Campo Grande (MS) – Apesar da previsão de pancadas de chuva, é uma chuva de alegria que tomou conta do carnaval campo-grandense ontem (10 de fevereiro) na Esplanada Ferroviária, no centro da Capital. A festa ficou por conta do Cordão da Valu, que colocou para dançar pessoas de todas as idades, de crianças a idosos, reafirmado o lema do bloco em fazer um carnaval para toda a família. “Nossa expectativa é boa, vir todos os dias nos cordões e aproveitar para prestigiar os eventos que têm na nossa cidade. Apesar de estar fantasiada de tempestade espero que não chova” brincou Thammy Kumagai, 36 anos.
“Agora a tarde está bem tranquilo, eu trouxe as crianças para se divertirem, se fantasiarem para pular carnaval, viemos brincar. Fazia muito tempo que eu não participava e geralmente eu vinha sozinha. Este é primeiro ano que trago as crianças. Como vimos que este ano aqui iria estar bem mais seguro troxemos a Marjorie (7 anos) de a Cecília (3 anos) na matinê”, destacou Bárbara Duarte, 25 anos.
Karine Moraes, 28 anos também estava com sua filha de 3 anos e notou a segurança da Esplanada “Acho que a gente tem que manter a nossa cultura, Campo Grande está cada vez melhor, o poder público tem investido cada vez mais depois da pandemia, acho que todo mundo tem que trazer os filhos, está super seguro, a segurança pública em peso, tem banheiro químico, eu me surpreendi muito. Há 4 anos ano eu participo do Cordão da Valu, para mim é um dos melhores blocos. Eu pulei aqui até grávida”, confessou.
A democracia e a diversidade da festa também agradou o público presente na festa do Cordão da Valu.” A gente procura vir todo anos com as crianças porque eles gostam muito, é um momento de confraternizar, de brincar, eu estava até conversando com meu marido, é um momento em que o campo grandense é livre. Aqui tem pessoas de todas as idades, de todas as cores, gêneros e orientações sexuais convivendo juntas em harmonia, todos os tipos de corpos e mostrar essa diversidade para as crianças eu acho muito importante. O carnaval é uma oportunidade de ver cultura e diversidade e mostrar para as crianças que ser diferente é normal”, defendeu Karen Baroni, 35 anos.
Idosos também comapreceram para festar com a Valu e apreciar as apresentações. O grupo Bojo Malê agradou muito a platéia que até fez uma grande ciranda confraternizando uns com os outros. “Este é primeiro ano que venho no Cordão da Valu, está bem legal e divertido trouxe essa novidade de trazer o Maracatu e a Ciranda de Roda. Tenho o costume de pular carnaval mas eu ia mais em clube, eu não havia vindo no carnaval de Campo Grande, estou gostando muito”, contou Maria Costa de 58 anos. E sua amiga Fatima Regina Bulamarqui, 62 anos, destacou também a segurança do local”, Esta muito tranquilo, todas as vezes que venho sinto completa segurança, tem policial até demais aqui”, observou.
Bojo Malê veio trazer ao público muita animação e ainda defender a cultura popular de rua. “É muito importante priorizar a cultura popular de rua e as manifestações populares de cultura. O Bojo Malê é um defensor dessas manifestações. Com Chico Simão o Bojo Malê já está há muitos anos na cidade. e é muito legal trazer várias pessoas que já participaram do grupo no decorrer desses anos como Evelyn Lechuga, Sofia Maciel, e este ano eu tive o convite dessa participação com eles. Enquanto a gente projeger e valorizar a manifestação popular de cultura o nosso país nunca vai acabar”, afirmou o cantor Vinil Moraes.
Os organizadores comemoraram a animada recepção do público.Carlos Augusto se mostrou muito satisfeito com o carnaval da família num espaço que é Patrimônio Histórico da Capital. Todo ano a recepção o público é uma coisa maravilhosa porque quando nós começamos lá em 2006, participavam em torno de 70 pessoas, hoje cerca de 45, 50 mil pessoas. E cada vez é aquele carnaval do amor, da afetividade, da família, do abraço, do sorriso amplo, dos corpos se tocando, da comunhão e ainda numa promoção do Patrimônio Histórico de Campo Grande , Nesta época as pessoas se lembram que Campo Grande têm um Patrimônio Histórico e uma memória, e isso é fantástico. Colocar esse bloco na rua é uma conquista, uma realização, uma soma de muitos amores e muitos afetos”, comemorou. E a fundadora Valu complementou: “Sempre fica aquela coisa, aquele medo de que não vai dar e aí todos anos essa galera vem junto e mostra que Campo Grande, gosta de carnaval, gosta de samba, que gosta da rua e é isso que eu espero todos os anos, essa alegria, esse amor, essa dança, esse samba”, finalizou.
Texto: Gisele Colombo