Jovem revelação musical chilena, Pascuala Ilabaca trouxe ritmos latinos, inclusive brasileiros, à terceira noite do Festival América do Sul Pantanal. Do alto do Palco Integração, ela e sua banda Fauna, cativaram o público com ternura, simpatia e uma música primorosa.
Com um vocal esplendoroso por sua afinação, a doce e delicada Pascuala se transforma em uma “frontwoman” poderosíssima, que passeia por ritmos ternários, desliza pelo palco com suaves movimentos corporais, explorando instrumentos como sanfona e teclado, com uma segurança impressionante. Conjuntamente, a banda Fauna foge aos padrões atuais, sem elementos eletrônicos.
Não é á toa que foi premiada como melhor cantora e compositora da indústria fonográfica chilena (Prêmio Pulsar) e vem sendo destaque em festivais na Europa. Pascuala se nutre do folclore chileno e de elementos que buscou do world beat, levando o público a uma viagem por variados ritmos, como jazz, rock e música indiana.
Com carisma e simpatia, Pascuala conversava com o público como se estivesse em meio ao público: “Vim do Chile e não falo português, mas estou muito contente neste lugar mágico à beira deste rio e sou muito grata todas as pessoas que conheci”.
Em Canción Quéchua, da poetisa chilena Gabriela Mistral, Pascuala manifestou a ausência de mulheres na história da arte: “Donde fue Tihuantisuyo, / nacían los índios / Llegábamos a la puna / con danzas, con himnos / Jugaban coyas, ardían / dos mil fuegos vivos / Tocaban flautas de oro /y amautas benditos”. Mais um show que representa bem os propósitos do festival: o congraçamentos dos povos sul-americanos.
Texto: Fabio Pellegrini
Fotos: Eduardo Medeiros