Campo Grande (MS) – O velório do artista visual Ilton Silva, que faleceu no sábado (23 de junho), acontece hoje (26) no Museu de Arte Contemporânea da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul. O adeus ao pintor pode ser feito das 10h às 15 horas. O sepultamento acontece no cemitério Santo Amaro, às 16 horas.
Ilton Antunes da Silva, nascido em Ponta Porã, em 1944, foi consagrado em Campo Grande. Nasceu da união de Conceição Freitas da Silva, a notável artista primitivista que esculpia os “bugres”, hoje elevados à condição de ícones culturais do Estado e de Abílio Antunes, funcionário público federal.
O conjunto de sua obra revela o peso da presença cultural guarani em Mato Grosso do Sul. Seus personagens são trabalhadores “guaranizados” da fronteira. As rudes feições de ervateiros e peões produzidos pela miscigenação, seus bigodes finos e alongados, cabelos negros e descuidados, olhos vivos, uma indumentária que inclui o chapéu de grande aba, o poncho, as roupas de cores vivas, e às vezes, o próprio revólver e o “machete”, a companhia do cavalo, os vistosos apetrechos de montaria, o exercício das lidas típicas do campo, as práticas cotidianas, como o churrasco ou a roda de tereré, os bailes, as festas e as bebedeiras, os barracos, as ranchadas, bem como a paisagem onde se sobressai a campina suavemente ondulada, são elementos expressivos de composição que expõem as condições de existência dos trabalhadores fronteiriços, desvelam as atividades econômicas locais e desnudam as relações sociais vigentes. Um artista que revelou nossas mais profundas raízes de forma sensível e bela.
Em sua trajetória acumulou sucessivos prêmios nos salões de artes plásticas de Mato Grosso do Sul, tendo realizado ainda exposições individuais na Argentina, Alemanha, em Portugal e nos Estados Unidos.