O Museu de Arte Contemporânea (MARCO), unidade da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, realizou no início da noite desta sexta-feira (06.10.2023) a primeira edição do projeto CineMARCO, que consiste na exibição gratuita de filmes com classificação livre, à céu aberto, utilizando a parede externa do prédio.
Foi uma noite muito agradável, em que o público pôde conferir a exibição do documentário curta-metragem Flores de Bálsamo, depois da exibição houve um bate-papo com os três cineastas que realizaram o filme, Henrique Arakaki, Lucas Miyahira e Karen Freitas, e também houve uma apresentação de sanshin, instrumento típico de Okinawa, pelo músico Matheus Arakaki.
A gestora do MARCO, Vera Lucia Bento de Souza, explica que atualmente o museu encontra-se fechado para visitações, então os gestores e funcionários estão procurando novas formas de trabalhar: “Estamos buscando outras formas de trabalhar e mostrar a beleza que o MARCO, o Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul pode oferecer para a população sul-mato-grossense como um todo e aos campo-grandenses. E aí tivemos essa ideia, um dia, a equipe, sobre o que poderíamos fazer e aí nasceu o projeto CineMARCO. O objetivo é trazer o público para perto do MARCO, para ver a beleza do MARCO, que embora ele esteja fechado ele fica dentro de um cartão postal de Campo Grande, que é o Parque das Nações Indígenas, alguma coisa a gente está movimentando para trazer benefícios para a população”.
Cristiane Freire, coordenadora artística do MARCO, disse que aproveitaram este momento para promover a doação de brinquedos, devido à proximidade com o Dia das Crianças. “A ideia é utilizar deste momento em que a gente vai fazer um lazer com a comunidade para também exercitar a solidariedade e aí fazer essa arrecadação de brinquedos. A gente já colocou nos quatro portões do Parque das Nações Indígenas cestos para arrecadação de brinquedos e nós estamos aguardando a decisão de qual vai ser a entidade que vai receber estes brinquedos como doação pelo Dia das Criança”s.
Cris Freire fala sobre as parcerias para a realização do projeto CineMARCO: “Nós temos uma ideia, com esse projeto, de também estender a algumas parcerias. Então nós já fechamos uma parceria com a Aliança Francesa, e em breve estamos finalizando uma outra parceria que é com o Sesc Cultura, mas isso é só para o próximo ano. Este filme exibido nesta sexta no lançamento do projeto é um curta-metragem que fala da vivência da comunidade okinawana. Então a gente tem aí uma outra parceria que é a Associação Okinawa, e com isso, eles nos ajudaram nesta curadoria para indicar este curta-metragem de hoje”.
um dos cineastas que fizeram o filme, Lucas Miyahira falou um pouco sobre como surgiu a ideia de fazer o documentário: Há muito tempo eu já tinha vontade de fazer um registro audiovisual contando as histórias que eu ouvia dos meus bisavós maternos e a oportunidade surgiu quando a gente participou de um curso de documentário, na época promovido pelo Museu da Imagem e do Som, em parceria com a TV Educativa, que era o curso MS em Imagem e Sons, e com a proposta de produzir documentários, curta-metragens, que registrassem a história do Estado a partir de narrativas familiares. Então acabou casando muito com a proposta do curso e a gente começou a pensar este projeto a partir dessas histórias que eu estava acostumado a ouvir dentro da casa dos meus bisavós”.
“Para mim está sendo fantástico, esplêndido, abrir o projeto com este documentário. É uma oportunidade muito interessante pela proposta, muito rica, de integração, com um cartão postal da cidade que é o Parque das Nações, é uma proposta imersiva, que aproxima o público da proposta do Museu, muito contemporânea, para gente está sendo formidável”.
Karen Hissaeda, administradora e ceramista, veio prestigiar a abertura do projeto CineMARCO: “Eu achei interessante a ideia do cinema ao ar livre e também eu vim mais pelo documentário de hoje, pela história do documentário, mas eu também estou interessada em ver os próximos que vão ser exibidos”.
Walter Lambert, artista visual e designer, disse que o que o motivou a vir prestigiar o evento primeiro é pela questão da reativação das atividades do MARCO. “Pelo menos essa parte externa, porque o MARCO é um museu referência na nossa cidade de Campo Grande e de Mato Grosso do Sul, então ele precisa realmente dessa reativação as suas ações culturais. Outra coisa que me trouxe aqui é exatamente essa questão do filme. Não conheço ainda, e do instrumento, também, que eu fiquei bastante curioso, porque eu gosto de tocar meu violãozinho de vez em quando, instrumento de cordas, e esse instrumento sempre me chamou muito a atenção, e toda a cultura oriental ligada a este tipo de música”.
Matheus Arakaki, é músico, toca por hobby a música folclórica e realizou uma apresentação com o instrumento sanshin, que é um instrumento musical composto por três cordas e tamborete revestido de couro de cobra, cuja origem remonta os idos de 1430, no Reino de Ryukyu, hoje Okinawa, Província Japonesa. “A minha relação com o instrumento sanshin é muito sentimental porque eu tenho dois instrumentos e os dois vieram de um bisavô meu que tocava. Ele era muito ligado à cultura, ele dançava, tocava sanshin, ele era muito presente dentro das festividades da colônia, então para mim é um orgulho muito grande tocar o instrumento que ele tinha, estar preservado em boas condições. Tocar aqui nesta sexta foi muito divertido, um público com certeza muito diferente do que o habitual que eu estou acostumado, é muito legal difundir a cultura para um público diferente”.
Após essa Abertura Oficial, a previsão é de realização de ao menos uma edição do projeto CineMARCO no último domingo de cada mês. Sendo assim, estão previstas edições para 29 de outubro e 26 de novembro de 2023. Há previsão de continuidade no ano de 2024, uma edição por mês.
Karina Lima FCMS
Foto: Amanda Ferreira