Publicado em 22 set 2025 • por Marcio Rodrigues Breda •
O projeto “Escambo UBU Erê – Festival para Infância e Juventude” segue sua circulação em Campo Grande e chega nesta segunda-feira (22), às 16h, ao Centro Comunitário Janice Francisco, localizado na Aldeia Urbana Inamaty Kaxé, no bairro Santa Mônica. Com 11 anos de existência, a aldeia abriga atualmente 69 famílias da etnia Terena, originárias da região de Aquidauana.
A atração da tarde será o espetáculo “Pelega e a Porca Prenha – Episódio: Na Mata do Pequi”, que traz personagens simbólicos transitando entre o real e o fantástico. Divertida e acessível, a peça provoca reflexões sobre pertencimento, natureza e cultura popular, além de se integrar a oficinas e à tradicional roda brincante que completam a programação formativa do festival.
Para o cacique Oswaldo Delfino, receber o projeto na aldeia fortalece a identidade e inspira as crianças indígenas que vivem no contexto urbano. “O que me motivou a aceitar o projeto na comunidade é por causa das nossas crianças. A maioria de nós somos indígenas vivendo no contexto urbano e, querendo ou não, isso é muito importante para a comunidade. O teatro traz uma novidade, faz nossas crianças se divertirem, ouvirem as mensagens do projeto e sonharem. Para mim, como líder, é de suma importância porque valoriza nossa gente, traz cultura e também aproxima quem traz o teatro até aqui. Não há preço que pague isso, só gratidão”.
O diretor do projeto e do grupo de UBU, Anderson Bosh, ressalta que o Escambo UBU Erê busca democratizar a arte. “Nosso objetivo é levar o teatro para lugares que muitas vezes ficam fora do circuito cultural, criando experiências de encantamento e de diálogo com a infância e a juventude”.
Realidade das aldeias urbanas – Segundo o IBGE, Campo Grande abriga mais de 18,4 mil habitantes indígenas. Em Mato Grosso do Sul, estado com a terceira maior população indígena do País, são 73.295 indígenas, sendo 14.457 vivendo em áreas urbanas.
Apesar da diversidade étnica, os povos Guarani-Kaiowá e Terena concentram a maior população. “Nesse contexto, iniciativas culturais como o Escambo UBU Erê ampliam o acesso à arte e dão visibilidade às comunidades indígenas em territórios urbanos porque nos inclui, a gente passa a participar de projetos culturais”, diz o Cacique Delfino.
Ubu Erê – Com apoio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), da Setesc e do Governo do Estado, o projeto é financiado pelo edital Funarte Retomada 2024, do Governo Federal, por meio do Ministério da Cultura (MinC). A realização é do Grupo UBU, que une teatro, cultura popular e brincadeiras em uma proposta voltada à infância e juventude.
Escambo UBU Erê conta com produção executiva de Karen Freitas; produção logística de Kiara Kido; mediação de Clara Targino; gestão de projeto de Anderson Bosh; mentoria de produção de Douglas Moreira e Edner Gustavo; coordenação pedagógica de Douglas Caetano. Em Cena, os atores Anderson Bosh, Douglas Moreira e Edner Gustavo, sob sonoplastia e iluminação de Douglas Caetano e social media Bruna Fagundes. A programação completa do projeto pode ser acompanhada no Instagram oficial: @grupoubu.