, bem detalhado, as fotos preto e branco, depois coloridas, achei muito bonito, achei bem legal”.

    O jornalista Daniel Lacraia veio a convite de uma amiga.  Para ele, a ferrovia está na memória efetiva do campo-grandense. “Eu, como campo-grandense, tenho uma memória efetiva da ferrovia e queria ver essas fotos, gosto da foto, gosto do MIS, gosto do espaço, momento de cultura, um pouco de rememorar a nossa história também. As fotos são ótimas, são bem trabalhadas, é ótimo ver um pouco de nós, aparentemente são antigas. Eu peguei o final da ferrovia, estou com 36 anos, o final da ferrovia mas eu corria atrás do trem. Hoje, conhecido como a Orla Morena, era uma região que ficava no meu colégio e a gente sempre ficava gritando animado com a ferrovia passar, era divertido e hoje é muito bonito ver também a Orla Ferroviária, ver a marcação do trilho em si, acho que gosto bastante”.

    A exposição “Nos trilhos da Memória” vai ficar aberta para visitação do público até o dia 12 de novembro. O horário para visitação é de segunda a sexta, das 7h30 às 17h30, e sábado, das 8 às 13 horas. O MIS fica no 3º andar do Memorial da Cultura e da Cidadania, avenida Fernando Corrêa da Costa, 559, Centro de Campo Grande.

    Texto e fotos: Karina Lima

    Categorias :

    Fotografia

    Veja Também