Campo Grande (MS) – O Museu da Imagem e do Som (MIS-MS), unidade da Fundação de Cultura de MS, recebeu no dia 17 de agosto de 2021 a doação de um conjunto completo de teleprompter da década de 1980 e uma câmera beta-can muito utilizada nos anos 1990.
O doador, o repórter cinematográfico Cleido Fernandes de Medeiros, explica que decidiu doar os equipamentos para o museu para que as pessoas pudessem conhecer como eram as dificuldades de se trabalhar na época. Cleido começou na profissão em 1982, na TV Campo Grande. Trabalhou na produtora MF Macro Video, TV Morena, SBT, TV Guanandy, TV Manchete e hoje está na TVE.
“Esse teleponto eu fiz bem pouco, geralmente quem trabalhava mais era o câmera de estúdio. Algumas vezes eu fiz também. A câmera é acoplada ao monitor, aí o repórter fica na frente e vai rodando o texto, colocava uma lauda dobrada ali, aí você rodava o texto ali, passava pela câmera, aí ia no monitor para o apresentador ler as notícias. Era tudo manualmente. Era desse jeito. Hoje em dia tudo é mais fácil”.
Cleido trabalhava com esses equipamentos desde 1992, e disse que no momento da doação, passou um filme na cabeça dele. “Desde a época que eu comecei, você gosta da profissão, do que você faz. Aí é relembrar os momentos, as dificuldades, hoje em dia é tudo mais fácil. O peso de câmera, também, que a gente carregava… A minha ideia era, inicialmente, montar um museuzinho aqui dentro de cada, na varanda, mas o que adianta, ficar aqui só para eu ver, ficar pra filho. Não ia adiantar nada ficar comigo. Deixa isso para as pessoas verem, conhecerem como que era na época”.
Cleido se emocionou muito ao doar os equipamentos, até chegou a chorar: “Aí a gente lembra também dos amigos, muita gente que começou na época: Bosco Martins, Mariângela[Yule], Maristela [Yule], Mônia Sanches lá na Globo, Veruska Donato, Paulo Gonçalves que hoje está em Campinas na Rede Globo… aí eu lembro dos amigos”.
A coordenadora do MIS, Marinete Pinheiro, afirmou que, para o museu, “essas doações são muito importantes porque todo nosso acervo é fruto de pessoas como Sr. Cleido Fernandes de Medeiros, que entende a importância da preservação e do Museu como espaço de salvaguarda e de também utilizar esses equipamentos nos processos educativos”.
Fotos: Inês Higa MIS