Coordenadora do MinC discute o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas durante a Bienal Pantanal

  • Publicado em 07 out 2025 • por Karina Medeiros de Lima •

  • Durante a Bienal Pantanal, nesta terça-feira (7), a coordenadora do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP), Marina Rabelo, falou sobre o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, e a diretora de Memória e Patrimônio Cultural da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Melly Sena, discutiu o tema Leia MS, durante uma mesa redonda realizada no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo, em Campo Grande. A ação integrou a programação do evento, que segue até o dia 12 de outubro com debates, lançamentos e ações voltadas à literatura, à cultura e à tecnologia.

    A Bienal Pantanal é uma correalização entre o Ministério da Cultura e o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura e FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul).

    O Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP) foi criado pelo Decreto Presidencial 520, de 13 de maio de 1992. Hoje faz parte da Coordenação de mesmo nome, subordinada à Coordenação Geral de Leitura e Bibliotecas da Diretoria de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (DLLLB), na Secretaria de Formação, Livro e Leitura do Ministério da Cultura (MinC).

    O Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP) atua em articulação e parceria com 27 Sistemas Estaduais de Bibliotecas Públicas (SEBPs) – que representam cada um dos estados brasileiros e o Distrito Federal – e buscam fortalecer as ações de estimulo ao livro, à leitura e às bibliotecas.

    O trabalho em rede do SNBP e dos SEBPs busca apoiar os municípios na ampliação e fortalecimento de suas bibliotecas públicas e comunitárias por meio de ações, programas e projetos, além de incentivar a criação de Sistemas Municipais de Bibliotecas para o fortalecimento e ampliação das bibliotecas brasileiras e seus serviços.

    Sistema Nacional, Sistemas Estaduais e Sistemas Municipais possuem metas e objetivos em comuns, tais como a oferta de assessoria técnica às bibliotecas e seus profissionais, promoção de ações voltadas para a formação de bibliotecários, auxiliares de bibliotecas e demais profissionais que atuem em bibliotecas públicas e comunitárias e a criação de ações, programas e projetos que atendam as necessidades de modernização e instalação de bibliotecas, além do fomento as ações de incentivo à leitura.

    A coordenadora do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP), Marina Rabelo, disse que o Ministério da Cultura reconhece o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas desde 1992. “É uma política pública que tem mais de 32 anos de existência e ela trabalha em articulação com os demais estados justamente para proporcionar estruturação das bibliotecas públicas e comunitárias no país. Então, recentemente a gente também absorveu as atribuições das bibliotecas comunitárias, que antes ficavam um tanto distante das políticas de leitura, literatura e bibliotecas, mas agora o Ministério da Cultura também reconhece a importância dessas atuações. Das bibliotecas comunitárias nos territórios, nos lugares mais distantes, nas periferias do Brasil e o Ministério da Cultura está trazendo isso para as suas atribuições, justamente para articular isso como uma rede e que o trabalho em rede pode tanto melhorar o trabalho das bibliotecas públicas quanto das comunitárias”.

    Marina disse que hoje o Ministério da Cultura também trabalha com ações internacionais que de alguma forma vão favorecer o trabalho nas unidades, nos municípios. “Um exemplo disso é o Programa Iberbibliotecas, que consegue capacitar em todos os territórios do Brasil os profissionais de bibliotecas públicas e comunitárias, é específico para bibliotecas públicas e comunitárias. O Ministério da Cultura é que financia o Iberbibliotecas no Brasil. O Iber, que a gente chama apelida por Iber, é um programa da CERLAUC, que por sua vez é da Unesco. Então é um programa que participa países membros que financiam a cota anual. Então trabalha com Espanha, Chile, México, Equador e cidades como o Medellín e Colômbia, que é muito importante para as bibliotecas públicas no mundo. Então é um trabalho conjunto com conselhos intergovernamentais, com conselhos próprios para cada tipo de ação que o Iberbibliotecas faz e que o Brasil também faz parte. Então o sistema nacional faz parte desse conselho intergovernamental. Intergovernamental do Iberbibliotecas e qualquer unidade, qualquer estado, qualquer cidade pode participar das ações de capacitação, de intercâmbio internacional, de possível concurso de ajudas, que é a ajuda financeira para as unidades, por meio de edital. Então, isso é uma forma com que a gente consegue executar nossa política, que a gente também precisa capacitar, melhorar. Por quê? Porque é nesse sentido que a gente estrutura a biblioteca nos diferentes territórios do Brasil, justamente porque o Ministério da Cultura não conseguiria chegar e, por meio do ensino online, da capacitação no mundo digital, a gente está conseguindo expandir as fronteiras”.

    A diretora de Memória e Patrimônio Cultural da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul falou sobre o Leia MS. O Leia MS é uma iniciativa estratégica da FCMS, por meio da Diretoria de Memória e Patrimônio Cultural e do Sistema Estadual de Bibliotecas, que mantém como compromisso a formação de novos leitores, a preservação da memória literária e o fortalecimento das bibliotecas como espaços de convivência, educação e cultura.

    Com várias frentes de ação, o projeto contempla desde a aquisição de acervos físicos e digitais de escritores locais, distribuídos em bibliotecas do Estado, até a criação de clubes de leitura voltados a diferentes públicos — de jovens e adultos a idosos e pessoas privadas de liberdade.

    Outro destaque é a Plataforma Virtual Leia MS, uma biblioteca digital que reúne obras regionais em formatos acessíveis, ampliando o alcance da produção sul-mato-grossense.

    Segundo a diretora de Memória e Patrimônio Cultural da FCMS, Melly Fátima Goes Sena, enquanto Fundação de Cultura, há que se pensar em toda a cadeia do livro, leitura, literatura e bibliotecas. “Então, o Lei MS vem pensando nisso. Quando a gente tem um edital em que editoras e autores possam se inscrever com literatura produzida no local, a gente está pensando na cadeia econômica e criativa. Quando a gente pensa agora com as formações envolvendo os leitores via para o ler, a gente está pensando nessa cadeia da mediação. Quando a gente organiza esse encontro e quando a gente pensa na reestruturação das bibliotecas públicas, bem como o envio de acervo, a gente está na cadeia das bibliotecas. Então, o programa Lei MS acaba abrangendo todas essas coisas. Quatro itens da cadeia, que forma o livro Leitora e Literatura e Biblioteca, porque a nossa intenção é pensar Mato Grosso do Sul como estado leitor, um MS leitor mesmo. A Bienal é como uma feira literária, é um momento em que a população possa celebrar e ter esses contatos com o livro, é um momento e trazer os gestores e os bibliotecários para fazerem parte, é um momento de celebração e de pensar as políticas públicas, inclusive envolvendo a continuidade de todas essas ações e projetos organizados”.

    Texto: Karina Lima

    Fotos: Ricardo Gomes

    Categorias :

    Bienal Pantanal

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