Homenageado no FASP, Hélio Serejo reproduziu nossa cultura entre contos, artigos e poemas

  • Publicado em 11 nov 2019 • por Gisele Colombo •

  • Campo Grande (MS) – Escritor, poeta, jornalista, memorialista. Variedade extensa de obras criadas a partir do olhar sensível sobre a cultura brasileira. Esta é a marca de Hélio Serejo, um dos homenageados da 15ª edição do Festival América do Sul Pantanal, que acontece de 14 a 17 de novembro em Corumbá e Ladário.

    Nascido em Nioaque em 1º de junho de 1912, Hélio Serejo passou a infância em Ponta Porã, onde iniciou os estudos. Com 14 anos de idade, na fazenda do pai, começou a trabalhar na lida da erva-mate nativa. Anotava tudo o que acontecia na cultura fronteiriça. Começou a escrever artigos sobre o assunto para a Folha do Povo e aos 15 anos manda textos para revistas do Rio de Janeiro, ganhando o concurso “Paisagens do Brasil” Seus 64 cadernos de anotações deram o embasamento para grande parte de sua obra.

    Aos 17 anos serviu 3º Regimento de Infantaria, na Praia Vermelha no Rio de Janeiro e matricula-se no Pritaneu Militar no Rio de Janeiro – estabelecimento que deu origem ao Colégio Militar – para ser Engenheiro e construir pontes, seu maior sonho. Porém mantém o hábito da observação e da escrita: vence o concurso “Poetas Militares do Brasil” e “Rei Negro”, no Concurso do Círculo Americano de Cultura.

    Aos 23 anos – em 1935, ao estourar a Intentona Comunista, por ter sido encontrado em seu quarto um livro sobre Luís Carlos Prestes, que pertencia a um colega de quarto, foi preso e levado para Ilha das Flores, onde ficou seis meses sofrendo maus tratos e privações, sendo ao final excluído do Exército. É anistiado em novembro de 2006, sendo reintegrado com todas as normas.

    Seguiu por diferentes profissões: Investigador de Polícia Especial, no Rio de Janeiro; Oficial do Registro Civil, em Rio Brilhante; Fiscal de Rendas nas cidades de Rio Brilhante, Maracaju e Dourados; Delegado de Recenseamento da Região de Rio Brilhante; Escriturário e assessor da Comissão de Limites Brasil-Paraguai; Assessor de Gabinete do governador, auxiliar do Diretor de Imprensa, chefe do Departamento de Terras e Colonização e assessor do diretor do Diário Oficial do antigo Território Federal de Ponta Porã; Diretor de Assistência Social da Prefeitura de Presidente Venceslau-SP.

    Publicou mais de 60 obras, foi membro de diversas instituições e academias no Brasil, dentre as quais o Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, a Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, a Academia Mato-Grossense de Letras, além de instituições estrangeiras, como Centro Folclórico Sul-Americano de Bogotá, o Cultura Crioula de Paissandu, no Uruguai e a Sociedade de Pesquisa Folclórica de Lisboa.

    Acervo Familiar – Hélio Serejo

    Hélio Serejo faleceu na noite de 8 de outubro de 2007 em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Deixou cerca de sessenta livros publicados, dos quais destacam-se:

    Tribos Revoltadas – Novela Íncola – 1935

    Carreteiro de Minha Terra – 1936

    Modismo do Sul de Mato Grosso – 1937

    3 Contos – 1938

    4 Contos – 1939

    Homens de Aço – A Seita nos Ervais de Mato Grosso – 1946

    Ronda Sertaneja – 1949

    Rincão dos Xucros – 1950

    Prosa Rude – 1952

    Tinha um pé de maconha em casa -1955

    Canto Caboclo – 1958

    O Homem Mau de Nioaque – 1959

    Poesia Mato-Grossense – 1960

    Buenas Chamigo – 1960

    De Galpão em Galpão – 1962

    Versos da Madrugada – 1969

    Carta de Presidente Venceslau ao Cumpadre Nasermo – 1970

    Prosa Xucra – 1971

    Pialo Bagual – 1971

    Vento Brabo – 1971

    Rodeio da Saudade – 1974

    Vida de Erva – 1975;

    Contas do Meu Rosário – 1975;

    Zé Fornalha – 1976;

    Abusões de Mato Grosso e de Outras Terras – 1976;

    Campeiro da Minha Terra – 1978;

    Fogo de Angico – 1978 ;

    7 Contos e Uma Potoca – 1978;

    Lendas da Erva-Mate 1 – 1978;

    Pelas Orilhas da Fronteira – 1981; Lobisomem – 1982;

    Palanques da Terra Nativa – 1983; Caraí – 1984

    Acervo Familiar – Hélio Serejo

    FASP – Uma oportunidade de enaltecer nossas identidades culturais e a união de nações com trajetórias muito próximas. O Festival América do Sul Pantanal promove encontros que valorizam a diversidade cultural do continente, a criação e fruição de riquezas, o intercâmbio, a revelação de experiências e debates de temas relativos à cultura, à cidadania, ao meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável.

    Mais informações sobre o evento podem ser obtidas na nossa página (www.fundacaodecultura.ms.gov.br) ou pelo telefone 3316-9109.

     

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