O 7º Festival Cultural do Chamamé de Mato Grosso do Sul, Integração: Brasil – Paraguai – Argentina foi lançado na noite desta quinta-feira, 5 de setembro, no Teatro Aracy Balabanian. Apresentaram-se diversos grupos musicais que trouxeram o chamamé, a polca e a guarânia para o teatro e fizeram o público dançar na plateia.
A realização do festival é do Instituto Cultural Chamamé, Polca Paraguaia e Guarânia de Mato Grosso do Sul, com o apoio da Fundação de Cultura de MS, Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura de Mato Grosso do Sul, Governo de Mato Grosso do Sul, Fundação de Rádio e Televisão Educativa de MS (FERTEL), Secretaria de Cultura e Turismo do município de Campo Grande, Centro de Tradições Gaúchas Farroupilha, Rádio Clube e Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
O presidente do Instituto Cultural Chamamé MS e diretor geral do Festival, Orivaldo Rocha Mengual, disse que um dos objetivos do Instituto e do Festival é trazer os jovens para esta cultura do chamame e proporcionar a integração cultural. “É um prazer recebe-los aqui neste ato tão importante que nós estamos realizando em prol da cultura chamamezeira, em defesa da música da fronteira, o chamamé, a polca e a guarânia. A nossa luta não é de hoje, é de mais de 20 anos, e a gente conseguiu fortalecer o chamamé. Um dos objetivos do Instituto Chamamé MS é fortalecer esta cultura trazendo os jovens para nos auxiliar e ajudar a fortalecer este gênero musical aqui no nosso Estado. O objetivo também é de integração cultural que a gente obteve por parte do governo para realizar este trabalho não só aqui em Campo Grande, como vários acordos de intercâmbio cultural que fizemos com as províncias de Santa Fé, do Chaco e de Corrientes. Convido-os a divulgar este evento para que a gente possa mostrar para as autoridades que este gênero faz parte da cultura do nosso Estado”.
A secretária de Cultura e Turismo de Campo Grande, Mara Bethânia Gurgel, afirmou estar feliz com a parceria com o Governo do Estado para a realização do Festival. “Eu estou muito feliz junto com esta parceria com o Governo do Estado, com o diretor-presidente da Fundação de Cultura, Eduardo Mendes, o Marcelo Miranda, que desde o momento que eu assumi a secretaria de Cultura e Turismo a gente tem participado ativamente deste Festival porque nós entendemos a importância que ele tem para a nossa cultura sul-mato-grossense. Além do que ser um patrimônio imaterial do nosso Estado, a preservação da nossa cultura, do nosso chamamé, é excepcional, isso é cultural, é trazer as pessoas para conhecer as nossas raízes, para entenderem que nós somos ricos nas mais diversas áreas culturais”.
O diretor-presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Eduardo Mendes, contou um pouco de sua experiência em viagem que fez à Argentina e à cidade de Corrientes. “Hoje nós vamos poder mostrar alguma atração cultural para esse nosso público tão importante do chamamé. Eu tenho muito orgulho de ter ido em janeiro com o Orivaldo e muitos de vocês que estão aqui na excursão para o Festival lá de Corrientes. Quem pediu para eu ir para Corrientes foi o nosso governador Eduardo Riedel e o nosso secretário Marcelo Miranda, que é o secretário de Turismo, Esporte e Cultura do Estado, muito ligado às questões culturais, principalmente do chamamé. Eu estive com eles na Argentina, e a cidade de Vila Guilhermina, nós temos uma placa do Estado de Mato Grosso do Sul sendo representado pelo chamamé na Argentina. O Orivaldo e toda a turma de Campo Grande que vai para lá são muito respeitados e eu tive muito orgulho de estar lá com vocês e vê-los aqui esta noite, sabendo que a gente está mantendo uma tradição tão importante que é o chamamé. Campo Grande é a capital nacional do chamamé. Espero que vocês se divirtam muito com o Festival”.
José Vitor Pinheiro, do grupo Tajy, de Corrientes, na Argentina, disse ser uma felicidade muito grande participar do Festival do Chamamé em Campo Grande: “Nós apresentamos um repertório do nosso último álbum, Raiz Chamamé, e fazemos o chamamé tradicional da década de 40, 50, entendendo que esta é uma festa do encontro, onde também se faz uma música hermética para dançar também, porque o chamamé está muito ligado à dança. Fazemos composições nossas e também tocamos clássicos, fizemos uma pequena homenagem à música paraguaia em nosso repertório. Para nós é um orgulho enorme estar aqui neste Festival e uma felicidade muito grande poder conhecer os músicos, os colegas e a todos que estão vinculados de maneira tão passional a nossa música, porque vemos que as pessoas são muito passionais relacionadas ao chamamé. Neste encontro esta linha cultural que nos une e que une fronteiras dos países e une estas nações Argentina, Paraguai e Brasil, para nós é um orgulho estar aqui”.
Paulo Arguello, de Campo Grande, apresentou-se com seu pai, Sergio Arguello, ao violão. Para ele, tocar para um teatro cheio de fãs do chamamé é emocionante. “Sempre é uma emoção tocar com meu pai, é meu professor, desde os sete anos que eu toco violão e ele que me passou tudo o que ele sabia e a gente foi aprendendo junto também, tocar num Festival como esse que acontece na nossa cidade, a gente tem o privilégio de ter este Festival aqui em Campo Grande, para mim é uma emoção muito grande poder dividir o palco com meu pai, conhecer outros artistas de outros países que vêm aqui e estar junto do público que veio prestigiar, o teatro está cheio de fãs do chamamé, da nossa cultura, da polca, da guarânia, estou com o coração cheio de felicidade de estar aqui hoje. Eu não consigo imaginar a minha vida sem o chamamé porque os momentos mais felizes da minha vida, infância, sempre estava tocando um chamamé, um Délio e Delinha em casa, um rasqueado, porque o rasqueado sul-mato-grossense ele veio dessa fonte do chamamé. Então o chamamé para mim é viver com harmonia, com os amigos, com a família, desfrutar dos momentos de lazer”.
Veronica Judith Benites Ortiz, do Paraguai, do grupo D’Apollo Folk, tem a polca paraguaia em suas raízes familiares. “Para nós foi uma sensação única, todo o grupo está muito feliz, superou tudo o que nós tínhamos pensado e gostamos demais. Hoje trouxemos as seleções de polcas e guarânias. Para mim, na verdade, a polca, a guarânia é como a minha vida, eu estou vivendo isso o dia-a-dia, minha avó escutava na minha casa, foi passando de geração em geração e foi ficando em mim, é a minha essência, também da minha família, eu tive a oportunidade de conhecer o meu namorado no mundo do folclore, e agora com uma filha estamos tentando ela escutar também e dançar, é algo muito emocionante”.
Texto: Karina Lima
Fotos: Daniel Rockenbach