A 17ª edição do Festival de Inverno de Bonito traz no dia 31 de junho, às 17 horas, na Praça da Liberdade, uma vivência com danças circulares. Qualquer pessoa pode participar, basta entrar na roda e se abrir para o encontro além da palavra. A dança circular ou dança dos povos nasceu com o coreógrafo alemão Bernhard Wosien, que pesquisou as danças folclóricas de diversos povos. Na roda, de mãos dadas, voltada para um centro comum, ao ritmo de suas músicas, nos passos e nos gestos desenhados no movimento coletivo, as marcas de tradições diversas são dançadas, acolhidas e vivificadas no círculo.
As danças circulares têm se espalhado por parques, praças, escolas e centros culturais por iniciativa de grupos independentes e também de inúmeras instituições públicas e privadas. Seus objetivos são reunir pessoas para vivenciar em conjunto experiências em que a multiplicidade de músicas e danças de diversas partes do mundo e de vários gêneros musicais apresenta possibilidades afetivas, subjetivas e educativas de construção de uma cultura da paz. Durante a atividade, os corpos em movimento se tocam e se confraternizam, repensando e reposicionando formas de sociabilidades e de práticas culturais na contemporaneidade.
A atividade é conduzida ou focalizada por uma pessoa chamada de focalizador(a). Geralmente alguém que estudou ou adquiriu alguma formação em um grupo de convívio regular ou ainda em cursos livres ou profissionais sobre essa prática, abordada como parte da história da dança e das artes. No Festival de Bonito, as focalizadoras serão as bailarinas Roberta Siqueira e Franciella Cavalheri.
Roberta Siqueira participou de cursos de formação com Renata Ramos, em São Paulo, tem experiência desde 1999 com danças circulares, tendo realizado vivências em praças públicas, empresas e com grupos menores. “O focalizador é um mediador que conduz a roda, que conduz o grupo para esse mergulho. Você entra em contato com seu eu. As danças são um momento de integração do grupo na forma de meditação ativa. Proporciona uma conexão com nossos ancestrais. As mãos dadas possibilitam essa troca entre os participantes”, afirma Roberta Siqueira.
O papel de focalizador(a) é o de ajudar as pessoas a interagir, a conviver em grupo, a vivenciar as danças em uma roda ou círculo, explicando sobre os sentidos das músicas e coreografias escolhidas, ensinando alguns passos que serão dançados coletivamente, assim como acerca da história e da filosofia da dança e das danças circulares em particular.
Nas danças circulares o que importa é que o grupo vivencie as danças, sejam estas meditativas, folclóricas e/ou contemporâneas, respeitando a forma como cada um coloca seu corpo em movimento e em diálogo com a presença das outras pessoas, buscando uma experiência de integração, em que emerge uma prática coletiva na qual as individualidades também têm seu espaço e seu papel.
Algumas pessoas encontram nas danças circulares mais do que a possibilidade de aprender sobre arte, outras culturas ou apenas para movimentar o corpo, pois podem conquistar igualmente uma experiência de autoconhecimento, de libertação, de solidariedade e, para alguns, até mesmo de outras expressões de amizade, de amor, de espiritualidade, todas essas expressões complexas e indizíveis de sociabilidade humana.
FIB 2016
Danças Circulares
Domingo (31.07)
17 horas
Praça da Liberdade
Assessoria FIB
Karina Lima
(Foto: Deborah Dubner)