Um dos grandes nomes da música sul-mato-grossense, Carlos Colman brilhou ontem (13) no Palco Integração, na terceira noite do 13º Festival América do Sul. Em um show praticamente autoral, com apenas três músicas interpretativas, inclusive uma de Paul Simon, Colman fez as honras da casa de mostrar a típica música de Mato Grosso do Sul no festival que une as culturas do continente.
Colman explorou em suas canções vários estilos da música de raiz, como a polca, o chamamé, a toada e o arrasta-pé. Música simples, diz ele, que o povo adora. Tanto é que sua canção mais conhecida, Castelânea, foi cantada em coro pelo público.
Carlos Colman é de uma geração chamada Prata da Casa, que floresceu em festivais musicais que eram realizados nos idos de 1960/70, em um momento em que o Estado de Mato Grosso do Sul era concebido. Trata-se da ‘verdadeira’ música de MS, ou a “Música do Litoral Central”, da qual também floresceram o Grupo Acaba, a Família Espíndola, Paulo Simões, Geraldo Roca, entre outros.
Colman aproveitou o show em Corumbá para prestar homenagem ao saudoso parceiro Geraldo Roca, cantando a célebre “Rio Paraguai”: A novidade vem atrás da tradição / Aquela que não desmancha no ar / Eu não / Não se mergulha nunca mais no mesmo rio / Rio Paraguai a tradição entre nós é você / Rio Paraguai das lendas e canções / Na noite guaranietê saudações / Águas do rio Paraguai…
“Foi legal voltar a Corumbá, é um clima diferente, com novas canções, um show praticamente autoral, tocando com amigos antigos, com minha namorada. É um negócio de sentimento mesmo pela poesia. Tenho uma paixão muito grande por Corumbá. Acho que nasci aqui em outra época, e não é fazer figura no palco. O povo corumbaense é maravilhoso, muito receptivo, daquele tipo que fica amigo em pouco tempo. E eles gostam desse tipo de música, que é um tipo de música regional, caipira com piques, ou seja, uma música simples, uma música folk, que dizemos algo e os instrumentos apenas dão uma juntada nas palavras”.
Texto: Fabio Pellegrini
Fotos: Eduardo Medeiros