Campo Grande (MS) – A Mostra Sul-Mato-Grossense Boca de Cena encerrou a programação neste sábado, dia 28 de março. A Mostra foi realizada pela Secretaria de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação de Mato Grosso do Sul (Sectei), com organização e produção da Fundação de Cultura de MS e do Coletivo Setorial de Teatro de Campo Grande.
No último dia de apresentações (sábado, 28), o Teatro Imaginário Maracangalha, de Campo Grande, mostrou ao público às 11 horas, na praça Ary Coelho, “Tekoha – Ritual de vida e morte do deus pequeno”. A peça narra a trajetória do líder guarani Marçal de Souza e sua resistência histórica na luta pela terra e direitos dos povos indígenas. Às 19 horas, na sede do Teatral Grupo de Risco, o Mercado Cênico, de Campo Grande, trouxe “O Bote da Loba”, último texto escrito por Plínio Marcos. As personagens Veriska, uma maga, e Laura, casada, apresentam a angústia de mulheres que não sabem lidar com sua própria sexualidade.
Às 20h30, na antiga Estação Rodoviária, “Verdades Inversas” foi apresentada pelo grupo Flor e Espinho Teatro, de Campo Grande. Imprensa sensacionalista, razão e loucura, verdades e inversões são o foco desta montagem de teatro de rua, a partir de uma estética em que cenas e público se deslocam em diferentes espaços no correr da trama.
“O espetáculo foi inspirado na história verídica de um homem que perdeu a filha de três anos em uma ação violenta, em que ela foi estuprada e morta, e a partir deste fato, ele perdeu o juízo e ficou perambulando pelas ruas. Em outra ocasião, saindo da sede do grupo, os atores presenciaram uma briga de dois mendigos e surgiu o interesse em saber quem são essas pessoas”, afirma Anderson Lima, o diretor da peça.
Anderson também fala sobre a vertente crítica da peça: “Percebemos que as notícias não davam sequência às histórias e apresentavam falsas ideias dos fatos e das pessoas. A imprensa não estava cumprindo seu papel na sociedade. Entendemos que as grandes mídias são concessões públicas, portanto precisam assumir seu papel social. Não podem só visar o dinheiro e mudar de opinião de acordo com as circunstâncias. O jornalista deve trabalhar com amor, da mesma forma como quem trabalha com o teatro, voltado à geração de benefícios para construir uma sociedade melhor”, finaliza.
Encerrando a programação da Mostra, às 22h30, na Estação Ferroviária, a Cia. Maria Mole, de Corumbá, trouxe ao público “E o meu cabelo arrepiou”, inspirada no livro “Fatos Verídicos”, de X-Panzé, uma coletânea de textos do jornal “O Momento”. A história se passa na década de 50, em clima de suspense e terror, em que a cidade de Corumbá é assombrada por bruxas, fantasmas e lobisomens.
O evento comemorou o Dia Internacional do Teatro e Dia Nacional do Circo, 27 de março, e trouxe para a população uma programação com peças teatrais representativas da recente produção teatral do Estado. Todas as apresentações foram gratuitas.
Foto: Daniel Reino