Publicado em 27 nov 2025 • por Marcio Rodrigues Breda •
As primeiras aulas da oficina “Contos e Cantigas”, realizada pelo Instituto Curumins com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) Campo Grande, confirmam o que a proposta anunciou desde o início: um espaço vivo de escuta, criação e encontros entre gerações. Conduzida por Marta Cel e Conceição Leite, a atividade vem reunindo educadores, artistas e curiosos na Casa de Cultura, em noites cheias de música, histórias e trocas afetivas. As aulas continuam nesta quinta e sábado, com o grupo seguindo firme e animado no processo.
A cada encontro, os participantes se entregam aos exercícios propostos, experimentando a força da narrativa oral combinada com cantigas e elementos musicais. Professores, profissionais de diferentes áreas e até quem nunca havia contado histórias vêm descobrindo novas maneiras de se expressar e de encantar.
Para a professora Adriana Cristina Febraro, a oficina já está transformando sua prática em sala de aula. “Eu tô amando o curso. O que me surpreendeu foi a diversidade do grupo, pessoas mais jovens e outras com mais idade, todas dispostas a ensinar e aprender. Já na primeira aula aprendi muito. E isso já está colaborando com meu trabalho com as crianças. A música e a narrativa oral chamam a atenção delas de um jeito especial”.
Ela conta que, mesmo com pouca experiência prática, já percebe mudanças claras na forma de conduzir histórias. “Antes eu começava a contar e me perdia, agora aprendi que existe uma música para começar, um tempo de preparar a escuta. Isso mudou tudo. Quero aprender mais instrumentos e envolver as crianças na história”.
A professora Roseli Camargo também celebra a oportunidade de se soltar, experimentar e crescer em grupo. “A oficina me deu vontade de seguir além. As interações entre os participantes são lindas. Aprendi que narrar é ter pausa, respeitar as vírgulas, dar sentido ao que se fala. Já me imagino como narradora. A oficina contribui muito para o nosso desenvolvimento”.
Entre os participantes, a diversidade de trajetórias também marca o clima do curso. O cabeleireiro Aguinaldo Silvestre destaca a riqueza humana do grupo e a sensibilidade das oficineiras. “A diferença entre expectativa e realidade me surpreendeu muito. A leveza dos encontros, o cuidado da equipe. A Conceição tem uma energia linda, e a Marta é pura força e presença. A música e a narrativa tornam tudo encantador”.
Para ele, entrar em contato com a tradição oral tem sido um processo natural e profundo. “É como aprender igual um bebê: observando e repetindo. A música amplia a emoção, e contar histórias exige coragem. Cada palavra bem colocada encanta”. Ele ainda se vê levando a narrativa adiante. “Me imagino usando isso com meus futuros alunos de artes. A oficina amplia meu olhar para contar, tocar e encantar o mundo”.
Com tantas descobertas, o grupo segue unido, curioso e empolgado para os próximos encontros. A oficina, que forma novas narradoras e narradores para atuarem em escolas, bibliotecas e projetos sociais, vai se consolidando como um espaço de criação coletiva, onde cada voz tem vez, e cada história encontra um caminho.
As aulas continuam nesta quinta-feira (27) e sábado (29), com mais música, rodas de escuta e novos exercícios guiados por Marta Cel e Conceição Leite. No fim do processo, participantes e oficineiras apresentarão um espetáculo conjunto, celebrando a força da tradição oral e da criação partilhada.
A oficina Contos e Cantigas conta com recursos da Política Nacional Aldir Blanc, do Governo Federal, através do Ministério da Cultura (MinC), operacionalizado pelo Prefeitura Municipal de Campo Grande, por meio da Fundação de Cultura (Fundac).
Com reportagem de Aline Lira e Lucas Arruda


