Realizado pelo coletivo e produtora cearense Nigéria, o filme DEFENSORXS, será exibido na próxima segunda-feira (14), às 19h30, no Museu da Imagem de do Som de Mato Grosso do Sul (MIS/MS), que fica no prédio da Fundação de Cultura do Estado (FCMS) e da Secretaria de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação (Sectei), na Av.Fernando Correa da Costa, 559, 3º Andar.
Financiado de forma colaborativa, o filme aborda realidades de grupos, entidades e movimentos nas cinco regiões do Brasil, onde homens e mulheres resistem aos impactos de grandes obras, como Belo Monte, e defendem a justiça social, o território, a livre orientação sexual e outros direitos fundamentais.
No momento em que o Brasil vivencia medidas consideradas contrárias à consolidação dos direitos humanos, como a aprovação da redução da maioridade penal e a exclusão de conteúdos sobre gênero dos planos de educação, organizações como a Plataforma Dhesca Brasil, a Justiça Global, o Intervozes e a Nigéria lançam o filme DEFENSORXS, que traz à tona o difícil cotidiano de quem luta em defesa de direitos no país.
Na ocasião, em comemoração ao Dia Internacional dos Direitos Humanos (que ocorre hoje, dia 10 de dezembro) dois defensorxs de direitos humanos do Mato Grosso do Sul também homenageados, com o objetivo de ressaltar as resistências locais.
CONHEÇA AS HISTÓRIAS RETRATADAS NO FILME DEFENSORXS
- TEKOHA
O filme tem início com capítulo sobre a luta indígena. No Mato Grosso do Sul, o povo Guarani e Kaiowá passa por um momento de tensão e conflitos pelo território. A morte da indígena Marinalva aconteceu exatamente durante as gravações de DEFENSORXS. No filme, há um paralelo entre a renovação da tribo, com as imagens das crianças, e as angústias causadas pelas privações de direitos e pelas ameaças constantes de mortes.
- ENGRAVATADOS
Em seguida, o filme adentra os corredores e salas frias do Poder Público e mostra o cotidiano de parlamentares e do sistema Judiciário em relação aos direitos humanos, especificamente no Ceará. A participação social é retratada em uma audiência pública em que organizações que defendem os direitos de crianças e adolescentes reivindicam mais orçamento para políticas públicas.
- TODAS AS CORES
Fernanda, com uma coroa na cabeça e roupa de rainha de bateria, Márcio e Rafaelly conduzem a narrativa e mostram como as atividades de ONGs e Associações são fundamentais para os direitos dos LGBTs e como essas populações ainda sofrem preconceito no país.
- IMPACTOS DE BELO MONTE
Em Vitória de Belo Monte, na região Norte, o espectador é convidado a conhecer de perto a situação que pode ser apontada, hoje, como a maior violação em curso no país: os impactos das obras da usina de Belo Monte. O rio e as lágrimas dos defensorxs são agredidos pelo som das máquinas que constroem a usina que está prestes a entrar em operação. O Xingu sofre o impacto do ‘progresso’ e os ribeirinhos estão sem peixe, território e identidade.
- A LUTA É PRA VALER
A garra e as conquistas do movimento de moradia encaminham o filme para o fim. O maior espaço urbano do país, São Paulo, é também um dos mais desiguais e muitas pessoas precisam de um lugar para viver. O MTST tem conquistado vitórias nesse campo e é um dos principais movimentos sociais na atual conjuntura. No filme, o cotidiano das ocupações do movimento e dos atos massivos que ele realiza são problematizados.
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DOS MESMOS REALIZADORES DE COM VANDALISMO
DEFENSORXS é uma realização do coletivo e produtora Nigéria, que produziu o longa com orçamento bastante reduzido, se comparado às produções do cinema comercial. “Usamos R$ 40 mil para pesquisar, roteirizar, viajar para quatro cidades do Brasil, alugar equipamentos e ainda pagar uma equipe mínima, quase sempre composta por três pessoas meio que fazendo tudo”, explica o integrante da Nigéria, Roger Pires.
O coletivo de Fortaleza realizou, em 2013, o longa COM VANDALISMO, já com mais de 210 mil visualizações no YouTube e diversas exibições públicas. É autor também de documentários de curta duração e reportagens para internet e TV.
CURIOSIDADES
FINANCIAMENTO COLABORATIVO NO CATARSE
O filme DEFENSORXS foi bem sucedido no site Catarse e conseguiu financiamento do público para realizar a fase de finalização e adaptação técnica para cinema – mixagem de som, correção de cor, legenda e identidade visual.
O X DA QUESTÃO
A grafia do título do filme sugere a apropriação por todos os gêneros, sendo a pronuncia correta “defensores e defensoras”.
PRODUÇÃO COLETIVA
O filme nasce da campanha SOMOS TODXS DEFENSORXS, realizada pelas organizações Intervozes, Plataforma DHESCA, Justiça Global e MNDH. O apoio é do Fundo Brasil de Direitos Humanos.
A equipe do filme contou com 3 pessoas por gravação, revezando as funções e sem hierarquia. Com câmeras HDSLR, microfones e gravadores portáteis, a equipe investiu muito tempo e trabalho na montagem do filme, onde cada membro do coletivo editou um capítulo.
DEPOIMENTOS
Antes do filme, foram produzidos depoimentos individuais de defensores e defensoras de direitos humanos que guiaram boa parte da pesquisa para o filme. Esse vídeos estão disponíveis no canal da campanha SOMOS TODXS DEFENSORXS no YouTube.
ASSISTA AO TRAILER: https://www.youtube.com/watch?v=X_gxCceNqBA
SERVIÇO: Exibição do filme DEFENSORXS
LOCAL: Museu da Imagem e do Som – Av.Fernando Correa da Costa, 559, 3º Andar.
DATA: 14 de Dezembro, segunda-feira, 19h30
FICHA TÉCNICA
Direção: Bruno Xavier, Pedro Rocha, Roger Pires, Yargo Gurjão
Argumento: Anderson Moreira, Iara Moura, Roger Pires
Dir. de Fotografia: Valentino Kmentt, Bruno Xavier, Yargo Gurjão
Edição: Bruno Xavier, Pedro Rocha, Roger Pires, Yargo Gurjão
Produção: Pedro Rocha, Roger Pires, Iara Moura, Anderson Moreira
Narração: Silvio Gurjão, Yargo Gurjão, Roger Pires, Pedro Rocha, Bruno Xavier e Frida Popp
Ilustrações: Daniel Chastinet
Identidade Visual: Daniel Chastinet, Regys Lima
Colorização e Finalização: Guto Parente
Captação de Som: Valentino Kmentt, Pedro Rocha, Roger Pires
Gravação em Estúdio: Airton Montezuma
Mixagem/Restauração de Som: Érico Paiva (Sapão)
Trilhas: Matheus Valente, Eros Augustus