Corumbá (MS) – O Ballet Culturarte, da cidade de Tarija, na Bolívia, apresentou o espetáculo “Asi es mi Bolivia” neste último dia de Festival América do Sul Pantanal, segunda-feira (14), na Praça Generoso Ponce, em Corumbá. As roupas coloridas e os movimentos dos bailarinos, que mostraram o melhor da dança folclórica de diversas regiões do país vizinho, encantaram o público.
Javier Merett, o diretor do Culturarte, explica que o grupo foi criado em março de 2013 com o objetivo de manifestar a cultura boliviana de diferentes regiões do país mediante a dança. O grupo apresentou no Fasp diversas coreografias, entre elas a Afrosaja, dança dos negros escravos do século 18. “Os espanhóis trouxeram para a Bolívia os negros africanos, e usavam-nos como escravos para o trabalho de extração do ouro que exportavam. O único momento de regozijo dos escravos era com essa dança que invocava os bons espíritos e faziam-nos ficar calmos”, diz Javier.
Outra dança apresentada foi o Baile de Cochabamba, que é uma dança que se faz nas sextas-feiras de carnaval na cidade que dá nome à coreografia. “As pessoas se confraternizam nas ruas com a banda que toca acordeon, guitarra e bumbo”. O Tinko, outra coreografia, é do norte de Potossi, em que duas pessoas se juntam para venerar a terra mediante a briga. “Eles agradecem a terra e a colheita matando alguém por golpes de punho. Mulheres e homens se agridem para agradecer pela produção de batata e trigo”, explica Javier.
O grupo encerrou sua apresentação com “Chacarera”, um sapateio em que as moças balançam o vestido e os homens pisam forte no chão com o sapateio. Esta dana é da região do Chaco. Para Javier, apresentar-se no Festival América do Sul Pantanal foi uma oportunidade de difundir a cultura da Bolívia. “Para nós, é impossível não bailar”.
Na plateia, o advogado da Prefeitura de Puerto Suárez, Bolívia, Miguel Nunes, admirava os movimentos dos bailarinos. “Gostei muito. Este é um encontro de nações latino-americanas, incluindo o Brasil. Este Festival é o melhor que pode existir para difundir a arte dos países participantes”.
O médico Emerson Ferreira Moreira, de Corumbá, assistiu à apresentação com sua esposa Hayesa, estudante de Direito. “É bom a gente ver a cultura de outros países, a diversidade está tão perto e a gente não conhece. Teve dança da parte da Bolívia mais voltada para os Andes, a que a gente não tem muito acesso aqui, e também a dança do pantanal boliviano, que é mais próxima da gente”.
E para a plateia que ficou encantada com a dança boliviana, resta agora esperar a próxima edição do Festival América do Sul Pantanal, no ano que vem! Esta edição, com certeza, terminou com um gostinho de “quero mais”.
texto: Karina Lima
fotos: Daniel Reino