Na tarde de ontem (20) a 16º Semana do Artesão 2024 ofereceu a oficina de cestaria, no Armazém Cultural. A artesã Beth Barros repassou sua técnica que utiliza materiais reutilizáveis como caixas de papelão, tampas de bolos, embalagens de iogurtes, potes de sorvetes ou qualquer outro recipiente que seja possível se tornar uma bela cesta. Os cestos são revestidos com tecidos de algodão cru e seu fundo com juta. O trançado é feito com palitos de bambu e linhas de tecido, palhas e lãs.
Sua veia artística para o artesanato veio da sua descendência indígena da parte da sua avó e bisavó que eram lá do nordeste. “Minha avó tinha uma memória fotográfica. Ela olhava um produto, um vestido que tinha na cidade e ela costurava tudo na mão. Ela olhava, gravava e riscava no chão. Ficava igualzinho. Ela também fazia os potes de água, as panelas de cozinhar. Ela pegava argila, modelava, fazia um buraco no chão com lenha e botava fogo e queimava, Naquela época não tinha forno. Ela fazia de tudo e eu absorvi esse conhecimento dela. Eu também tenho essa memória e é onde vou criando”, contou Beth.
Ela contou ainda que desde sua adolescência, quando começou a trabalhar já guardava seu dinheiro para comprar artesanato. “Com 16 anos eu me via na casa do artesão comprando peças indígenas Terena e Kadiwéu. Eu achava a coisa mais linda, e isso me preenchia”, lembrou.
A cestaria entrou na sua vida através pesquisas na internet. ” Eu fui comprar uma cestinha numa loja e era muito cara. Aí eu pensei, eu vou fazer. E comecei a fazer vários modelos”. Ela destacou a importância de ministrar as oficinas promovidas na Semana do Artesão. “Para mim é um aprendizado estar passando os meus conhecimentos a outras pessoas. A partir deles os participantes irão aperfeiçoar e criar outros modelos porque cada um tem o seu jeito de fazer”, afirmou.
Texto: Gisele Colombo
Fotos: Daniel Reino