Bonito (MS) – Centenas de pessoas que foram à Praça da Liberdade no sábado (30.08) tiveram um entardecer diferente. O espetáculo Poracê apresentado pela Companhia Dançurbana fez refletir para essa consciência de que temos uma ancestralidade, instintos e que esses podem ser usados a bel prazer, bem como estamos interagindo todo o tempo com a natureza e a com a coletividade.
‘Poracê’, em Nheengatu, é designada como dança indígena de celebração ou baile. O trabalho é uma metáfora do significado dessa palavra. A companhia debruçou-se sobre “uma ideia de dança de índios”. Durante sete meses, os três coreógrafos Marcos Mattos, Renata Leoni e Franciella Cavalheri – junto aos seis intérpretes-criadores Adailson Dagher, Ariane Nogueira, Lívia Lopes, Maura Menezes, Thiago Mendes e Rose Mendonça – mergulharam na produção do espetáculo.
Com isso a apresentação se torna singular. A trilha feita pelo instrumentista Carlos Porto é envolvente. Em alguns momentos Porto faz lembrar de ritmos tribais, de sons da natureza e que casam perfeitamente com o roteiro do espetáculo.
Para Ariane Nogueira, 27 anos e há 11 na companhia, disse que para fazer o espetáculo foi feito uma pesquisa sobre a ancestralidade, “inclusive a gente pesquisou a origem do nome de cada um”. E destaca que a companhia tem explorado mais as técnicas de improvisação, “ele mexe com questões do momento, do que a gente está sentindo, a nossa condição, até mesmo nosso olhar”, frisa Nogueira.
Sandro Medeiros, assistente jurídico, de Campo Grande, disse ser digna de admiração essa iniciativa do Governo de realizar um festival que oferece espetáculos gratuitos à população, “é louvável que se incentive a cultura e dessa possibilidade de termos contato com o que se produz aqui”, ressalta.
Já o bonitense Ian Yamaguchi, 16 anos, aponta que a disponibilidade de espetáculos fora do circuito comercial é um diferencial, “é um tipo de arte que não se consome no dia a dia. Importante ter isso na cidade, ainda mais de graça”, diz Yamaguchi