Entre contos pantaneiros e lendas urbanas, livros levam tradição e cultura sul-mato-grossense à Bienal Pantanal

  • Publicado em 11 out 2025 • por Lucas Castro •

  • Sete livros que celebram a literatura produzida em Mato Grosso do Sul ganharam destaque nesta sexta-feira (10) durante a programação da 1ª Bienal do Pantanal, em Campo Grande. As obras integram o projeto Leia MS, iniciativa da FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul) que valoriza e reedita títulos de escritoras e escritores do Estado.

    A proposta do projeto é ampliar o acesso à produção literária regional, oferecendo ao público tanto as versões impressas quanto o formato digital gratuito. Os e-books estarão disponíveis por dois anos no aplicativo MS Digital, na aba Leia MS, e também farão parte do acervo do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas.

    Durante o evento, os autores puderam apresentar seus trabalhos e conversar com os leitores sobre os processos criativos e as inspirações por trás de cada obra. Entre os títulos lançados estão:

    Aqui vai uma correção com base em pesquisas e ajustes, sempre que possível:

    • Histórias da Vovó Léla: Contos Pantaneiros – Cristiane de Oliveira Silva
    • É Assim que Eu Vejo as Estrelas – Goretti di Moura 
    • Às Margens do Rio Anhanduí – Histórias das Famílias de João Vieira de Menezes e Maria Lino Pereira – Leiner Vieira Mello
    • Os Encantos de Aurora – Mara Calvis
    • Nadas em Busca dos Tudos – Henrique Medeiros
    • A Bruxa da Sapolândia – André Alvez
    • Outros Silêncios em Vigília – Adriana Alberti

    Com temáticas que vão da poesia às narrativas históricas e fantásticas, as publicações refletem a riqueza cultural e a diversidade de vozes do Estado.

    O escritor e jornalista André Alvez, autor de “A Bruxa da Sapolândia”, é um dos nomes marcantes da literatura sul-mato-grossense contemporânea. Cronista do Correio do Estado, ele iniciou sua trajetória inspirado por autores como Gabriel García Márquez, Érico Veríssimo e Graciliano Ramos. A “Bruxa da Sapolândia”, seu livro de maior sucesso, já está na terceira edição e combina fatos reais e elementos fantásticos, reafirmando o talento do autor para transformar memórias regionais em narrativas. 

    “A Bruxa da Sapolândia é um livro que não me larga onde eu vou, ela vai. O pessoal sempre quer ouvir falar dessa bruxa, e eu já estou na terceira edição. A história nasceu de um caso real, mas ganhou vida própria. Transformei os fatos em uma narrativa totalmente ficcional, cheia de mistério e personagens que ainda hoje despertam curiosidade e medo em muita gente”, explicou o autor.

    A professora e escritora Cristiane de Oliveira Silva contou sobre o seu livro Histórias da Vovó Léla: Contos Pantaneiros, Cristiane dedica sua escrita à preservação da memória afetiva de sua avó, inspiração central de suas obras. Seu livro reúne narrativas ambientadas no Pantanal que foram passadas de forma oral de geração em geração.

    “Eu escrevo porque eu sinto saudade, eu decidi escrever porque eu queria deixar a minha avó de maneira eterna neste lugar. Então, toda a minha escrita são histórias que ela me contava quando eu era criança e eu senti uma necessidade de eternizar isso, de ficar mais próxima dela todos os dias. Então escrever para mim. Hoje, por enquanto, que eu sou jovem nessa aventura da escrita, eu escrevo exatamente para manter a saudade”, destaca.

    A participação dos autores na Bienal simboliza um dos momentos mais significativos do projeto neste ano, ao reunir criadores e leitores em torno da literatura local. 

    Bel Manvailer, Comunicação Setesc
    Fotos: Samuel Rocha/ Comunicação Setesc

    Categorias :

    Bienal Pantanal

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