Corumbá (MS) – A Mostra de Cinema do 13º Festival América do Sul Pantanal, que acontece no Sesc Porto Geral, em Corumbá, exibiu na tarde deste domingo (13) o filme “Camino a La Paz”, do diretor Francisco Varone. O filme retrata a história de Sebastián, interpretado por Rodrigo De La Serna. Sebastián é um homem de 35 anos recém-casado e precisando de dinheiro. Para solucionar o problema, ele decide usar seu carro para se tornar motorista particular, até que recebe uma proposta para levar um cliente de Buenos Aires até La Paz por uma boa quantia de dinheiro.
Para as expectadoras Carolina Scultori e Iara Nero, ambas biólogas, que vieram de Campinas (SP) para prestigiar o Festival, o que as levaram a assistir à projeção foi a história do filme. “Houve uma transformação no personagem, não pelo fato religioso, mas viajando ele começou a valorizar coisas que não valorizava antes. A Bolívia é meu país favorito depois do Brasil. Já estive na Argentina também”, diz Carol. Para Iara, é interessante assistir “coisas com as quais não temos contato. Achei muito interessante e queria mesmo ver produções de outros países”.
Rossine Benício, professor de cursinho para concursos, de Campo Grande, veio com a esposa Rogéria Fonseca, servidora pública do Procon. O casal é freqüentador assíduo do Fasp e vem todos os anos para Corumbá. “Toda vez que venho ao Festival procuro ver filmes da América do Sul. Já assisti ‘O Segredo dos seus Olhos’ e o filme sobre a Violeta Parra. Este ano o Festival está mais latino, é a alma do Festival”, diz Rogéria.
“A gente sempre vê filmes argentinos”, fala Rossine. “Essa busca da nossa identidade latino-americana a gente vê nos filmes brasileiros, argentinos, a gente está se descobrindo. Esse cinema resiste, cinema de exceção, de extrema qualidade. A gente se vê nesses filmes, é a busca da nossa identidade. O Festival mostra isso. É uníssono em todos os artistas que participam, somos irmãos e o Festival mostra a beleza do nosso povo”.
A psicóloga Luciana de Bem é de Santa Catarina e vive em Mato Grosso do Sul há pouco tempo. A descoberta a respeito dessa integração de fronteiras que o Estado proporciona ela vivenciou por aqui. “Essas culturas se interligam profundamente. Fui conhecendo os sul-mato-grossenses pelas comidas, culturas, é muito semelhante aos povos de entorno, como a chipa, o tereré e alguns outros costumes”.
O biólogo e professor da UFMS, Rudi Laps, veio de Campo Grande exclusivamente para o Festival América do Sul Pantanal. Ele decidiu acompanhar as exibições no Sesc pela oportunidade de ver filmes que circulam fora do circuito comercial. “O tema do filme de hoje me atraiu. Eu conheci La Paz este ano. Queria ver essa viagem de outra maneira. Considero uma das principais atrações esses filmes, essa programação estrangeira é o que mais me atrai, porque proporciona integração. Aqui no Festival temos esse acesso, o clima do Fasp proporciona essa diversidade cultural”.
Agora neste fim de tarde será exibido o filme “Guarani”, uma produção paraguaia com direção de Luis Zorraquin. E amanhã, segunda-feira, último dia do Festival, tem mais programação de cinema no Sesc Porto Geral. Serão exibidos os curtas produzidos na oficina “Iniciação ao Audiovisual com Iván Molina”, às 14 horas; às 15 horas vai ser exibido “O trem fantasma e a viola de cocho”, documentário produzido por Sebastião de Souza Brandão; às 15h40vai passar “Ginga documenta: cultura bovina em trânsito”, documentário com direção de Helton Pérez; para encerrar, “Lendas pantaneiras”, com direção de Fábio Flecha, será exibido às 16h40. O Sesc Porto Geral fica na rua Domingos Sahib, 570, em Corumbá.
texto Karina Lima
texto Daniel Reino