Em sua 23ª edição, o Festival de Inverno de Bonito apresenta em sua programação a tradicional exposição de Artes Visuais, que acontece desde a 1ª edição dessa grande festa e apresenta um painel com diversidade de técnicas e possibilidades artísticas, fomentando diálogos e trocas essenciais no processo criativo e formador de público para as artes visuais.
A Galeria está na Praça da Liberdade, com acesso fácil, e recebe artistas renomados. Nesta edição, a exposição “Aspectos da Cor” conta com obras dos artistas Nube Jaguar Yanyan Yu Shangai (China), Gejo (São Paulo), James Cáceres (Campo Grande), Iuri Aleksander (Campo Grande), Felipe Siqueira (Campo Grande), Maíra Espíndola (Campo Grande), Wendel Fontes (Campo Grande), Raique Moura (Campo Grande), Anelise Godoy (Bonito) e Patrícia Helney (Campo Grande).
“Um dos objetivos da mostra coletiva, que já é consolidada por ser uma importante ação nos festivais do nosso Estado, é ampliar o diálogo com a produção atual das artes visuais e estimular a reflexão sobre a produção cultural, contribuindo com a promoção, difusão e expansão da diversidade da linguagem artística e cultural, além de possibilitar a compreensão das múltiplas linguagens e expressões, não se prendendo a limites nos processos e técnicas criativas”, explica a Gestora de Artes e Cultura da FCMS e coordenadora da Galeria, Marilena Grolli.
Para Marilena, a presença das artes visuais no Festival é fundamental. “As artes visuais são o cartão postal de qualquer evento artístico porque é uma linguagem universal. Você não precisa saber falar a língua do outro. Você consegue dialogar com o outro através da imagem. É algo que é fundamental e é por isso que ela vem em todas as edições do Festival, presente com essa força e já tem o seu papel consolidado dentro do Festival”.
“A circulação nesta edição até me surpreendeu, da quantidade de público frequentando e prestigiando a galeria. Todos os dias durante todo o período de abertura, que é das 9 às 22 horas, está tendo uma frequência bem grande de público”, diz a coordenadora do espaço.
Kátia Acosta Garcia, que trabalha no Cras de Bonito, viu e aprovou a exposição. “Achei muito linda! Esse espaço tem variedade de bonecos, quadros, que dá para ter vários tipos de interpretação. Eu gostei muito da escultura de metal, achei muito interessante, também, a menina, no quadro, amarrando um lacinho. Esse macaquinho também, gostei muito. Uma criança, um adulto ou uma pessoa mais velha podem ter um outro olhar para as artes, que interpreta mundos diferentes, raças, origens. Muito bom, gostei!”.
Ramon Medina Vieira, professor que mora em Aquidauana, acha importante divulgar o trabalho dos artistas regionais. “É importante divulgar o trabalho dos nossos artistas. Sou um apaixonado por arte, principalmente regional. Acho que é necessário fomentar os artistas para as pessoas conhecerem, principalmente os mais jovens. Eu sou fã da Anelise Godoy e da Patricia Helney, principalmente da Patricia, que trabalha a questão do folclore”.
Adriana das Neves Costa, artesã de velas aromáticas, de Coxim, encontrou na galeria obras que remetem a sua infância. “Quando eu vi o artista James Cáceres, porque o ano passado ele apresentou o lobo guará, e este ano ele trouxe o mico, com o título Sombras do Pantanal, na hora eu identifiquei o artista. Também o artista que fez aquele quadro da menina, se não me engano no ano passado ele fez o quadro do menino sobre o muro soltando pipa. É uma coisa que me remeteu a minha própria lembrança de infância. Eu fui criada em São Paulo, em Mogi das Cruzes, e era época de pipa, de brincadeiras, trouxe muita tranquilidade, eu gostei muito do que foi apresentado aqui na galeria este ano”.
Galeria de Artes a Céu aberto homenageia Jorapimo
O Festival traz também uma justa e merecida homenagem ao artista Jorapimo (in memorian) com uma exposição a céu aberto por sua imensa contribuição e legado as artes visuais de Mato Grosso do Sul.
A exposição apresenta um painel com uma variedade de recortes de suas obras em grande formato, mostrando sua diversidade de técnicas e seus processos criativos, revisitando por meio de sua arte a história que tanto orgulha o sul-mato-grossense, propondo assim diálogos e trocas.
O corumbaense Jorapimo é referência mundial nas artes visuais e patrimônio cultural de Mato Grosso do Sul. Seu nome de registro é José Ramão Pinto de Moraes. Ele foi artista autodidata que transitava em sua liberdade de criação mostrando sua fluidez e pincelada solta e expressiva.
“Um dos objetivos da mostra individual do artista e que conta com 14 recortes de imagens de obras suas é celebrar sua trajetória em vida e visibilizar parte do seu legado artístico que possui uma relevância internacional estimulando a reflexão, contribuindo com a promoção, difusão e expansão da diversidade da linguagem artística e cultural”, finaliza Marilena Grolli.
Karina Lima, Festival de Inverno de Bonito
Fotos: Álvaro Rezende