Campo Grande (MS) – O Museu da Imagem e do Som, unidade da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, realiza na próxima semana (23 a 27 de outubro) a Mostra Blues e Cinema, em comemoração aos 22 anos do Programa Blues & Derivados, da FM Educativa 104,7. O programa é apresentado pelo jornalista Clayton Sales, que também faz a curadoria da Mostra.
O programa Blues & Derivados estreou em 14 de outubro de 1995, na FM Educativa, e sempre esteve no ar nos fins das tardes de sábado. No início, além de Clayton Sales, atuavam também os jornalistas Alexandre Maciel e Jaime Rodrigues. Ficou fora do ar de 2007 a março de 2011, quando voltou, sempre aos sábados. “O programa surgiu, na verdade, de um outro programa já existente na Rádio Alternativa da UFMS, o Blues e Poesia, que era apresentado pelo falecido Luiz Chagas. A partir de 1994 o Luiz deixou a Rádio Alternativa para trabalhar na grande imprensa e ofereceu-nos o programa. Quando a FM Educativa iniciou suas atividades, o diretor Lizoel Costa nos chamou e levamos o Blues & Derivados, nome inspirado num disco do guitarrista brasileiro Nuno Mindelis. Este nome atende a proposta do programa, que é tocar desde blues a soul, jazz e até rock’n’roll”.
Blues & Derivados é em formato de revista. Atualmente são três horas de programa, sempre aos sábados, a partir das 17 horas, com uma proposta didática. “Nós falamos dos artistas, contamos histórias, fazemos entrevistas, falamos sobre o contexto que envolve o blues, a segregação racial nos Estadus Unidos, o universo sentimental do Blues, tocamos músicas conectadas com sua história, falamos sobre lançamento de álbuns, shows, às vezes tem até música ao vivo no estúdio”, diz Clayton.
O apresentador e produtor do programa explica que o blues é um gênero musical que é uma expressão mais urbanizada do negro norte-americano. “O blues, de fato, nasceu no campo, nas fazendas, mas a estrutura do blues se estabeleceu depois que os escravos foram libertados, foram buscar trabalho nas cidades e não encontraram. Expressa sentimentos mais tristes, melancólicos, de perda. Mais tarde agregaram também o universo das danças, festas, sensualidade. Surgiu da necessidade de um povo expressar suas dores, sentimentos, a tristeza social por conta do racismo e da pobreza. Hoje já se diversificou bastante, e tem mais humor”.
A ideia de comemorar os 22 anos da estreia do programa com uma mostra de cinema veio a partir da parceria com a Fundação de Cultura. “Pensei numa forma de comemorar oferecendo às pessoas um evento a que todos tenham acesso e que seja gratuito. Fazer essa parceria com o MIS para a Mostra Cinema e Blues era um sonho que eu tinha porque sou fã de cinema e gosto da maneira como o cinema mostra o blues, com histórias de romance, o racismo a questão social e a música como oportunidade”, finaliza Clayton.
Confira abaixo a programação, a sinopse dos filmes, e participe!
Dia 23/10 – Segunda – A ENCRUZILHADA (1986) – Walter Hill
Um jovem estudante de música clássica ajuda um velho tocador de gaita a fugir do hospital. Ambos vão para o interior do Mississipi em busca de seus objetivos: o garoto quer a suposta 30ª composição do lendário bluesman Robert Johnson, amigo do idoso fugitivo, e o veterano artista quer resolver uma dívida sobrenatural de seu passado.
Dia 24/10 – Terça – HONEYDRIPPER – DO BLUES AO ROCK (2007) – John Sayles
No interior dos Estados Unidos dos anos 1950, o dono de um boteco rural que tocava blues enfrenta uma crise nos seus negócios. A solução será apelar para um jovem guitarrista desempregado para agitar novamente a espelunca que dirige. Mas ele vem com uma música nova, diferente e arrebatadora.
Dia 25/10 – Quarta – ENTRE O CÉU E O INFERNO (2006) – Craig Brewer
Uma garota branca ninfomaníaca é agredida e deixada na beira da estrada. Ela é encontrada por um agricultor negro que tenta ajudá-la de todas as formas, inclusive com sua música, já que foi um respeitado guitarrista de blues no passado que tenta esquecer.
Dia 26/10 – Quinta – CADILLAC RECORDS (2008) – Darnell Martin
Em Chicago nos anos 1950, o empresário polonês Leonard Chess inicia um empreendimento que mudaria a história da música americana: a gravadora Chess Records. Nela, entre sucessos e conflitos, foram reveladas lendas como Muddy Waters, Howlin’ Wolf, Little Waler, Chuck Berry, Willie Dixon e Etta James.
Dia 27/10 – Sexta – OS IRMÃOS CARAS-DE-PAU (1980) – John Landis
Dois irmãos trambiqueiros se metem encrencas após saírem da prisão e tentarem montar uma grande banda de blues, soul e rock’n’roll para ajudar o orfanato onde foram criados.
Contato para a imprensa:
Clayton Sales – curador: 99221-4104
Museu da Imagem e do Som: 3316-9178