Campo Grande (MS) – Foi aberta na noite dessa terça-feira a 1ª Temporada de Exposições 2016 do Marco – Museu de Arte Contemporânea. São quatro mostras: Coleção Veloso: duas faces da produção artística de Pernambuco (Recife/PE); Opus – Sanus per aquam, pinturas de Fabíola Racy (São Paulo/SP); Acervo – gravuras do MARCO (Campo Grande/MS) e Ondulações – fotografias de Luciana Ohira e Sergio Bonilha (Campo Grande/MS).
Estiveram presentes a abertura a secretária adjunta de cultura, turismo, empreendedorismo e inovação, Andréa Freire, a coordenadora do museu, Maysa Barros, o colecionador Paulo de Tarso Veloso e os artistas Luciana Ohira, Sérgio Bonilha, Fabíola Racy, além de artistas de Mato Grosso do Sul. Maysa ressaltou a importância dos museus para a valorização, divulgação e fomento das artes plásticas. “ È onde temos a oportunidade de vivenciar esse intercâmbio das artes”.
A exposição, Coleção Veloso: duas faces da produção artística de Pernambuco, traz ao MARCO dezessete obras, entre elas pinturas, esculturas e gravuras, da coleção particular de Paulo de Tarso Veloso, que tem como foco principal a produção artística do Estado de Pernambuco. Paulo de Tarso Veloso, empresário pernambucano, iniciou sua coleção há 40 anos e, no ano de 2015, dedicou-se a torná-la acessível ao público. Sua experiência profissional o permitiu circular por várias cidades brasileiras, o que o possibilitou entender e viver diferentes culturas e estéticas, aflorando sua sensibilidade para as diferentes produções artísticas que encontrou ao longo de sua trajetória. A exposição propõe uma exploração temática entre o sagrado e o profano nas obras de consagrados artistas pernambucanos com destaque para Vicente do Rego Monteiro, Francisco Brennand, Gilvan Samico e Gil Vicente.
A mostra, Opus – Sanus per aquam, (do latim, Obra – A saúde pela água) da artista paulistana Fabíola Racy conta com vinte sete pinturas executadas com bastão a óleo em papel vegetal que remontam seus arquivos de imagens de livros, revistas jornais e fotos da internet, entre elas, resquícios de represas vazias em que a artista as compara, observa, captando os detalhes entre o cheio e o vazio dessas paisagens com pequenos focos em determinados pontos. A artista, portanto, coleta fotografias com paisagens variadas para depois, na escolha de detalhes, iniciar as suas criações pictóricas. “A fragmentação é a forma mais genuína da condição dispersa da pós-modernidade, e quando se toma essa condição híbrida como ponto de partida, quando se resiste à tentação da unidade, identidade e metafísica recorrem-se a mecanismos que recompõem certa totalidade, múltipla e fragmentária, como o mosaico” segundo Mario Gioia, que assina o texto da exposição da artista.
Acervo – gravuras do MARCO reúnem xilogravuras, litografias, serigrafias e gravuras em metal de artistas consagrados do nosso estado que, por intermédio de traços largos, linhas finas, manchas e gradação de tonalidades, formam tramas gráficas que compõem o repertório pessoal do gravador. “A linguagem da gravura é repleta de nuances, invenções e singularidades, elaborada meticulosamente numa dimensão poética que atravessa o tempo e afirma sua permanência entre procedimentos dissonantes da produção artística contemporânea local”, afirma o professor da UFMS Rafael Maldonado.
Ondulações, dos artistas Luciana Ohira e Sergio Bonilha, é uma proposição de imagens estáticas e em movimento geradas a partir da repetição do método descrito em 1980 pelo cientista Klauss Schreiber, pesquisador de TCI, transcomunicação instrumental, ou seja, a possibilidade de se obter imagens de outras dimensões e de se comunicar com outras formas de existência através de ondas eletromagnéticas. A mostra consiste em oito imagens estáticas obtidas por simples seleção de frames do vídeo gerado conforme o método do cientista em questão e impressas em papel de algodão com pigmentos minerais. “Consideremos que a não comprovação de uma hipótese não implica automaticamente sua negação e veremos surgir aqui um campo extremamente fecundo, ocupado pela dúvida enquanto exercício de liberdade do pensamento e enfrentamento de certezas normativas e é com esse espírito em vista que convidamos todos a experimentarem o acolhimento de dimensões inauditas nessa insistente “ondulação” que intervêm sobre o espelho d’água das tranquilas certezas”, segundo evidencia o artista Sergio Bonilha.
Ao final da abertura da Mostra, a secretária adjunta Andréa Freire, lembrou a importância do MARCO para o Mato Grosso do Sul. “ Esse é um espaço onde conseguimos criar um corredor cultural com o País, conseguimos ver o que está circulando pelo Brasil. Então venham ao museu, tragam os amigos, precisamos muito desse público.”
SERVIÇO
A primeira temporada estará aberta à visitação de terça a sexta das 7h30 às 17h30. Sábado, domingo e feriado das 14h às 18h.
Início: 03/05/2016. Término: 12/06/2016.
Para mais informações e agendamento com escolas para a realização de visitas mediadas com as arte educadoras do Programa Educativo, ligar no telefone (67) 3326-7449.
O Museu de Arte Contemporânea fica na Rua Antônio Maria Coelho, nº 6000, no Parque das Nações Indígenas.