Inédito, show “Oríkì“ é resultado de 13 anos de pesquisa, criação e produção
Com menos de 1,55 m de altura, em cima do palco, uma mulher se agiganta. Sua voz, seus movimentos, seu figurino, que muitas vezes também faz as vezes de cenário, ocupam todos os espaços. Assim foi a apresentação de Iara Rennó na noite desta sexta-feira (28) no Teatro Aracy Balabanian.
A cantora, compositora e instrumentista volta a Campo Grande menos de um ano depois da sua última apresentação, em junho de 2024, dessa vez, com show inédito e já com saudade da cidade, garante a artista. “Eu me sinto em casa, Campo Grande é a minha segunda casa. Tenho família aqui, tenho raízes. Sou sempre muito bem recebida pelo público, que é quente, tem o mesmo calor da cidade”, declarou.
Apontada pela crítica como parte de uma geração que tem renovado a cena musical brasileira, Iara fez uma apresentação cheia de representatividade e significados, não só pelas músicas e interpretações, mas também por meio do figurino, criado e desenvolvido pelo artista paulista Alexandre dos Anjos. “Esse é um show muito minucioso, temos vários elementos, várias trocas, que acompanham e contam a história de um roteiro. Cada cena tem uma energia específica, que é a energia de cada orixá”, explica.
Na plateia, os amigos Marcius Andrade (20 anos), Mariana Cesário (26 anos) e Ana Lua Teixeira (18 anos), cantavam e aplaudiam a artista praticamente sem piscar. “É um show muito completo, de altíssima qualidade mesmo. É uma grande inspiração pra mim”, conta Ana Lua, que também canta. Foi por um convite de Ana Lua que o casal Marcius e Mariana foi ao show. Eles ainda não conheciam o trabalho da artista e ficaram surpresos com o que viram e ouviram. “Estamos encantados, ficamos reparando em cada detalhe e é realmente surpreendente a qualidade artística de Iara”, afirmaram.
Iara Espíndola Rennó iniciou sua carreira em 1996, cantando ao lado da mãe, Alzira Espíndola. De lá pra cá, já gravou mais de 6 álbuns, teve canções gravadas por Ney Matogrosso (Leve, no disco Inclassificáveis), Elza Soares (Mandingueira, parceria com BiD e Walmir Gil) e a portuguesa Maria João (Fado Mudo). Já foi indicada ao Grammy Latino: Melhor Álbum de Música Regional ou de Raízes Brasileiras.
O Campão Cultural acontece de 27 a 30 de março e de 3 a 6 de abril. Para conferir a programação completa, acesse o site ms.cultural ou siga a página @festivalcampaocultural no Instagram.
texto: Bianca Bianchi
fotos: Maurício Costa Jr