A Casa do Artesão, depois da revitalização e entrega à população, voltou a funcionar com força total. Segundo a gestora interina, Ester Alves de Souza, a nova configuração do espaço atraiu tanto novos expositores quanto aumentou o interesse dos consumidores em visitar a casa e adquirir as peças.
“Quando a Casa do Artesão foi reinaugurada, o público aumentou muito, porque foi para a mídia. Ficou um tempo fechada mas quando voltou, voltou com tudo, aumentaram bastante as vendas, principalmente aos sábados. Vende-se muito bem, as pessoas estão muito satisfeitas em como foi apresentada a Casa agora e com as peças, umas peças muito bonitas. As pessoas estão vendo a Casa como uma galeria de arte”, diz a gestora interina da casa.
Atraído pela nova configuração da Casa do Artesão e também pelo desejo de ser conhecido no seu próprio Estado, em sua própria cidade, o artesão Divino Nogueira, decidiu expor e comercializar suas peças no espaço, Divino confecciona peças em madeira e com resina epox, tábuas para churrasco, tábuas para frios, entre outras peças. “O legal da arte é você pegar uma madeira morta, esquecida, lixo, e dar vida para ela. Daquele lixo você transformar em luxo, Isso aqui é uma fruteira, isso aqui numa mesa bonita também, com umas frutas lindas, não tem uma visão melhor. Ou ao contrário, numa mesa bem rústica, feia, velha, mas com uma peça dessas em cima, fica todo bonito”, diz o artista.
Ele começou com artesanato em 1981, com escultura em pedra sabão. “Eu não sabia de onde vinha aquilo, eu simplesmente fazia. Aí eu nunca mais fiz, até que há cinco anos atrás, eu morava em Roraima, aconteceu de novo, eu peguei um pedaço de madeira, comecei a trabalhar e aí não parei mais. Eu faço uma peça, não tenho esboço antes, não tenho um planejamento, eu pego, começo a passar a mão, vai surgindo a ideia e eu começo a fazer. Eu fico admirado, parece que não fui eu que fiz, é uma energia muito forte. É muito intuitivo”.
Divino vive do artesanato e seu ateliê é na chácara onde mora. “Para mim o artesanato é como uma criação de Deus, porque eu acredito naquela imagem em que Deus criou o homem do barro e da costela de Adão ele tirou Eva, e assim foi criando o mundo e o mundo é uma arte”.
O artesão doou na manhã desta quinta-feira (20.07.2023) uma peça para a Casa do Artesão. “Como é uma casa de arte, eu senti a necessidade de doar algo meu para esta Casa continuar, não acabar nunca.Eu vejo algo muito especial na Casa do Artesão. A Casa do Artesão é um ponto de referência. Eu sou artesão há muito tempo, mas eu descobri de verdade esta casa há poucos dias, eu sabia que ela existia, mas nunca tinha vindo aqui, não tinha tirado minha carteirinha do artesão, agora que estou em contato com esse mundo, é maravilhoso aqui”.
“Eu tenho um Instagram com a minha marca Forja Forte e hoje em tenho mais de seis mil seguidores seguidores, eu vendo minhas peças tudo através do Instagram, vão para fora do Brasil, para o Estado todo. Meus filhos são daqui, eu estou morando aqui, eu senti necessidade de contribuir mais com o meu Estado, de onde eu tiro meu sustento, e ser mais conhecido no meu Estado. E vi através da Casa do Artesão um canal que pode me ajudar a ser mais conhecido no Estado. De repente esta peça vai para fora, mas ela saiu de Mato Grosso do Sul, da Casa do Artesão. Os valores que eu coloquei aqui são até abaixo do que eu vendo, mas o meu interesse é ser conhecido aqui, municipalmente, no nosso Estado”.
Gestora interina da Casa do Artesão, Ester explica que as peças campeãs de vendas são os bugrinhos da Conceição dos Bugres, feitos agora pelo Mariano, que é o neto da Conceição. “Depois vêm as bugras ou índias, feitas pela Indiana Marques, a Leslie Gafuri e a Lorna, que saem muito bem. Elas são feitas em cerâmica e em cabaça, sendo que esta última vende um pouco melhor porque são mais leves e fica mais fácil o transporte para as pessoas que estão viajando. Não podemos nos esquecer também dos bichinhos do pantanal, que são ícones do Estado, representando o Pantanal, em especial as araras Canindé, porque tem muito em Campo Grande e as pessoas levam porque estão representando a Capital. E não podemos nos esquecer das peças indígenas, cerâmica Kadwéu e Terena, as pessoas levam muito também”.
E para quem procura apenas uma lembrancinha, tem as peças pequenas, como lápis, ímãs, canetas, que são bem em conta e fáceis de levar, de transportar. “Temos também colares, a flor de xaraés, da Claudia Castelão, muito bonita feita em madeira, ela vende bem também. Os terços pantaneiros também vendem muito bem”.
A professora Elen Souza Santana esteve na manhã desta quinta-feira na Casa do Artesão à procura de peças pequenas, lembrancinhas, para presentear amigos no Tocantins. “Amanhã meu pai vai para Palmas, no Tocantins, e eu pedi para ele levar umas lembrancinhas para uns amigos meus que moram lá, aí eu vim procurar aqui na Casa do Artesão materiais da nossa terra e que sejam de Campo Grande, que tenham a cara de Campo Grande. Porque quem mora lá fora às vezes consegue distinguir o pantanal do restante do Estado só que quando vem a Campo Grande procura lembrancinhas de Campo Grande e não do pantanal. Eu estou dando prioridade a pegar peças que tenham o nome de Campo Grande, e principalmente as imagens aqui que são mais familiares em Campo Grande que são as araras. Estou levando arara vermelha, azul e ímãs de geladeira com as araras também. Eu vim aqui na Casa do Artesão por conta do custo benefício, o valor das peças é bem acessível. As peças que eu estou levando são 20 reais e os ímãs de geladeira são 13 reais”.
A Casa do Artesão fica na Avenida Calógeras, 2050, Centro. O horário de funcionamento é de segunda a sexta, das 8h às 18h e sábados, das 8h às 16h. Telefone: (67) 3383-2633.
Karina Lima FCMS
Fotos Ricardo Gomes FCMS