Corumbá (MS) – Em sua primeira edição, a Corrida da Primavera, realizada pela TV MS Record a convite do Governo do Estado, foi sucesso de público e de alegria. A expectativa dos 300 participantes era visível na linha de largada. Depois de participarem do aquecimento, estavam todos ansiosos para o início da corrida.
Às 20 horas deste sábado foi dada a largada no Porto Geral. Entre os corredores, Ana Carolina Bonalume, encarregada administrativa de 35 anos, e Regiana de Rezende Ossuna, servidora pública, 30 anos, que participavam da primeira corrida de suas vidas. Regiana, depois de algum tempo se aventurando sozinha, decidiu participar de um grupo de corrida, pois, segundo ela, “quando não se tem conhecimento não se consegue correr por longo tempo”.
Ana Carolina está há 11 meses treinando e começou para fazer companhia ao esposo. Tanto Regiana quanto Ana Carolina não conheciam Corumbá, e aproveitaram a oportunidade da corrida para conhecer a cidade. Elas vieram a convite do professor João Andrade, do grupo de corrida que elas participam em Campo Grande. “Recebemos o convite do João e pensamos: ‘por que não?’. O João lançou este desafio, daí decidimos nos lançar nos treinos para correr”.
Ulysses Serra, diretor de Marketing da TV MS Record e organizador da corrida, também participou como corredor. Para ele, uma corrida realizada na programação de um festival como o América do Sul Pantanal combina muito. “Cultura com esporte tem tudo a ver. A corrida desenvolve o senso de comunidade entre as pessoas, traz bem estar mesmo para quem não vai participar, e fica torcendo”.
Todos os participantes ganham medalhas, e houve também sorteio de uma moto, uma bicicleta e dois capacetes. Os campeões de cada categoria também ganham troféus, ou seja: os cinco primeiros colocados da categoria geral masculino 5 km, geral feminino 5 km, geral masculino 10 km, geral feminino 10 km. Os três primeiros colocados nas categorias por idade, de dez em dez anos, recebem medalhões.
Para Ulysses, que participou da corrida de 5 km, a corrida é para todo mundo. “É o esporte mais democrático. A pessoa tenta descobrir o seu ritmo, tem que espaçar a respiração para conseguir. Mas todo mundo consegue. A gente se surpreendeu este ano porque o povo se evolveu, as pessoas vieram pedir mais inscrições, mas não deu”.
Os corredores Aramis e Ana Regina Brandão treinam há oito anos. Ele com 67 anos, ela com 56, eles têm 41 anos de casados e correm juntos nas madrugadas de Campo Grande. Já correram a São Silvestre, já participaram de corridas em Lisboa, Assunção, Argentina, e mês passado estiveram em Punta Del Leste, no Uruguai. Aramis explica qe começou a correr por conta de recomendação médica. “Comecei a sentir dores, e depois dos exames, a reumatologista falou que eu tinha que fazer uma atividade física. Ela disse que correr era ótimo, aí eu comecei e levei a esposa. Somos amadores, nosso negócio é colecionar medalhas e participar, e também aproveitamos para conhecer os lugares onde acontecem as corridas. Não estamos aqui para competir com ninguém, mas para nos superar”.
O campeão dos 5 km, Geraldo Julião Júnior, de 26 anos, é de Nioaque e treina há cinco anos e meio. Ele é soldado militar e treina na pista de atletismo do quartel da sua cidade. Seu treinador é André Milano. Geraldo veio a Corumbá só para a corrida. Ele foi vice-campeão do Circito de Corumbá em setembro. Para ele, chegar em primeiro nesta corrida foi gratificante, “o resultado de muito trabalho nos treinos”.
Leonardo Moraes da Silva Messias foi o campeão dos 10 km. Ele tem 29 anos e treina há 13 anos. Em Campo Grande, onde reside, era frentista de posto de gasolina, mas agora dedica-se inteiramente ao atletismo. Seu treinador é o Capitão Carvalho, do Rio de Janeiro. Ele treina seis vezes por semana no estádio Morenão. Em agosto foi campeão da Meia Maratona em Assunção, Paraguai. Ele diz que foi muito bom participar da Corrida da Primavera. “O pessoal aqui acolhe muito bem a gente, aplaudem, incentivam. A cidade é muito boa. A corrida para mim é tudo, ela me afastou da bebida, das drogas. O esporte é outra vida para a gente, independente da idade”, finaliza.
texto Karina Lima
foto Alexandre Sogabe