Bonito (MS) – Sem dúvida o que está a olhos vistos no 18º Festival de Inverno de Bonito é a sua dimensão cultural cidadã. A empolgação da comunidade bonitense com sua participação nas atrações e oficinas do festival tem encantado quem está presente. O professor da Rede Estadual de Ensino Lelo Marchi, 38 anos, que há 2 anos dá aula na cidade, e é ministrante da oficina de foto documentário, está muito satisfeito com esta oportunidade de acesso cultural. “A gente fica louco com essa iniciativa pois os alunos voltaram das férias com a atenção totalmente voltada para o festival. Eles já chegaram perguntando como seria sua participação”, contou.
Em sua oficina ele leva informações aos estudantes sobre técnicas artísticas e composição no foto documentário e também sobre a formulação de idéias e criação de roteiros. E destaca: “É fantástico as atividades saírem do centro de Bonito”.
Lelo Marchi é formado em Ciências Sociais e tem interesse no estudo da antropologia visual. “Eu trabalho na criação de materiais paradidáticos no campo dos saberes indígenas”.
Outro exemplo desta participação ativa de jovens e crianças nas oficinas do festival é relatado pelo professor de matemática Wellington Pache. Ele está ministrando a oficina de construção de pipas através da matemática. “São os alunos que estão desenvolvendo esta oficina. Os estudantes do terceiro ano ensinam as crianças menores. Antes a comunidade de Bonito não participava e olha agora a alegria das crianças”, observou.
Em sua oficina os participantes conhecem sobre a história e contribuição da pipa na sociedade e a aplicação de conceitos matemáticos na sua construção. “A construção da pipa envolve a observação das retas e ângulos para a garantia do seu equilíbrio. Sem uma simetria correta nas medidas ela não voa. Aqui eles aprendem a matemática de uma forma lúdica e acaba largando o celular”, explicou.
Já a professora de balé do Studio Kadosch está tendo a missão de encantar as alunas da Rede Municipal de Ensino para o mundo da dança. “As meninas pegam o jeito muito rápido. Minhas alunas maiores se tornaram minhas assistentes neste festival. E para mim tem sido um desafio trabalhar com alunas que não são minhas e em apenas três aulas preparar uma apresentação que vai fazer parte da programação do festival”, finalizou. É a cultura cidadã tomando conta da cidade.
Gisele Colombo
Fotos: Eduardo Medeiros