Campo Grande (MS) – Nada melhor como celebrar a chegada da primavera, a estação das flores, com o colorido e as formas das obras de conceituados artistas visuais. Foi nesta energia que o Marco realizou a abertura da sua 2ª Temporada de Exposições 2019, na noite desta quarta-feira, 12 de setembro, com música de boa qualidade para entronizar os visitantes nesta atmosfera festiva e cultural.
Estão em exposição as Mostras “Antropia”, de Lídia Coimbra (MS); “Corpo-Resistência, de Mariana Arndt (MS); “Mundo Arqueológivo”, de Neusa Silva (DF) e “Dilaporal”, de Pedro Gottardi (SC).
A coordenadora do Marco, Lúcia Monte Serrat, agradeceu a presença de todos e fez alusão à nova estação que se inicia neste mês de setembro. “Com a primavera tudo se renova, as ações brotam e dão flores também. Nossas ações vêm se fortalecendo e parcerias vão surgindo. Esta temporada é fruto de muito plantio, de muito empenho de todos, para que hoje pudéssemos estar completos e tranquilos. Meus agradecimentos à minha equipe de trabalho que me apoia nas horas mais difíceis e nas alegres. E viva a primavera!”
O artista visual Pedro Gottardi, de Santa Catarina, falou em nome de todos os artistas que estão expondo nesta 2ª Temporada. “Começo agradecendo a esse Estado, à cidade de Campo Grande, à Fundação de Cultura e ao Marco pela oportunidade de estar aqui. À coordenadora do Marco, Lúcia Monte Serrat, pelo seu carinho e por manter esse lugar vivo e pulsante, e à toda a equipe do Museu, que cuida para que esse lugar se torne íntimo de todos nós. Sou muito grato por ser abraçado por todos, pelos amigos daqui. As Mostras desta exposição nos fazem pensar o que somos e como somos. Obrigado e boa noite!”.
A diretora-presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Mara Caseiro, sentiu-se agradecida por estar mais uma vez no Marco abrindo uma exposição. “A Lúcia Monte Serrat expressou em suas palavras todo nosso sentimento. Aos artistas, representados aqui pelo Pedro Gottardi, que sejam muito bem-vindos com suas obras aqui no Marco. Agradeço a toda a equipe da Fundação de Cultura, que se dedica para que as coisas possam acontecer como vem acontecendo”.
Mara disse aos presentes que o artista é um representante do ser humano que não se curva diante das dificuldades. “Nós passamos por tormentos mas não nos curvamos. E isso reflete o que é o artista, que representa tudo o que tem dentro de si. Nós, da Fundação de Cultura, temos trabalhado para dar o melhor de nós. Agradecemos ao nosso governador, Reinaldo Azambuja, que não se curvou diante da crise e tem nos dado forças para trabalhar juntos por Mato Grosso do Sul. A gente tem que trabalhar e se unir. Espero que possa a cada dia construir um Mato Grosso do Sul cada vez melhor, que possamos fazer realmente a promoção da nossa cultura aqui no Estado. Declaro aberta esta 2ª Temporada com muito amor no coração e com essas peças que nos encantam”.
A polêmica “Corpo-Resistência”, de Mariana Arndt (MS), traz a força necessária para abordar a temática da violência contra a mulher e desvalorização do feminino. “A gente está passando por um momento social em que a gente tem que parar para refletir bastante. Nossa exposição mistura um pouco da violência micro e macro que a gente sofre. Este projeto trabalha não só com a mulher, mas com o entrecruzamento de várias características, como raça e classe social. É um convite à reflexão de tudo o que está acontecendo”, diz Mariana.
Mais intimista, Neusa Silva (DF), coloca toda a sua individualidade artística em “Mundo Arqueológivo: “Eu me concentro muito e as formas vão fluindo e vou mantendo um diálogo com o próprio trabalho. E tudo muito espontâneo, procuro passar por meio das cores como eu sou e como eu gosto, oque eu posso passar para as pessoas se sentirem bem e felizes. Ouvi falar muito desse museu, o Marco, já tinha pesquisado sobre ele, resolvi mandar um projeto para exposição e fui selecionada. Eu não imaginava que era tão mais bonito presencialmente este lugar”, afirma a artista do Distrito Federal.
Já Pedro Gottardi (SC) trouxe experiências prévias com o teatro e com projetos em escolas públicas para a Mostra “Dilaporal”. “Fiz teatro e com o teatro conseguia experimentar certas coisas e fiquei com vontade de fazer algo que o teatro não me permitia. Por isso fui para as artes visuais. Trabalhar com fotografia é uma forma de representar aquilo que a gente tem guardado enquanto essência. A foto é um recurso para esse registro. Alguns artistas classificariam este trabalho como foto-performance, mas todo o processo está em comunicação, e o que está aqui é só o resultado do processo. Isso que me instiga, que me envolve”.
“Antropia”, de Lídia Coimbra (MS), propõe uma recuperação do contato do homem com a natureza, propõe estabelecer uma nova conexão com o planeta, com o mundo vivo. “Eu tive a ideia de fazer essas obras por causa de uma foto de um macaco que estava brincando com uma garrafa pet. Depois eu saía de casa e via uma arara Canindé em cima de um poste de luz. Aí comecei a observar essa relação da interação dos bichos com a natureza. Essa interação modifica o meio ambiente. Daí pense que isso dava uma boa exposição. Que as pessoas saiam daqui observando essa relação da vida que insiste, resiste, igual a uma florzinha que nasce no asfalto”.
Venha prestigiar a 2ª Temporada de Exposições no Marco e fruir essas obras de arte e saudar a primavera, que se aproxima! As Mostras ficam abertas ao público até o dia 3 de novembro de 2019. As visitações podem ser feitas de terça a sexta, das 7h30 às 17h30. Sábados, domingos e feriados das 14 às 18 horas. A entrada é franca.
O Marco fica na Rua Antônio Maria Coelho, nº 6000, no Parque das Nações Indígenas. Para mais informações e agendamento com escolas para realização de visitas mediadas com as arte educadoras do Programa Educativo, basta ligar para (67) 3326-7449.
Fotos: Ricardo Gomes