Publicado em 15 out 2025 • por Karina Medeiros de Lima •
58 filmes foram selecionados este ano, superando os 43 da edição anterior; festival acontece de 11 a 15 de novembro
O Festival Curta Campo Grande anunciou nesta quarta-feira (15) os filmes selecionados para as mostras competitivas Curta Brasil, Curta MS e Curta Doc, que integrarão a programação da segunda edição do evento, marcada para os dias 11 a 15 de novembro de 2025. Com um número recorde de 1.187 inscrições, vindas de todas as regiões do Brasil, o festival consolida seu lugar entre os principais espaços de valorização do curta-metragem no país.
Neste ano, foram 58 filmes selecionados, superando os 43 da edição anterior, em um recorte que reflete a vitalidade e a pluralidade do cinema brasileiro contemporâneo. Segundo os curadores, o aumento da participação e a diversidade regional são sinais de um audiovisual em expansão — resultado direto das políticas culturais e de incentivo à produção.
“Esta expansão representa um passo de maturidade do festival. Ao ampliar o número de filmes em competição e criar uma mostra dedicada ao documentário, abrimos espaço para mais vozes, formatos e territórios – do ensaio ao observacional, do arquivo às narrativas híbridas”, afirma Carol Dória, coordenadora de comunicação e curadora das mostras nacionais.
Diversidade e representatividade em foco
A curadoria deste ano manteve o compromisso de representar todas as regiões do Brasil, reforçando o olhar para mulheres, pessoas negras, indígenas, LGBTQIA+ e cineastas de territórios periféricos. “Buscamos diversidade de perspectivas, força cinematográfica e diálogo com o território. Valorizamos temas urgentes tratados com ética e escuta, além de obras que ressoam com Campo Grande e o Centro-Oeste”, explica Carol.
O curador e crítico de cinema Ricardo Cota destaca que o Curta Campo Grande tem cumprido um papel fundamental no cenário nacional ao dar visibilidade às produções do interior e do Centro-Oeste. “O festival tem uma importância muito grande para trazer filmes de todas as regiões do Brasil. O curta-metragem, que já foi chamado de ‘nosso pequeno milagre brasileiro’, mostra a força do audiovisual e a riqueza do país inteiro”.
Uma das novidades desta edição é a criação da mostra competitiva Curta Doc, que surgiu da demanda dos realizadores que entendem que documentários não deveriam competir com filmes de ficção. Dannon Lacerda, coordenador da curadoria e cineasta, também entende que por se tratar de estratégias narrativas diferentes é importante essa diferenciação nas mostras. “Atendendo à demanda dos realizadores, decidimos criar uma mostra exclusiva para documentários e com destaque para a produção local com 4 curtas”, comenta.
Cinema local em destaque
O número de filmes sul-mato-grossenses selecionados também cresceu: de 6 para 10 curtas, evidenciando a melhoria da produção local, impulsionada pela Lei Paulo Gustavo e Política Nacional Aldir Blanc. Os filmes selecionados das mostras Curta Brasil, Curta MS e Curta Doc concorrerão ao Troféu Tuiuiú, em 12 categorias, incluindo melhor curta de ficção, documentário, direção, roteiro, atuação, fotografia, montagem, arte e som.
Cândido Alberto da Fonseca: memória viva do cinema sul-mato-grossense
Neste ano, o Festival Curta Campo Grande presta homenagem ao cineasta Cândido Alberto da Fonseca, uma das figuras pioneiras do audiovisual em Mato Grosso do Sul, que faleceu em abril deste ano aos 71 anos. Natural de Campo Grande, ele foi também teatrólogo, roteirista, jornalista e gestor cultural, tendo dedicado sua trajetória a estruturar redes e políticas de cultura no Estado.
Sua produção inclui obras fundamentais e hoje consideradas patrimônio, como o curta Conceição dos Bugres (1980), gravado em 35 mm e com registros preciosos da artista que dá nome ao filme. A produção será exibida na noite de encerramento do festival.
Mais novidades em breve
Em breve, o festival anunciará os títulos das mostras paralelas — Sessão Livre (público infantojuvenil), Sessão Acessível (com recursos de acessibilidade) e Panorama do Novo Cinema Francês, além dos filmes de abertura e encerramento. Essas mostras ampliam o alcance do evento e reforçam sua vocação de diálogo entre público e realizadores.
A segunda edição do Festival Curta Campo Grande é uma realização da Corixo Produções, com direção geral de Dannon Lacerda, direção de produção de Bianca Machado e direção de comunicação de Carol Dória.
O festival conta com recursos da PNAB (Política Nacional Aldir Blanc), do Governo Federa, através do MinC (Ministério da Cultura), operacionalizado pela Prefeitura Municipal de Campo Grande, por meio da Fundac (Fundação Municipal de Cultura). Também há apoio do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, através da Fundtur (Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul) e Setesc (Secretaria de Esporte, Turismo e Cultura de Mato Grosso do Sul).
As exibições acontecerão em múltiplos espaços culturais da cidade, incluindo a Associação Cultural Teatro do Mundo, a Casa de Cultura de Campo Grande, a Aliança Francesa e a Escola Estadual Maria Constança de Barros Machado. Mais informações pelo site www.festivalcurtacampogrande.
Confira os filmes selecionados para as mostras competitivas Curta Brasil, Curta MS e Curta Doc:
MOSTRA CURTA MS
1. A última porteira, de Rodrigo da Silva Rezende;
2. Eleonora, de Lígia Tristão Prieto;
3. Les garçons, de Bruno Nishino e Marco Calábria;
4. Olhos fechados, de Roberto Leite;
5. Sebastian, de Cainã Siqueira;
6. Tempestade ocre, de Deivison Pedrê
MOSTRA CURTA BRASIL
1.A mulher esqueleto, de Yolanda Barros Margarida Freire – GO;
2. Arame farpado, de Gustavo Carvalho – SP;
3. A saga, de Dayse Amaral Dias – MG;
4. Boiúna, de Adriana de Faria – PA;
5. Bijupirá, de Eduardo Boccaletti – BA;
6. Cardo, de Allan Riggs e Guilherme Suman – RS;
7. Cavalo marinho, de Leo Tabosa – PE;
8. Fruta Fizz , de Kauan Okuma Bueno – SP;
9. Fuá, o sonho, de Viviane Jag Feg Farias e Amália Brandoff – RS;
10. O céu não sabe meu nome, de Carol Aó – SP;
11. Quando eu for grande, de Manu Cappu – PR;
12. Linda Hotel, de Vladimir Seixas – RJ;
13. Mãe, de João Monteiro – RS;
14. Minha mãe é uma vaca, de Moara Passoni – SP/MS;
15. O primo holandês, de Bruno Lindoso – AL;
16. Peixe Morto, de João Fontanelle – CE;
17. Subsolo, de Miwa Yanagizawa – RJ;
18. Via sacra, de João Campos – DF;
MOSTRA CURTA DOC
1. Campo cênico, de Pedro Miyoshi – MS;
2. Contra correnteza, de Henrique Fabiano de Souza – RJ;
3. Construindo a quarta parede, de Bruno Augusto da Silva – MS;
4. Jardim de Pedra, de Daphyne Schiffer Gonzaga e Rodrigo da Silva Rezende – MS;
5. Koi e o rio, de Ricardo Pieretti Câmara e Maurício Copetti – MS;
6. Outros abrigos, de Thiago Cardoso – PR;
7. Palavra, de Deivison Fonseca Fiuza – BA
Com informações da Assessoria