Publicado em 11 nov 2025 • por Marcio Rodrigues Breda •
Filmes produzidos em Mato Grosso do Sul serão exibidos nas ruas de Corumbá, Ladário e Puerto Quijarro e receberão premiação em dinheiro
Até o dia 20 de novembro estarão abertas as inscrições para a Mostra Itinerante Cinema de Sala 2026, que acontecerá de 14 a 23 de janeiro de 2026 nas cidades de Corumbá, Ladário (MS) e Puerto Quijarro (BO). A ação – gratuita e aberta ao público – levará cinema para praças, largos e ruas, celebrando a força do audiovisual sul-mato-grossense e o encontro de fronteiras entre Brasil e Bolívia.
Interessados podem se inscrever pelo link: https://docs.google.com/forms/d/1wwZR50Y7qYqg4qbrcqhp0HipYdkkiEKd__pI7zEgVMM/closedform.
Idealizada por Salim Haqzan, o projeto nasce da tradição do Cineclube Cinema de Sala, ativo desde 1998, que promove exibições e debates sobre cinema nas comunidades do Pantanal. Agora, o sonho se expande: da pequena televisão de 16 polegadas que marcou o início do projeto, surge uma mostra itinerante com tela inflável de quatro metros, cadeiras acessíveis e som de alta qualidade.
“O Cinema de Sala começou em 1998, com uma TV pequena na Casa de Cultura, e hoje ver essa história se transformar em uma mostra que atravessa fronteiras é emocionante. A gente sempre quis levar o cinema com dignidade — boa imagem, som de qualidade e acessibilidade — para as ruas. É muito gratificante saber que as pessoas vão poder assistir aos filmes produzidos aqui no estado e se reconhecer nas telas”, afirma Salim Haqzan, idealizador do projeto.
A Mostra Itinerante Cinema de Sala é voltada para obras audiovisuais produzidas em Mato Grosso do Sul entre 2024 e 2025, que sejam resultados de Políticas Públicas Culturais e contemplem recursos de acessibilidade comunicacional, como audiodescrição, Libras ou legendas em português e espanhol.
Onze produções serão premiadas. Serão selecionadas três obras de até 20 minutos, que receberão R$ 1,5 mil cada; seis obras de até 5 minutos, com premiação de R$ 500 cada; duas obras de audiovisual experimental (poesia,videoarte…) com duração até 5 minutos, premiadas com R$ 500 cada. As produções escolhidas integrarão a programação nas três cidades, que também contará com bate-papos e atividades formativas.
Para Diego Cafola, produtor executivo da mostra, o projeto é um convite para ampliar o olhar sobre o cinema feito no interior do país. “Há uma necessidade de valorização das produções que nascem dessas políticas culturais e dos artistas que vivem fora dos grandes centros. Essa mostra foi pensada para difundir as obras, mas também para provocar o debate, aproximar o público e fortalecer nossa identidade audiovisual”, explica.
Mais do que exibir filmes, o Cinema de Sala leva o cinema de volta ao seu lugar mais humano: o encontro. As exibições ao ar livre permitem que as pessoas se reconheçam na reação dos outros, que conversem depois dos créditos e que percebam o poder coletivo das histórias contadas em tela.
“Democratizar o audiovisual não é só dar condições para as pessoas filmarem, é garantir que todos possam assistir, compreender e conversar sobre o que viram. É por isso que fazemos questão da acessibilidade, dos tradutores de Libras, das praças com acesso fácil e da diversidade de olhares. Cinema é partilha, é diálogo, e é isso que queremos levar para as ruas e para as fronteiras”, completa Salim.
A premiação, além de reconhecer o talento dos realizadores, busca fortalecer a cadeia produtiva local e encorajar novas produções no estado. Ao premiar curtas, micro curtas e vídeos experimentais, a mostra reafirma o compromisso com a diversidade estética e narrativa do audiovisual sul-mato-grossense — valorizando tanto os novos realizadores quanto os artistas que já vêm construindo trajetória em regiões periféricas e fronteiriças.
Durante dez dias de programação, a mostra vai reunir o público fronteiriço-pantaneiro do Brasil e da Bolívia, em uma travessia de imagens e afetos, promovendo o intercâmbio cultural entre os países e reforçando a importância da arte como ponte entre povos.
Este projeto conta com investimento da PNAB (Política Nacional Aldir Blanc), do Governo Federal, através do MinC (Ministério da Cultura), operacionalizado pelo Governo do Estado, por meio da FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul).


