Jornada do Patrimônio discute vivência na cultura afro em MS no Memorial da Cultura no dia 29

  • Publicado em 14 ago 2025 • por Karina Medeiros de Lima •

  • O Memorial da Cultura e da Cidadania Apolônio de Carvalho recebe no próximo dia 29 de agosto, durante a programação da 1ª Jornada Estadual do Patrimônio Cultural de Mato Grosso do Sul, o projeto O Banquete do Rei – Olubajé: vivência na cultura afro MS.. Idealizado por Valter Souza da Silva, titular no Conselho Estadual de Políticas Culturais do Mato Grosso do Sul, no Conselho Municipal dos Direitos do Negro de Campo Grande MS e membro do Colegiado Setorial de Cultura Afro MS, o projeto envolve uma mostra de vivência na cultura de matriz africana, exibição de filme no MIS e Roda de Conversa.

    O projeto tem como objetivo geral apresentar uma mostra da cultura de matriz africana, por meio do festival Olubajé, em homenagem ao Orixá Omulu/Obaluaye, e a exibição do documentário “Madrinha e Rezadeira na Cultura Afro-ameríndia Campo Grande MS”. O objetivo específico é propiciar uma aproximação social com a cultura tradicional de matriz africana através da culinária, da moda e da música.

    A programação do dia 29 se inicia às 16 horas, com os aspectos culturais do Olubajé, como culinária dos orixás, vestes, cânticos, colares e dança. Às 19 horas haverá a exibição, no MIS, do documentário curta-metragem Madrinha e rezadeira na Cultura Afro-Ameríndia Produzido por Valter Souza da Silva (Fomento LPG/SECTUR/CG) e às 19h30 haverá uma Roda de Conversa “Vivências: Africanidades em MS”, com a participação do Mediador: Bàbálóòrìsà Dr. h.c. José Roberto Costa Cardoso; Convidado: Bàbálóòrìsà Dr. Antônio Carlos Seizer da Silva; Convidada: Esp. Vânia Lúcia Baptista Duarte; Convidada: Iyàlóòrìsà Esp. Alvara Susi Peixoto Simei e  Convidada: Iyàlóòrìsà Adriana Kisfaludy.

    O projeto integra o movimento dos agentes culturais de matriz africana (povos de terreiros) de desestigmatizar esse segmento social, mediante ações de aproximação como o objeto desse projeto. Alcançando o público geral, a formação social inerente a essa cultura e também as demais formações sociais.

    Justifica-se o intento desse projeto junto as ações da Jornada Estadual do Patrimônio Cultural de Mato Grosso do Sul – 2025 na modalidade Audiovisual e Projeções: Documentário Madrinha e Rezadeira na Cultura Afro-ameríndia; e Apresentação cultural e sabores tradicionais: O banquete do Rei – Olubajé, no sentido de fortalecer o patrimônio cultural sul-mato-grossense inerente a cultura de matriz africana, e principalmente, ressignificar no imaginário popular a noção de cultura afro diaspórica.

    Para o idealizador do projeto, Valter Souza da Silva, a importância está em pôr em relevo a cultura dos povos de terreiro de matriz africana durante a Jornada do Patrimônio, “pois permite trazer a cultura periférica para o centro, trazer uma amostra da vivência desse segmento social que gera uma aproximação necessária para desconstruir a visão negativa, demonizada, que ainda impera quando se fala de um bando de candomblé sobre africanidades em Mato Grosso do Sul”.

    “O projeto Banquete do Rei, ou Lubagé, celebra o ato de comungar os sabores e saberes ancestrais que constitui o fazer cultural de matriz africana em nosso estado, mostrando que temos, sim, uma identidade afrodiaspórica mas que, no entanto, precisa fluir socialmente sem impeditivos, sem racismo religioso, sem sofrer ataques em seus territórios, sem medo de circular com vestes e acessórios tradicionais. Ou seja, isso importa para desmistificar, decolonializar toda uma memória histórica preconceituosa e racista”, finaliza Valter.

    Olubajé

    Comemorado anualmente no mês de agosto na maioria dos terreiros de candomblé do Brasil, o Olubajé – o grande banquete do rei – é uma cerimônia em homenagem ao orixá Omolu, que tem como intuito agradar essa divindade ofertando-lhe comidas. Esse festejo é um dos mais importantes para os povos de terreiro, pois é durante o período do Olubajé que podem ser reveladas situações de rivalidade, conflitos, doenças, pragas e, ao mesmo tempo, a cura e o perdão. A palavra Olubajé é de origem iorubá, e significa significa “Olú”, aquele que; “Ba”, aceita; “Je”, comer.

    Texto: Karina Lima

    Fotos: Divulgação

    Categorias :

    Patrimônio Cultural

    Veja Também