Tradição na região evento movimenta a cidade e atrai pessoas para a sétima arte
Campo Grande (MS) – Com o tema “Vale das Artes: 10 anos luz”, a Fundação Nelito Câmara com o apoio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul realiza o 12º Festival de Cinema em Ivinhema, que fica a 288 km de Campo Grande. O Festival celebra os dez anos da Fundação Nelito Câmara e a proposta é refletir e comemorar uma década das mais variadas vivências culturais e artísticas no município e região. O Festival de Cinema do Vale do Ivinhema começou dia 15 e vai até o dia 21 de novembro. A principal mostra tem curadoria do jornalista Airton Raez. Como todos os anos também acontece a mostra competitiva de curtas.
Para o presidente da Fundação Nelito Câmara e idealizador do Festival, Ricardo Pieretti, o maior desafio de se fazer cinema no interior, onde tudo é conquistado com muito sacrifício, “é permanecer fazendo, começar um projeto é difícil mas mantê-lo por 12 anos, é ainda mais”, afirma Pieretti.
Na abertura do Festival foi exibido o filme “Planuras”, de 2014, dirigido pelo sul-mato-grossense Maurício Copetti e marco da retomada de filmes de longa metragem no Estado. Também realizados por aqui, foram exibidos os longas “Lendas Pantaneiras”, 2015, de Fábio Flecha e “Não Eu”, 2014, de Breno Benetti.
O Festival apresenta, ainda, o filme chileno Neruda, 2015, de Manuel Bosoalto, que conta a trajetória do importante poeta, ganhador do Nobel de Literatura. O filme Brincante, 2014, de Walter Carvalho e vencedor de melhor filme documentário do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro também está na programação.
As sessões de curtas no Cinelito trazem os premiados “A Outra Margem”, 2015, de Nathália Tereza e vencedor no Festival de Brasília, a “TV Está Ligada”, 2015, de Essi Rafael, e selecionado para o festival de Montpellier, “Nham Nham – A criatura”, 2015, de Lucas de Barros e vencedor da 14ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis. Também serão exibidos Lúcia “Tem Rabo”, de Camila Nham, “Argento”, de Mariana Sena Figueiró, “Tempooral”, de Cadu Fhlur, “A mesa”, de André Patroni e Kleomar Carneiro e “Um Cara Diferente”, de Amanda Amaral.
Na praça central acontece a mostra de curtas com temática indígena com “Flor Brilhante e as cicatrizes da Pedra”, 2012, de Jade Rainho e “Cordilheiras de Amora II”, 2014, de Jamile Fortunato. A exposição fotográfica “Kuña Porã: matriarcas Kaiowá e Guarani”, de Fabiana Fernandes também estão abertas ao público no mesmo local.
Já a oficinas estão sendo realizadas na sede da Fundação Nelito Câmara durante toda a semana; Mão na Massa, Oficina de Produção Audiovisual Prática, com Helton Peres e Photo Mobile – Nós e o Celular com Elis Regina Nogueira e Vânia Jucá. A produtora Patrícia Alves Dias, de Olinda, uma das criadoras do Anima Mundi, ministrará uma oficina de Cinema de Animação. Este também será o tema da palestra de Celso Arakaki.
O Festival também conta com a participação do Sesc MS com uma mostra especial durante as tardes do festival no Cinelito, único cinema da região inaugurado há quatro anos. A Mostra Cine Sesc apresentará “A Alma da Gente”, 2013, de Helena Solberg e David Meyer e os infantis “Meu Amigo Totoro”, 1988, e “Princesa Mononoque”, 1997, ambos do diretor japonês Hayao Miyasaki e “Zarafa”, 2012, do francês Rémi Bezançon.
Neste ano, o festival fez uma parceria com o coletivo Casa dos Ventos, de Dourados, que promove várias apresentações teatrais, musicais e workshops de dança de rua, artes circenses e mandalas, além de uma feira de artes integradas e o espetáculo Varietê dos Ventos.
As apresentações musicais estarão a cargo do grupo Tokomadera, do Paraguai, Só Choros e DouradosCity, de Dourados e Soud Mato, de Nova Andradina. Os projetos da Fundação Nelito Câmara também preparam intervenções culturais. A festa de premiação contará com o concerto Tem Guitarra no Samba com Giani Torres e Simão Gandhy.
Para Marinete Pinheiro, cineasta e coordenadora do MIS (Museu da Imagem e do Som), o Festival é o mais antigo do Estado, onde o público mais cativo é o dos alunos, tanto das escolas da cidade quanto as rurais que participam ativamente, “o Festival oportuniza que os alunos aprendam um pouco mais sobre cinema com as oficinas, tendo um caráter educativo e menos competitivo”, e pontua ao falar do único cinema [Cinelito] da região que existe há cinco anos, “quando se faz uma retrospectiva se percebe que renasceu e se reinventou”. Pinheiro ainda acrescenta que a realização do Festival é de extrema Importância para a formação de público uma vez que envolve crianças, adolescentes e jovens que serão aqueles que irão disseminar esta arte.
O 12º. Festival tem o apoio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul é realizado pela Fundação Nelito Câmara, entidade privada de direito público, que atua na formação artística em Ivinhema desde 2006. Também apóiam o evento Sesc-MS e Prefeitura de Ivinhema.
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Ricardo Pieretti (67) 84064841