Publicado em 18 dez 2025 • por Karina Medeiros de Lima •
Importante espaço para a disseminação da arte e cultura e agora modernizado, o Centro Cultural José Octavio Guizzo (CCJOG) reabriu suas portas para a comunidade artística e cultural e para os cidadãos sul-mato-grossenses no dia 2 de abril do ano passado. Fechado desde 2016 para reforma, a reabertura do prédio trouxe de volta o fomento cultural da Capital, especialmente no Teatro Aracy Balabanian, local muito requisitado pelos artistas para a realização de espetáculos.
E agora em 2025, o Centro Cultural teve suas atividades bastante ampliadas com relação ao ano passado, ano da reinauguração. Em 2024 as salas foram ocupadas por 16 grupos distintos. Em 2025, de janeiro até o final de outubro, já foram atendidos 98 grupos, um aumento de 512%. Além das vertentes da dança, teatro e percussão que fizeram parte do calendário de 2024, oficinas de moda, de fotografia e artesanato tiveram a sua vez. Grupos LGBTQIA+ continuam presentes nos agendamentos da salas, mas novas tendências surgiram, como os grupos de K-POP, capoeira, gravações no teatro e seletivas de elenco e modelos, entre outros.
A crescente procura pelo teatro é comprovada pelo número de visitas técnicas. No ano de 2024, de janeiro a dezembro, foram realizadas 15 visitas de pessoas interessadas em utilizar o teatro. Já entre os meses de janeiro a novembro de 2025, foram 84, um aumento de aproximadamente 460%. O teatro Aracy Balabanian recebeu 78 eventos ao longo de 2025, entre espetáculos de dança, apresentações de escolas, formaturas, gravações, espetáculos e festivais.
Em 2025, na Galeria Wega Nery, foram realizadas três importantes exposições de artes visuais: a exposição Elos, aberta à visitação durante o Campão Cultural; a mostra “Artistas da Natureza”, realizada pelo Sesc em agosto e a exposição “VivênciasSingulares – Nem tudo é tragédia.”, realizada pelo Coletivo Enegrecer.
O gestor do Centro Cultural José Octavio Guizzo, Johnny Larroque, afirmou que houve uma mudança de perfil das atrações com relação ao ano passado. “A diferença para esse ano é que o ano 2024 foi usado o teatro mais para políticas públicas, são os projetos aprovados de FIC, FEMIC ou até mesmo alguns projetos da prefeitura. Já esse ano foi um leque maior, foi liberado para várias empresas, inclusive para projetos sociais, escolas, então teve uma variedade muito grande. Um comparativo direto em termos de número, de janeiro a dezembro do ano passado, foi usado 44 vezes para 44 grupos diferentes. Para esse ano foram 78, de janeiro até novembro”.
Johnny afirma que o Centro Cultural está aberto a todas as manifestações culturais. “Nós estamos dispostos e abertos para as mais diversas áreas da cultura, diversas formas de arte, desde o artesanato, que é uma parceria nova que a gente fez agora, até mesmo para o público LGBT, que continuam usando o espaço, e a novidade do momento é o K-pop, que está na moda agora. O Centro Cultural é um espaço democrático. Muitas pessoas ainda tinham uma mistificação de que o teatro era só para público rico, e na verdade não. Como foi aberto por um leque maior de diversas áreas da cultura, então o pessoal viu que o teatro é acessível, tanto que a maior parte das apresentações não é cobrado e quando é cobrado em ingresso é uma coisa mínima. Então, as pessoas tendem a conhecer mais o teatro e ver que existem um leque de oportunidades para o pessoal assistir. Desde música clássica, erudita, até mesmo coisas mais recentes, como o K-Pop que eu mencionei anteriormente”.
O gestor acredita que com a reforma, o espaço ficou mais bonito, mais chamativo e atraiu mais artistas. “Uma das principais coisas que o pessoal fala quando vem é que ele está realmente mais bonito mesmo, mais atraente. Porém, ele tem aquele charme de antigamente, tanto que tem muitas pessoas que venham frequentar hoje o espaço, tanto as salas de dança como no teatro, pela memória afetiva de quando usava lá atrás. Quer dizer, a reforma veio para dar um pouco mais de conforto, mas ao mesmo tempo preservou aquela identidade de antigamente”.
A artesã Elizabeth Marques está ministrando a última oficina do ano no Centro Cultural, de cerâmica. Para ela, o Centro Cultural é um espaço maravilhoso que acolhe os artistas. Esse espaço aqui, esse ateliê aqui para nós ceramistas, isso aqui é uma maravilha para a gente. Nós temos poucos lugares, a maioria dos artesãos, eles não têm um ateliê em casa. Só o ateliê onde trabalha, não tem um espaço para dar curso. E aqui é aberto para a gente dar curso, está maravilhoso. Muito bom. Eu acho que o Centro Cultural nos acolhe, abraça, põe no colo. Maravilhoso!”

