Gerente do Itaú Cultural fala sobre as políticas de fomento ao acesso ao livro e à leitura

  • Publicado em 06 out 2025 • por Karina Medeiros de Lima •

  • A manhã desta segunda-feira (06) foi de intensos debates durante a 1ª Bienal Pantanal. Logo após a palestra do Diretor do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas/MinC, Jéferson Assumção, foi a vez da Gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do Itaú Cultural, Luciana Barroso Campos, falar sobre as políticas de fomento ao acesso ao livro e à leitura dessa instituição, durante o Seminário do Plano Nacional do Livro.

    A Fundação é composta pelo Itaú Cultural, Itaú Educação e Trabalho, Itaú Social. O Itaú Cultural está quase completando 40 anos e trabalha com arte-cultura, democratização da arte-cultura brasileira. O Itaú Educação e Trabalho trabalha com ensino técnico, ensino médio técnico, apoiando políticas públicas para ensino técnico médio. E o Itaú Social trabalha com a educação infantil e anos finais do Fundamental II, o novo ano, a transição do fundamental para o ensino médio. “Então, essa é uma jornada integrada entre educação, arte, cultura. Agora, com a educação integral, a gente vem trabalhando cada vez mais nessa agenda. Tem que ser a educação integral, não o tempo integral, mas sim a integralidade da educação, que passa por passos muros da escola e tantos outros equipamentos. E a gente sempre fala que a Fundação Itaú era uma entidade privada com o espírito público, porque o nosso desejo é trabalhar assim com o poder público, com a sociedade civil, para gerar transformações relevantes para a sociedade brasileira”.

    Uma questão, segundo Luciana, bastante debatida na Fundação Itaú, é a importância das famílias e dos professores dentro da arte e da cultura. “O que a gente viu até em outras pesquisas, que eu não trouxe aqui, é que quando a gente fala de famílias de classe A e B, as famílias têm uma responsabilidade maior. Na verdade, uma oportunidade maior em apresentar arte e cultura em suas diversas linguagens para as crianças, pensando nessa formação de público, independente da linguagem artística. Quando a gente vai para a classe C, D e E, a escola tem um papel fundamental nisso. É a escola que leva pela primeira vez uma bienal, é a escola que leva pela primeira vez um equipamento cultural, que apresenta o teatro, que apresenta as artes de uma forma geral. Então, muito importante estar aqui vendo as escolas chegando, os alunos chegando, porque sim a escola tem um papel fundamental na formação desse público. E aqui foi muito falado dessa leitura crítica e dessa leitura que a gente está falando, dessa mediação dos professores, das professoras, dos bibliotecários, para de fato poderem transformar essas crianças em leitoras, não só durante o período escolar, mas para a vida como um todo”.

    Uma pesquisa feita em Campo Grande trouxe a porcentagem de 47% pessoas que tiveram contato com livros no último ano e 26% que declarou nunca ter tido contato com livro. Também 15% que declara ter tido contato com uma biblioteca nos últimos 12 meses e 48% que declara nunca ter tido contato com uma biblioteca ao longo da vida. E quando a gente vai para a Feira do Livro, a gente tem 9% de pessoas que declaram ter ido a uma Feira do Livro nos últimos 12 meses e 73% que declaram nunca ter ido a uma Feira do Livro na vida. “Por isso que uma Bienal do Pantanal aqui é tão importante. Acho que essa foi a reflexão, pensar quantas e quantas pessoas que vão passar aqui, nesses dias que vão mudar aquele indicador, vão mudar aquele percentual de nunca ter tido acesso a uma Feira do Livro, a uma vivência. Eu vejo as crianças de novo, eu trago as crianças, eu sou mãe de dois pequenos, então pra mim criança é uma coisa muito viva, além do meu fazer na minha vida pessoal e aí é uma forma direta da gente mudar essa realidade. E essa pesquisa também traz esse olhar histórico, são duas tomadas, 2014 e 2024, é claro que a gente teve uma pandemia aqui no meio, mas são os dados que temos”.

    Texto: Karina Lima

    Fotos: Ricardo Gomes

    Categorias :

    Bienal Pantanal

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